Autor de webcomics reclama do hype em torno de Batman 2

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Eu sou um fanático por webcomics, tiras de quadrinhos que são distribuídas na internet. Acompanho apenas uma meia-dúzia, mas as checo religiosamente todos os dias. E tem muita gente legal nesse meio, como Scott Kurtz, autor de PvP.

Scott costuma utilizar sua webcomic como blog também, e hoje ele fez uma pequena reclamação contra o hype em torno de Batman – O Cavaleiro das Trevas. Não apenas do filme do Batman, mas este é o exemplo mais extremado. Como ele diz ao abrir o post, Hollywood parou de fazer filmes. Agora eles fazem trailers que depois reúnem com algumas cenas extras no meio para chegar à duração de um filme.

Quantas resenhas você já leu por aí dizendo que o novo Batman era o melhor longa já feito, que era perfeito, que era isso e aquilo? Quantas vezes você ouviu gente que sequer havia assistido ainda, dizer que Heath Ledger merecia um Oscar póstumo? Quantos trailers e cenas extras e o escambau você já viu, mesmo antes dele estrear? Tenho a impressão de conhecer 90% do negócio antes mesmo de ir assistir, então qual a graça de ir vê-lo? Eu quero me surpreender, ver algo inédito. Confesso que gostei muito mais de filmes dos quais eu não conhecia absolutamente nada quando fui assistir, do que aqueles que acompanhei toda a empolgação dos trailers.

Justamente por o DELFOS ser um site que tem como objetivo fazer você pensar, eu gostaria que você lesse o texto dele e comentasse aqui. Será que todo esse hype não passou dos limites? Desde Superman Returns eu me recuso a ler qualquer resenha de um grande lançamento e me abster de todo hype antes de assistí-lo. Isso porque tive uma enorme decepção ao ler resenhas maravilhosas em grandes sites, especialmente um grande site brasileiro, e ver aquela… “coisa” nos cinemas. Ainda não li uma resenha sequer do filme do Batman, nem mesmo a do DELFOS, o que só farei depois de tê-lo assistido.

O pior é que a própria mídia especializada parece esquecer do principal e entra na dança como fanboys malucos e alienados. O Corrales resolveu postar suas primeiras impressões do filme logo após sair da cabine de imprensa. Então alguém abre um tópico numa comunidade do Orkut para dizer que alguém não havia achado o filme perfeito. Vários fanboys resolveram xingar o site, dizer que não sabíamos nada de cinema, e tudo mais, por termos apenas postado nossas impressões de um filme que havíamos visto e tido uma opinião. Essa é a função da imprensa e, como crítica, foi isso que fizemos.

Isso seria um fato corriqueiro, exceto pelo post de uma pessoa. Essa pessoa primeiramente perguntou quem foi o “retardado” (sic) que havia dito isso, e acusou o site de ser um blog que posta suas opiniões sem saber o que é direção, atuação e roteiro. Isso é triste, mas esperado de um fanboy. Só que não era um fanboy qualquer, era o editor de uma das maiores revistas de cinema do país. Então ou ele sequer se deu ao trabalho de clicar no link, ou é extremamente anti-ético ao criticar a capacidade de um colega de profissão apenas por uma divergência de opiniões. E qual é a “imparcialidade”, tão alardeada pelos instrumentos da mídia mainstream, que se pode esperar de um veículo dirigido por este cidadão? Como bem disse um amigo meu, formado em cinema: para escrever uma crítica ou resenha, a primeira coisa a ser feita é se livrar de seus preconceitos. E às vezes eles são positivos, influenciados pelo hype.

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Homero de Almeida
Ao contrário dos outros delfianos, Homero não tem pretensões de dominação global. Ele se contenta apenas em dominar a rede mundial de telecomunicações, principalmente a internet. Afinal, conhecimento é poder. Entre outros planos, ele pretende ter uma noite de amor gostoso perto da lareira com a Natalie Portman (ao contrário do que diz o Corrales, ele acredita que ela agüentaria levar um caprichado tapão na bunda), cantar Valhalla junto com o Hansi Kürsch, xingar o antigo professor de Computação Gráfica e deixar de ser gordo. Ah sim, ele também quer dar um chute na bunda do Bill Gates.