Arnold Schwarzenegger – O Governator

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Dependendo da sua idade, você pode conhecê-lo como um fisiculturista, um ator de filmes de ação, um comediante ou até mesmo um político, mas uma coisa é certa: você sem dúvida conhece o Arnold Schwarzenegger, mesmo que não saiba escrever seu sobrenome.

Mas por onde podemos começar a contar sua história? Bão, o cara é austríaco e nasceu em 1947. Seu pai chegou a fazer parte do partido nazista, mas Schwarza, depois de velho, reprovou essa ideologia (óbvio, afinal, que celebridade aprovaria isso em público hoje em dia, mesmo que acredite nas idéias?). Enfim, Arnold já chegou a ficar rico como fisiculturista antes mesmo da sua carreira cinematográfica e até se formou em Business and International Economics (o que eu acho que deve ser alguma coisa tipo Administração ou Economia) na Universidade de Wisconsin. Mas convenhamos, não é isso que interessa para nós, mas os filmes que fez, que praticamente definiram o gênero Testosterona Total.

Olhando uma filmografia do cara para escrever essa matéria, vejo que assisti menos filmes do cara do que pensava, mas vamos ver o que sai. Tudo começou em 1970, no longa Hercules in New York, onde o tremendão da vez fez o papel título. Trata-se de uma comédia que, obviamente, traz o semi-deus grego para Nova Iorque. O engraçado é que o sotaque do cara era tão pesado que tiveram que legendar suas falas para que o público entendesse.

Em 1973, participou de The Long Goodbye, do conceituado diretor Robert Altman, no papel de um capanga contratado surdo e mudo. Em 1976, ganhou um Globo de Ouro por seu papel em O Guarda-Costas. Em 1977, foi a estrela do documentário O Homem dos Músculos de Aço, que mostrava Arnold participando de uma competição de fisiculturismo. Isso deu uma grande popularidade para ele, que soube capitalizar nessa oportunidade e estrelou a comédia Cactus Jack, o Vilão, com Kirk Douglas. Isso aconteceu em 1979, mesmo ano em que participou de Scavenger Hunt, considerado seu primeiro papel mainstream.

Só que, cá entre nós, ele só ficou famoso mesmo é no papel principal de Conan, o Bárbaro (em 1982). Esse é um dos filmes preferidos do nosso amigo Guilherme, mas, cara, eu acho ele um saco! Parado, arrastado, sem história, com péssimas atuações (até mesmo para o padrão do cara) e com um protagonista sem nenhum carisma. Só que essa chatice toda fez sucesso e dois anos depois rendeu uma continuação que, batizada de Conan, o Destruidor, não fez o mesmo sucesso comercial. Eu estou com o DVD desse filme aqui em casa há mais de um ano, mas fiquei tão entediado com o primeiro que ainda não tive coragem de colocá-lo no meu aparelhinho.

Ainda em 1984, veio o primeiro filme realmente legal do cara: O Exterminador do Futuro, onde Schwarza interpretava um robozão do mal enviado do futuro para matar uma mina que iria parir o líder da resistência humana. Esse é considerado um dos mais famosos filmes de ação da história, mas eu o vejo como algo bem mais próximo de um longa de terror. Afinal, a história se resume às linhas acima e, a partir daí, é a garota fugindo e o robô correndo atrás e matando todos que se opuserem ao seu objetivo. Qual a diferença disso para um filme slasher tipo Halloween? Ah, sim, é daí que veio sua primeira catch phrase, a famosa I’ll be back (volto depois). Na cena em questão, ele realmente volta logo depois, em um veículo que destrói a parede do lugar.

No ano seguinte, veio Comando Para Matar, outro dos preferidos do Guilherme. Esse eu não assisto há uns 15 anos e realmente não tenho muito o que dizer sobre ele, mas sei que o Guilherme vai colocá-lo no seu Top 5: Filmes de Ação e daí você pode ler o que ele fala lá.

Logo a seguir, veio Guerreiros de Fogo. Meu pai, que me doutrinou nos Testosterona Totais, adorava esse filme e praticamente me obrigou a ir ao cinema conferir com ele. Esse é outro que eu não lembro direito, pois não assisti novamente desde então, porém sei que a protagonista, Red Sonja é basicamente um spin-off dos quadrinhos do Conan. O personagem de Schwarza, contudo, não pôde ser chamado de Conan por problemas de direitos autorais, mas trata-se basicamente do mesmo guerreiro que o Guilherme aprendeu a amar nos filmes anteriores. Ah, sim, Guerreiros de Fogo foi um fracasso fenomenal de público e crítica. Em 1986, veio Jogo Bruto, filme que acho que nunca assisti, mas que mostra Arnold como um agente do FBI que quer se vingar da máfia.

Em 1987, outro grande sucesso: Predador. A estréia do monstro mais famoso e mais feio do cinema mostrava um esquadrão estadunidense na selva e eles começavam a ser mortos um a um por um bicho invisível. Muita gente adora esse filme, mas assim como O Exterminador do Futuro, ele está bem próximo de um longa de terror comum. Particularmente, acho Predador 2 e seu jeitão Testosterona Total bem mais divertido, só que aí o Schwarza foi substituído pelo Danny Glover.

O outro filme que o ator fez no mesmo ano teve um papel bem importante na minha vida. O Sobrevivente mostrava um reality show onde brutamontes caçavam e matavam criminosos. Obviamente, alguns desses “criminosos” não tinham cometido crimes e um desses era o Arnold. Aqui, nosso homenageado começava a mostrar suas características que aprendemos a amar. Ao contrário do “concorrente” Sylvester Stallone, que fazia filmes de ação sérios, Schwarzenegger começava a se especializar em filmes descompromissados, cheios de explosões, mulheres bonitas e muito humor. Ou seja, tudo que a gente gosta. Isso ficou claro em 1988, com Inferno Vermelho, comédia de ação que co-estrelou ao lado de James Belushi (o cara da série According to Jim).

No mesmo ano, decidiu mostrar sua veia puramente cômica em Irmãos Gêmeos que colocava a montanha de músculos como um irmão gêmeo irreconhecível do baixinho Danny DeVito. Esse filme é realmente muito divertido e traz boas risadas.

Dois anos depois, veio o tremendão O Vingador do Futuro, que traz uma história pra lá de louca sobre um pacato cidadão que, ao implantar memórias de um agente secreto no seu cérebro, descobre que realmente FOI um agente secreto. Novamente, explosões, humor e uma mulher com três seios dão o tom de Testosterona Total que permeou sua carreira. Um filme essencial para qualquer fã do gênero.

Em Um Tira no Jardim da Infância, sua veia cômica voltava a aflorar, mas sem a mesma graça de Irmãos Gêmeos. Para ser sincero, sempre achei esse bem chatinho. Foi nessa época que as pessoas começaram a falar que a carreira do cara estava acabada, que ele estava velho demais para fazer filmes de ação e por isso tinha começado a fazer comédias. Perdoai-os, Senhor, pois eles não sabem o que dizem. E o filme seguinte do cara é simplesmente um dos longas mais divertidos da história.

Obviamente, estou falando de O Exterminador do Futuro 2, que saiu em 1991 e levou a sério a máxima hollywoodiana de que em uma seqüência tudo tem que ser maior. Diante da falha da missão anterior, as máquinas decidem enviar um Exterminador mais forte ainda. E para que matar a mamãe se pode matar o líder da revolução, o próprio John Connor, enquanto ele ainda era um adolescente revoltado e indefeso? Graças a James Cameron (o diretor do filme), contudo, os humanos conseguiram reprogramar um outro Exterminador para proteger o moleque. Ou seja, é robô tremendão contra robô ainda mais tremendão, gerando cenas de ação inesquecíveis. E o melhor, apesar de todas as explosões e perseguições de carro, O Exterminador do Futuro 2 é tão engraçado que pode até ser considerado uma comédia. É impossível não gargalhar com a cena em que John explica para o sisudo robô porque ele não pode matar pessoas. Este filme revolucionou os efeitos especiais e não seria exagero dizer que definiu absolutamente TUDO que um bom Testosterona Total teria que ter nos anos seguintes. Desde as cenas de ação exageradas até a trilha sonora Hard Rock (aqui a cargo do Guns ‘N’ Roses). Este é, sem dúvida, um dos meus longas preferidos de todos os tempos. Sem falar que foi uma das primeiras seqüências a ser considerada por crítica e público como superior ao original. Ah, e foi daqui que saiu a célebre frase “Hasta la vista, baby”.

Em 1992 e 1993, o cara fez pequenos papéis em Freed e Dave – Presidente Por um Dia. Aproveitando a boa fase, fez logo em seguida OUTRO dos meus filmes preferidos! Trata-se de O Último Grande Herói, uma brincadeira/homenagem a todos os clichês dos Testosterona Totais e à própria carreira do ator. Cheio de metalinguagem, conta a história de um molequinho fã de Schwarzennegger que entra magicamente em um dos seus filmes e logo se torna o ajudante do cara. Novamente com ótimas piadas e ótimas cenas de ação (incluindo uma briga de Schwarzenegger contra Schwarzenegger), este é o filme ideal para você explicar para qualquer pessoa que não leia o DELFOS (vai entender esses caras) o que diabos é um Testosterona Total. Este, junto com O Exterminador do Futuro 2 formam os melhores filmes da carreira do cara e eu fico até em dúvida sobre qual deles eu gosto mais (embora a maior partes das pessoas vai dizer sem pestanejar que T-2 é melhor), mas é inegável que o próximo é quase tão bom quanto esses.

Trata-se de True Lies, de 1994, e você já sabe o que esperar desse filme, não sabe? Isso mesmo, humor, explosões e mulheres gostosas. A Tia Carrere é absurdamente linda e eu fiquei realmente impressionado com a gostosura da Jamie Lee Curtis naquele que logo se tornaria um dos strip-teases mais famosos e engraçados do cinema. Infelizmente, aqui se encerrava (em grande estilo, pelo menos) a grande fase da carreira daquele que definiu os filmes de ação como o conhecemos hoje.

Seu próximo filme, Junior, que saiu no mesmo ano, o colocava de volta em uma dupla cômica com Danny DeVito e no constrangedor papel de um cara que fica grávido. Ok, é divertido, mas não chega a ser tão engraçado quanto Irmãos Gêmeos e muito menos tão essencial quanto os três anteriores.

A decadência começava mesmo em 1996, com Um Herói de Brinquedo, um daqueles filminhos de Natal sem absolutamente nenhum valor artístico. Quase o mesmo pode ser dito de Queima de Arquivo, um longa de ação genérico e sem o brilho que o ator apresentava em seus tempos áureos.

Em 1997, interpretou o vilão Mr. Freeze em Batman & Robin, mas teve sua interpretação ofuscada pelos mamilos no uniforme do Homem-Morcego. Em 1999 e 2000, fez Fim dos Dias e O 6º Dia, respectivamente. E ambos são uma porcaria. Aliás, o primeiro é quase um plágio do tremendão Stigmata, que saiu pouco antes. Em 2001, fez a voz de um dos bichos de Dr. Doolittle 2, mas sabe como é, o único filme com Eddie Murphy que merece ser assistido é Shrek. No mesmo ano, fez Efeito Colateral, outro longa genérico que nem merece ser citado com detalhes.

Em 2003, praticamente assassina sua carreira participando de O Exterminador do Futuro 3. Este filme é basicamente um remake do segundo, com algumas mudanças na história para possibilitar outras continuações. Foi execrado por público e crítica, mas admito que eu não o achei assim tããão ruim. O problema mesmo é que o segundo era bom demais. De qualquer forma, foi um triste fim para alguém que participou de alguns dos filmes mais legais da história.

Depois disso, fez pontas em Bem-Vindo à Selva (2003) e no divertidão Volta ao Mundo em 80 Dias (2004), este último possivelmente o único filme realmente bom do qual ele participou desde True Lies.

Daí em diante, todo mundo sabe o que aconteceu. O carinha abandonou a sétima arte e decidiu seguir carreira política, virando governador da Califórnia. Se alguém, no início dos anos 90, dissesse que isso aconteceria, a gente reagiria de mesma forma que o Doc Brown quando descobre que Reagan seria presidente (o ator? Há!). O curioso é que isso meio que rolou, em uma piada premonitória no filme O Demolidor (que nada tem a ver com o herói cego da Marvel Comics), onde Sandrão Bullock fala para o personagem de Sylvester Stallone que o Shwarzenegger usou sua popularidade cinematográfica para seguir carreira política e que acabou sendo presidente. Diz aí se isso não é assustadoramente próximo da realidade? Bom, pior presidente que o George W. Bush ele não pode ser.

O engraçado é que ele nunca foi um bom ator. Ninguém nega isso. Provavelmente por ter plena consciência de sua limitada capacidade interpretativa, ele passou boa parte da sua carreira fazendo papéis divertidos em filmes de ação despretensiosos. E acabou sendo justamente essas escolhas que o tornaram, possivelmente, um dos atores mais populares da história do cinema e o eterno garoto propaganda do gênero Testosterona Total.

Será que um dia veremos novamente “Arnoldo e suas nêga” de volta ao cinema mostrando para esse povinho de hoje como se faz um Testosterona Total de verdade? É difícil, mas pelo menos sempre teremos seus velhos filmes em DVD, para ver e rever quantas vezes quisermos.

Momento mais tremendão: A trinca O Exterminador do Futuro 2, O Último Grande Herói e True Lies é realmente difícil de ser batida. São os filmes que definiram o que os delfianos se acostumariam a chamar de Testosterona Total e até hoje os melhores representantes deste que é um dos gêneros mais divertidos do cinema. Sobretudo para nós, homens. 😉

Momento menos tremendão: Tudo que veio depois de Um Herói de Brinquedo, incluindo sua carreira política e com a única exclusão de Volta ao Mundo em 80 Dias.

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