Obey Me é um beat’em’up com um doberman demoníaco!

Ah, e sua protagonista é uma menina mal-humorada!

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Obey Me, Análise Obey Me, Delfos

Obey Me é um jogo indie de beat’em’up/hack’n’slash com câmera isométrica. Ele chegou ao PS4, PC e Xbox One no dia 21 de abril e chegará mais tarde ao Nintendo Switch.

Há uma avalanche de lançamentos menores todos os meses. Obey Me é um daqueles jogos que passam despercebidos. No meu caso, só soube da existência dele quando recebi o código do review! Mas sabe, até que ele fica bem divertido?!

Acompanhe-me neste review para saber mais sobre Obey Me.

Obey Me: uma garota mal-humorada e um doberman demoníaco

Em Obey Me, você controla Vanessa Held, uma híbrida humano/demônio desequilibrada a serviço do demônio Ammon. Ela é acompanhada por Monty, um demônio em forma de doberman (!). O jogo começa quando eles recebem a ordem de assassinar um ex-capanga. A partir daí, é só porrada, combos, armadilhas e puzzles!

Monty está presente durante todo o jogo e funciona como um suporte a “V”, como ele a chama carinhosamente. Ele não causa tanto dano, mas é invencível e tem excelentes habilidades de suporte, seja controlado por AI ou por outro jogador.

Sim, esta é uma experiência que pode ser dividida com sua amiga(o)/filha(o)/esposa(o)/ namorada(o) (infelizmente, não com seu cachorro). Você pode começar solo e o segundo jogador entra a qualquer momento, no melhor formato arcade, mas sem vidas limitadas. No entanto, nada de online, uma vez que o jogo tem apenas a opção de co-op local.

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Aqui em casa, a patroa ficou encantada ao controlar Monty. A cachorra da infância dela era uma linda doberman chamada Rhanny.

Obey Me: quer ser um Devil May Cry?

É meio óbvio ao começar a jogar: Obey Me tem uma forte influência da série Devil May Cry. O sistema de pontos (Soul Slayer!), a temática, até armas e habilidades são todas retiradas do jogo do Dante.

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Agora que notei: Vanessa é chamada de “V”, igual ao misterioso “V”, de Devil May Cry 5!

No gameplay, Vanessa executa os combos enquanto Monty ataca à distância e coloca status nos inimigos (queimado, lento, etc.). O gameplay é assimétrico – Vanessa tem um teleporte curto, Monty dá uma arrancada, e por aí vai.

Há a barra de vida, em vermelho; e a barra de energia, em azul, que permite a fusão de Vanessa e Monty. Além de deixar “V” mais forte, essa habilidade recupera vida enquanto eles estão transformados. Com três cargas de energias, a explosão paralisa inimigos e dá um tremendo dano. No modo co-op, Monty não deixa de ser controlado pelo segundo jogador, o que é uma vantagem adicional.

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As armadilhas acabam com sua vida, mas Monty e seus minions gosma são invulneráveis a elas.

Ao final de cada batalha, você é pontuado pela sua performance. Com pontos suficientes, você consegue comprar upgrades na skill tree de cada arma e cada forma de Monty. Sim, o doberman adquire novos poderes, vários mais legais dos que Vanessa possui.

O sistema de progressão é muito bem pensado. Como o jogo estimula a troca de armas constante, não vi tantas vantagens em fazer todos os upgrades de uma única arma. Monty, porém, só alcança seu potencial quando tiver todas as skills de uma forma.

Obey Me: esse jogo precisava de uma boa polida

Agora que o básico do jogo está descrito, vamos tirar o elefante da sala.

A impressão inicial de Obey Me é, infelizmente, bem ruim. Os gráficos são feios, especialmente nas primeiras fases. Tecnicamente, falta muita coisa: fluidez nas animações e no frame rate, agilidade na troca de equipamentos durante combos, cancelamento de ações. Várias vezes, a sensação que Obey Me passa é de que você errou porque ele errou. E isso não é bom.

A temática é genérica. Existe um monte de jogos com gosma e outras coisas nojentas amontoadas nas paredes, tanto indies quanto AAAs. Os blockbusters recentes Resident Evil 3 e Doom Eternal têm, o próprio Devil May Cry 5 e outros da franquia, também.

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Ugh. Espinhas!

Outro problema são os diálogos. Os personagens não só falam demais, como falam óbvio demais. As falas e cutscenes são sobre os próximos objetivos que, sinceramente, nem precisavam ser tão explicados. Afinal, quem precisa de muitos motivos para bater no capeta?

Obey Me: o senso de humor do Monty não é tão bom quanto seu olfato

Você já jogou Beyond Good & Evil? A dinâmica entre Vanessa e Monty é bem semelhante. Os personagens trocam comentários sem noção entre as batalhas e Monty faz comentários sobre a sua performance ao final de cada luta.

Vanessa, no entanto, é uma personagem pensada para ser ranzinza, mal-humorada. É tanto que acaba sendo muito difícil gostar dela. Veja, o problema não é que esse tipo de história e personagens não são originais. O problema é que eles não convencem de imediato.

Monty é tipo aquele tio sem graça que, de tanto insistir, acaba sendo engraçado. Ajuda muito o fato de ele ser um doberman também.

Obey Me: ah, mas ele entrega no final!

As primeiras fases são a pior parte do jogo. Consigo imaginar alguns jogadores desistindo nelas. Porém, como falei no começo, o jogo fica bem divertido.

A segunda metade do jogo tem cenários mais interessantes e bonitos. Além disso, você terá adquirido mais habilidades, armas e formas do Monty. Nas áreas finais, entendi o que os desenvolvedores queriam com Obey Me desde o começo. A proposta é versatilidade e abundância de habilidades e poderes.

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No entanto, os inimigos na tela também são abundantes!

Por um bom tempo de jogo, as mecânicas de Obey Me não parecem tão funcionais. O parry, por exemplo, aparece muito tarde. Imagine aprender um parry com inimigos te atacando de todos os lados no meio do jogo.

Ao entender que o parry, gancho (isso, igual ao do Scorpion), não são só adequados a situações específicas, como também opcionais, o jogo fez total sentido para mim.

É simplesmente muito legal ver o Monty invocando um raio de luz que irá cair na Vanessa e derrubar todos os inimigos próximos. Ficar Overpowered é o seu objetivo e, inclusive, tema da história, em Obey Me. O título do jogo, inclusive, é uma boa sacada, que você vai entender se terminá-lo.

Obey Me: é um indie sincero de um estúdio novo

O gosto que fiquei ao final de Obey Me é positivo, mas não dá para negar que o jogo tem inúmeros problemas. Sem um patch para resolver vários deles, fica difícil recomendá-lo. A experiência pode ser bastante frustrante no começo.

Se você tem alguém em casa disposto a jogar, Obey Me é melhor desde o início. Especialmente, se a pessoa por aficionada por dobermans!