Poxa, eu realmente esperava que esta análise Greyhill Incident fosse positiva. Mas não é o caso. O que temos aqui é um jogo muito fraco e sofrível de jogar. Tem qualidades, mas elas nunca têm o mesmo peso dos problemas.

ANÁLISE GREYHILL INCIDENT

Talvez o aspecto mais interessante de Greyhill Incident seja sua temática. É uma temática comum, do tipo que canais como History Channel abordam quase exclusivamente. Porém, nunca tinha visto um game que te colocasse no meio de uma dessas situações.

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Eu sabia que o governo era mentiroso. Cloroquina? Humpf!

Todos nós já ouvimos aquelas histórias de discos voadores que aparecem no interior dos EUA e abduzem os moradores, normalmente com o uso indiscriminado de sondas anais. Pois é exatamente o que temos em Greyhill Incident. E o início do jogo é realmente legal, com uma tremenda construção de atmosfera.

TIRA SEUS DEDOS SUJOS DO MEU BUMBUM!

Você faz parte de um grupo daqueles rednecks que acham que o governo está mentindo. Pois um dia, depois de uma série de acontecimentos estranhos (e jogáveis), você vê um disco voador e os alienígenas grey com seus próprios olhos. A partir daí, o jogo vira um survival horror parecido com um Outlast sem talento.

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Greyhill Incident em geral te coloca numa área relativamente aberta e patrulhada por ETs, para procurar algo, e depois ir a determinado lugar. Tipo “colete cinco papéis alumínio e entre no restaurante”. É aí que a coisa desanda totalmente.

Você não é indefeso. Mas seria até melhor se fosse. Dá para usar um taco de beisebol para bater nos ETs, o que os imobiliza por cerca de um segundo (sem exagero). Ou então você pode usar seu revólver, com munição extremamente limitada, para eliminá-los de vez. Todo inimigo morre com dois tiros.

TEM UM GREY ME ABDUZINDO

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A questão é que os ETs são insistentes e rápidos. Ao contrário do seu personagem, que anda muito devagar – muito mais do que os ETs – e consegue correr por apenas alguns segundos antes de precisar descansar. Dá para se esconder em armários ou coisas do tipo, mas os inimigos parecem sempre abrir o armário em que você está. E se você resolver sair correndo, logo vai ter vários alienígenas na sua cola, o que torna ainda mais difícil escapar.

Essa rotina de “morre-repete-pega-tudo-de-novo” cansa rapidamente. No objetivo dos papéis alumínio, por exemplo, eu achei os cinco que precisava e o restaurante, mas tive muita dificuldade de conseguir pegar todos na mesma vida. Quando finalmente consegui, ao entrar no restaurante o personagem falou que precisava de mais papel alumínio. Era um bug, então foi necessário restaurar o save e fazer tudo mais uma vez, torcendo para não quebrar de novo.

Além disso, tem um momento na história em que seu objetivo é se cobrir com papel alumínio e ser abduzido. Mas mesmo nesse pedaço não basta encontrar um ET e deixar ele te pegar. Você precisa avançar a história até o momento específico em que isso deve acontecer. Se for pego antes, o jeito é tentar de novo. Ou desistir. E, rapaz, eu quis muito desistir.

ANÁLISE GREYHILL INCIDENT E OS 90 MINUTOS DE SOFRIMENTO

No vídeo acima, que não é meu, você pode ver a campanha completa em menos de 90 minutos. Meu jogo teve tanta repetição que durou umas três horas. Mas isso não significa que eu não tenha sofrido. Pelo contrário, aliás. Cada vez que um grey me pegava e eu tinha que fazer todos os passos do objetivo atual de novo, eu sinceramente queria parar. A única coisa que me dava forças para continuar é justamente quão curto ele era. “Mais alguns minutos e você pode escrever uma análise e ficar livre de Greyhill Incident para sempre”, pensava.

E assim fui. Sofri, mas perseverei. E terminei. E platinei sem nem tentar. Mas a sensação de “agora estou livre para sempre” era a coisa que mais pesava na minha cabeça enquanto os créditos subiam. E você sabe, se jogar para mim foi tamanho suplício, de forma alguma eu desejaria o mesmo para você. Assim, evite Greyhill Incident como evitaria uma sonda anal.