Em agosto de 2019, um moleque chamado Peter ficou perdido nas florestas assombradas de Burkittsville. As equipes de busca não aceitaram minha ajuda no que ficou conhecido como “time verde”. Porém, em dezembro do mesmo ano, Peter ainda estava perdido, e uma nova equipe foi formada. Agora eles precisavam de todo mundo disponível para ajudar e, desta vez, juntei-me à equipe no que viria a ser conhecido como análise Blair Witch.

Dirigi até o local acompanhado de meu fiel cachorro chamado Bullet. Não sei por quais cargas d’água dei este nome a ele. Ele não é rápido como uma bala e sequer curte uns analgésicos. Aliás, eu mesmo não carrego um revólver. Talvez as equipes de marketing da vida real tenham pensado que minha aventura não seria bem sucedida se não tivesse pelo menos uma relação com armas de fogo.

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Apesar do nome idiota, Bullet é um bom menino.

ANÁLISE BLAIR WITCH

Ao chegar na entrada do parque nacional de Burkittsville, percebi que meus colegas de busca já estavam no local. Roubei um walkie talkie que deixaram para um tal de Anthony e segui em frente, rumo à floresta assombrada.

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Logo, aconteceu o que eu já esperava. Levei um tombo e desmaiei. Ao acordar, estava de noite e não sabia mais voltar para a saída. Sem outras opções, continuei em busca de Peter.

Não demorou para que eu constatasse quão escuras são estas florestas. Na maior parte do tempo, eu enxergava apenas o que estava diretamente na frente da minha lanterna. Nem mesmo subir a configuração de brilho da realidade tornou o cenário mais visível. É como se o grande arquiteto do universo, chamado em minha religião de Bloober Team, tivesse ficado tão fascinado com a possibilidade de fazer luz e sombras que esqueceram da luz.

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Durante boa parte da minha aventura, pensei que bastava seguir Bullet para que minha história fosse contada. Infelizmente, as coisas logo ficaram mais complexas. Bullet também se perdeu nos cenários sem variação e demasiadamente escuros da floresta. Por horas e horas, eu vaguei a esmo pela região, e sentia que estava andando em círculos. É como se estas florestas tivessem sido planejadas pelo bom e velho GADU especificamente para darem sensação de confusão.

ALGO SINISTRO VEM NESTE CAMINHO

Eventualmente, começo a perceber que há mais nesta aventura do que um simples fedelho perdido. Bullet encontra algo coberto por folhas, e eu desenterro como uma criança abrindo presentes embaixo de uma árvore de natal.

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Upa-lá-lá, o que será que eu vou ganhar hoje?

Infelizmente, embaixo das folhas não encontrei um novo Xbox Series X, mas um presunto. E não um presunto legal, daqueles feitos com carne de porco. Era um presunto humano. Iécati!

Claramente há algo mais nas florestas de Burkittsville do que a simples assombração da Bruxa de Blair. Alguém está matando pessoas. Tipo, fisicamente. E pela Bloober Team, eu vou encontrar quem é!

LEMBRANÇAS DO PASSADO

Ter um assassino com presença corpórea não significa que não haja assombrações também. De tempos em tempos, Bullet começa a rosnar para alguma coisa. Desesperado, eu começo a girar a luz da minha lanterna tentando ver algo que possa ameaçar nosso bem-estar. Porém, o máximo que consigo encontrar são locais em que a luz brilha mais forte. Deve ser o que os deuses da Bloober Team chamam de combate.

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Logo, minha aventura se torna menos linear e mais confusa. Ao entrar em construções, paredes mudam de lugar quando não estou olhando para elas. Lembrou até quando, um tempo atrás, explorei a casa de um pintor. Ou mesmo quando, ainda este ano, peguei um trabalho de ator em um navio luxuoso. É como se minha vida estivesse sendo roteirizada pelas mesmas pessoas.

Ao entrar na casa onde acreditava que Peter se encontrava, no entanto, a coisa esfriou de vez.

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Eu até tentei salvar meu progresso, mas não tinha ink ribbons.

Acontece que minha aventura se estendeu por muito mais tempo do que deveria. Eu sentia que estava no clímax, que ela acabaria a qualquer momento. Porém, este momento nunca chegava.

Repetidas vezes, eu passava pela mesma escada. Encontrava diversas pessoas olhando para as paredes. Ouvia vozes e desviava de monstros. Porém, a história não avançava. É como se alguém tivesse olhado para minha vida e pensado “está curto demais, encha linguiça ou não poderemos vender a preço cheio”.

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Para piorar, eu tinha pedido comida e realmente gostaria de encontrar Peter antes de meu jantar ser entregue.

FEAR LEADS TO ANGER

Finalmente, minha história foi concluída, embora de forma não satisfatória. Aparentemente, havia alguns finais possíveis, mas em nenhum deles eu estava destinado a viver feliz para sempre. Mundo injusto, meu!

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Pelo menos fiquei feliz de ter encerrado a aventura antes da comida chegar. Se encontrei Peter? Isso é algo que você deve descobrir vivendo sua própria aventura. A minha terminou com um delicioso bife à parmegiana.