A Casa dos Sonhos

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Eu já falei aqui como queria morar em uma casa assombrada. Isso, e morrer de combustão espontânea, são dois dos meus grandes objetivos de vida. Pois Craig, Daniel Craig realizou um desses meus desejos no filme de hoje. Ou pelo menos no início.

Acontece que ele, a esposa e suas duas pimpolhas, acabam de se mudar para uma casa nova. Logo, eles descobrem que a casa foi o palco de um terrível assassinato em que um sujeito matou toda a família. Daí você já pode imaginar por onde o filme vai. E você estaria errado.

Isso porque, ao contrário do que se espera a partir da sinopse, do pôster e do primeiro ato de A Casa dos Sonhos, este não é um filme de casa mal assombrada. Acontece que tem uma viradinha que muda tudo completamente, mas ela não acontece cedo o suficiente para podermos colocá-la como sinopse sem considerar um spoiler. E por isso é realmente difícil falar dele sem soltar mais do que devo.

A tal viradinha muda tudo, é verdade, mas não é inédita. Ainda assim, feita por mãos competentes, pode render um excelente filme. Infelizmente, não é o caso. A Casa dos Sonhos é entediante, não assusta e, pecado capital para um filme de suspense, não intriga.

O começo, em especial, é tão chato que até o segurança contratado pela Warner para evitar que os jornalistas usem celulares para piratear o filme passou os primeiros 20 minutos mexendo no celular, provavelmente jogando o jogo das cobrinhas ou Angry Birds. Infelizmente, como sou mais profissional que o segurança (e mais pobre, pois meu celular nem tela colorida tem, quanto mais jogos), isso não era uma opção para mim, o que me obrigou a ficar batendo a cabeça na fileira da frente torcendo por um traumatismo craniano.

Tutatis não me atendeu, e portanto tive que continuar assistindo ao filme. Depois da viradinha, ele melhora. Bastante! Vai de uma porcaria sem fim para um longa chato. E ainda assim eu fiquei invejando o segurança e seu celular que permite que ele não faça seu trabalho.

Esse é o tipo de filme tão sem graça, e tão genérico, que se eu vier a ler esta resenha novamente daqui a uns meses, provavelmente vou ficar curioso para saber qual é a tal viradinha, pois já a terei esquecido. Rá, evil monkey para você, Corrales do futuro! Agora você vai ter que assistir de novo para saciar sua curiosidade.

Agora você, delfonauta do presente, não seja tão idiota quanto o Corrales do futuro. Não vá atrás deste filme apenas para saciar a sua curiosidade. A viradinha não vale a pena e você já a viu em outros filmes, que a exploraram de forma bem melhor.

NOTA DO CORRALES DO FUTURO: Maldito Corrales do passado! Eu preciso perder essa minha mania de auto-sabotagem!