A Casa do Lago

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Sabe, eu sou um cara romântico. Sou um daqueles bobos que acreditam em alma-gêmea e tal. Mesmo assim, não é qualquer romancezinho genérico que me comove. Para uma história de amor me comover, é preciso algo especial e, se isso acontecer, o filme provavelmente estará entre os meus preferidos.

Quer alguns exemplos de romances que eu gostei? Pois não. Temos Ghost – Do Outro Lado da Vida e Drácula de Bram Stoker (o filme, não o livro) no quesito “amor mais forte que a morte”. Mas ainda existem outros quesitos. Posso citar também o famoso Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança, que é especial por levantar a questão de, se fosse possível apagar um grande amor, você realmente gostaria de fazê-lo? Afinal, todo grande amor tem bons momentos, mesmo que não tenha tido um final feliz. E tanto os bons quanto os maus momentos pelos quais passamos contribuem para formar a pessoa que somos hoje. Por fim, outro que me tocou bastante foi Antes do Pôr-do-Sol, devido ao seu approach mais intelectual para o amor, afinal, trata-se apenas da conversa de um casal que viveu um romance tão intenso quanto rápido há muitos anos. Ah, claro, também não posso deixar de falar de Procura-se Amy, a única história de amor nerd em celulóide que eu já tive o prazer de assistir.

Todos esses filmes me emocionaram e me emocionam por diversos motivos, mas acredito que sejam os únicos romances cinematográficos que conseguiram isso. Pois para cada um desses filmes especiais, surgem dezenas de Brokeback Mountains genéricos. A Casa do Lago está entre os dois extremos. É melhor que os cowboys gays, mas não chega perto do diálogo cabeça do filme de Richard Linklater.

A sinopse é a seguinte: Kate (Sandra “Gogó” Bullock está em 2006. Alex (Keanu “Predestinado” Reeves, também conhecido como o amigão do Guilherme) está em 2004. Por causa de um daqueles inexplicáveis tilts no contínuo de espaço-tempo, a mesma caixa de correio parece servir para os dois como uma máquina do tempo, através da qual eles são capazes de mandar objetos e cartas uns para os outros. Desnecessário dizer que eles se apaixonam. Mas como vencer a barreira do tempo?

A história me lembrou bastante os casais pós-modernos que se conhecem em programas de mensagens instantâneas ou através de comunidades orkutianas e que acabam se apaixonando sem nem se conhecer, mas isso provavelmente foi só uma das muitas viagens da minha cabeça.

O filme é bem legal nas cenas em que os dois interagem, seja pessoalmente ou por cartas. Infelizmente, ao contrário do supracitado Antes do Pôr-do-Sol, decidiram dar uma vida pessoal para os personagens, ao invés de focar apenas no romance. E esses são os momentos mais frios da fita.

Claro que boa parte da história também foi estragada por causa de uma cena logo no início que entrega o fim. Contudo, Hollywood foi bem capcioso dessa vez e conseguiu me enganar e, com isso, me surpreender no final, que é bem legal.

No fim das contas, tivesse focado mais no relacionamento do escolhido com a dona do gogó gigante, teria ganhado muito e era bem provável que eu tivesse mais uma adição para as minhas histórias de amor preferidas. Infelizmente, por causa disso, tornou-se um filme irregular, superior a um filme nada, mas inferior ao efeito que um grande amor tem que ter na nossa vida. E, quem já passou por isso sabe que esse efeito é devastador.

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