Doom Eternal é um jogo muito intenso. Talvez seja o jogo de ação mais rápido e cheio de adrenalina que eu já joguei. Seu segundo DLC, intitulado The Ancient Gods Part Two consegue o impossível: deixa tudo ainda mais rápido. Colocar a palavra turbo no título de um jogo é relativamente comum. Porém, se tem um lançamento que realmente merece isso é este. Bem vindo a nosso Ancient Gods review.

DOOM ETERNAL: THE ANCIENT GODS REVIEW

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A primeira parte de Ancient Gods terminou com o herói Doom Slayer ressuscitando o pintudão do Inferno. Part Two começa com o sujeito fazendo o que faz de melhor: levantando a arma e atirando no diabão. “Aqui não. Essa área é sagrada. Me encontre nesse lugar e a gente sai na porrada”, o malvadão diz. E é isso. Essa é toda a história de Ancient Gods Part Two. E é tudo que você precisa. Afinal, o Doom Slayer não é um cara que precisa de muita motivação ou drama. Ele só precisa de rip and tear, until it’s done.

Ancient Gods Part Two tem quatro fases, sendo a última apenas um chefe. Parece pouco, mas são fases enormes. A primeira, por exemplo, é dividida em três áreas. Eu a comecei lá pelas nove da manhã e só fui passar dela por volta das 15 horas (com pausa para almoço).

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Aquilo não é um inimigo, mas olha só que cenário bonitão!

Aliás, o chefe final também leva um bom tempo (para mim durou cerca de 40 minutos). Ele é basicamente um Marauder em estratégia, e é fácil se manter vivo usando os zumbis que permeiam a arena para recuperar vida. Porém, ele tem cinco (CINCO, cara!) vidas. Tem checkpoint a cada duas vidas, mas o que torna a batalha tão grande é que qualquer ataque que ele acerta em você o cura. Assim, é possível ficar um tempão machucando o desgraçado e, com uma simples fraquejada ou piscadela, ele se recuperar totalmente. É um saco, sinceramente. Eu jogaria The Ancient Gods Part Two de novo, mas provavelmente pararia de jogar quando chegasse no chefe final.

RIP AND TEAR, UNTIL IT’S DONE

Porém, Part Two traz muitas novidades. O anterior seguia a linha tradicional de um DLC, satisfazendo quem queria mais Doom Eternal. A parte dois traz novos inimigos e armas que afetam o loop do combate.

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O Sentinel Hammer deixa o combate ainda mais complicado.

A adição mais significativa é o Sentinel Hammer, um martelão que serve para tontear os inimigos. Você deve combiná-lo com a granada congelante ou com o lança-chamas para fazer os monstros fornecerem saúde ou armadura, respectivamente. Como fonte de restauração, ele funciona melhor em grupos de inimigos, mas mais importante que isso é que ele quebra escudos azuis e aumenta a janela de vulnerabilidade de inimigos quase invulneráveis, como o Marauder.

Aliás, falando em inimigos invulneráveis, tem vários novos tipos que devem ser vencidos de formas altamente específicas. Tem até um novo Imp, cuja única vulnerabilidade é usar a escopeta no modo full auto. Tem também um soldado zumbi com escudo vermelho, que deve ser atacado por trás, mais ou menos como os Pinkies. E tem o mais perigoso de todos, uma versão do demonião Cyberdemon que vem com armadura. É necessário destruir a armadura com o Plasma Rifle no modo microwave e só depois disso você pode machucá-lo. Detalhe: a armadura reaparece em alguns segundos (a não ser que você use o martelão).

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Parece complicado? E é. Combine tudo isso com todos os inimigos do jogo base, inclusive com novas combinações bem punitivas, como Doom Hunters e Marauders ao mesmo tempo. Todas essas novidades garantem que The Ancient Gods Part Two seja bem mais do que apenas “mais Doom Eternal“. É um Doom Eternal muito mais complexo, mais difícil, e ainda mais intenso.

E É POSSÍVEL FICAR MAIS INTENSO DO QUE DOOM ETERNAL?

Pois é, eu também achava que não era. Depois de um combate em Doom Eternal, quando a música parava, e a mensagem de checkpoint aparecia, eu costumava relaxar, voltar a respirar, e sentir meu coração batendo mais rápido. Isso ainda acontece aqui, mas a coisa é tão absurda que eu gargalhava depois que vencia um combate. Algo na linha “caraca, você viu o que acabou de acontecer?”, sabe?

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Um raro momento de respiro.

Isso tudo me fez entender por qual motivo colocaram tantas áreas de plataforma em Doom Eternal – o que também é turbinado por aqui. Não é que o combate seja ruim, muito pelo contrário. Mas ele é tão rápido e tão intenso que deixa fisicamente cansado. É necessário parar de rasgar demônios por alguns minutos para o jogo ser suportável. É quase como fazer exercícios, manja? Tipo, você pode até ter prazer na atividade, mas pausas são necessárias.

Os desafios de plataforma foram turbinados com novas habilidades. O gancho da Super Shotgun, por exemplo, agora pode ser usado como o tradicional gancho do Batman. Você mira em pontos da fase, e é puxado naquela direção. Como Doom Eternal não faz nada de forma relaxada, mesmo essas áreas são absurdas, do tipo que você não acredita o que acabou de fazer quando chega do outro lado.

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Me preparando para um desafio de plataforma.

MAIS INTENSIDADE, MAIS VELOCIDADE

Uma outra novidade nesse DLC é o que o jogo chama de Escalation Encounter. São altares que você encontra na fase que iniciam uma arena de combate difícil e complexa. Cada um desses encontros tem duas fases. A primeira é parte da história: você precisa passar para progredir. A segunda é mais difícil e opcional, e recompensa com cosméticos. Afinal, o Doom Slayer pode ser machão e não gostar de conversa, mas como qualquer um de nós, ele ainda quer se vestir com roupinhas bonitinhas enquanto estraçalha uns demônios.

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Parece uma cena de um Golden Axe moderno, mas é só uma skin do Doom Slayer.

Esses encontros são os pontos mais difíceis de uma campanha que já é, por si só, muito difícil (e eu joguei na dificuldade mais baixa). A combinação de inimigos que aparecem nos segundos encontros é a coisa mais absurda. Eles sempre trazem MaraudersArchvillesDoom Hunters e Cyberdemons versão armadura JUNTOS!

São lutas que, apesar de rápidas e intensas, exigem tanto estratégia quanto habilidade. Afinal, com tantos escudos, nem a BFG é capaz de arregaçar geral. Você precisa focar em um inimigo poderoso por vez, procurar uns fracotes para recuperar recursos, e daí focar em outro pintudo. E você sabe, tudo isso sem ficar parado, pois ficar parado em Doom Eternal é morte. Acredite, é muito mais difícil fazer do que parece.

ANCIENT GODS REVIEW PART DEUX

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Ancient Gods Part Two é tão intenso que, embora em matéria de duração, seja possível fazê-lo em um dia, eu não consegui. Eu simplesmente precisava parar, descansar um pouco e voltar depois. Isso não significa que ele não seja divertido. Ele é MUITO divertido. Mas ele também exige muito do jogador, então pausas são necessárias para que ele continue sendo divertido.

Particularmente, eu acho que a campanha de Doom Eternal é melhor do que os seus DLCs. Por ser mais longa, ela tem mais áreas de respiro, enquanto os DLCs são pura intensidade. Digamos que Doom Eternal é um álbum de heavy metal tradicional, com músicas mais longas, mais curtas, e algumas baladas. Os DLCs, por outro lado, trazem apenas as músicas mais pesadas e intensas, sem pausas para respirar. O lado positivo é que as fases trazem menos gordura. Não há tantos colecionáveis, minigames e desafios opcionais. Por outro, também há menos respiro. Então também é bom, mas é um tanto mais cansativo.

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E já que falamos de música: “Deliver us from EVH”? Por que querem se livrar do Eddie Van Halen?

Como pacote, no entanto, os DLCs de Ancient Gods valem muito a pena. Assim como Doom Eternal, é compreensível que não agradem a todos. Você precisa de fôlego e muita habilidade para encará-los. Mas são muito divertidos, e estão entre os DLCs mais bacanas e completos que eu já joguei.

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