Astro Boy

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Primeira resenha de cinema escrita em 2010 e, veja só, quase um mês depois de ter escrito a a anterior. Acredite, delfonauta, ficar mais de 20 dias sem escrever sobre cinema nesse site é uma proeza digna de ser contada pelos bardos do futuro.

É engraçado como coisas que foram muito importantes para nós na infância acabem ficando por ali mesmo. O Astro Boy teve um grande papel na minha pequenice, mas poucas memórias sobravam. Lembro de ser um robozinho super-poderoso, que morava com um cientista e cujo desenho eu normalmente assistia comendo sorvete de flocos com bolachas de maisena (experimente, é uma combinação bem gostosa). Depois, claro, descobri que se tratava de um personagem do tremendão Osamu Tezuka, que é praticamente um Walt Disney da cultura pop japonesa.

Pois Astro Boy, o filme, é uma história de origem. Após perder seu filho em um acidente causado por um vilão mal e ganancioso, um cientista decide, em luto, criar um robô para servir de substituto ao seu pimpolho falecido. Ele consegue, mas o robozinho não é exatamente idêntico e, isso faz do cientista um panda triste.

Vendo o filme, embora minha memória não consiga dizer quão fiel é ao material original, consigo entender porque o animê foi tão importante na minha mirindade. É um moleque que se sente diferente dos outros, tem um monte de robôs e fortes traços de ficção científica. Algum nerd é capaz de não gostar disso?

Aliás, os coadjuvantes robôs são muito legais e roubam várias cenas. É o caso, por exemplo, do grupo de robôs comunistas (Viva la robolución!) ou dos guardas cujas emoções aparecem escritas em texto no visor. Embora eu não classifique Astro Boy como uma comédia, os coadjuvantes são garantia de gargalhadas.

Mas também tem outras coisas marcantes. A cena na qual o moleque aprende a voar é simplesmente mágica (Não interessa quantas vezes já vimos no cinema um personagem aprendendo a voar ou voando com outro, cenas assim sempre me emocionam).

O principal ponto negativo, como na maioria dos filmes infantis, é a história. É tudo tão batido e tão clichê que, por mais que tenha gostado do longa como um todo, admito que me peguei bocejando em várias partes. A história é basicamente a mesma de Avatar. Porém, Astro Boy não tem toda a pintudice do Imax 3D a seu favor e, dessa forma, perde alguns pontos.

É um filme legal para crianças ou para pessoas que, como eu, têm uma relação afetiva com a obra de Osamu Tezuka. É uma pena apenas que tenham contratado um discípulo de Steve Screenwriter pra fazer o roteiro.