Heavy metal é mesmo uma coisa muito mágica. Tem o poder de empolgar, de nos fazer felizes, de criar amizades. Com o heavy metal, conseguimos até rechaçar invasões alienígenas. Quê? Esta é nossa análise de Gal Metal.

ANÁLISE GAL METAL

Análise Gal Metal, Gal Metal, DMM Games, Delfos
Sinta o poder dos solos de guitarra!

Gal Metal é basicamente um jogo de ritmo focado em heavy metal e em crianças. Quer mostrar para seu pimpolho toda a beleza, o poder e a magia de um bom metal pesado? Gal Metal nele, meu amigo!

Curiosamente, ele tem um modo história bastante elaborado e essencial para destravar as músicas. E os textos estão em inglês, então antes de dar o joy-con para o moleque brincar de Keith Moon (maldito presunto!), você vai precisar jogar toda a história para liberar tudo que o jogo oferece no freeplay.

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A história é bonitinha. Aqui conhecemos um menino e uma menina, que são abduzidos por alienígenas e recebem a notícia de que a Terra será invadida. Para piorar, a mente de ambos é amalgamada no corpo da moça. Eles acabam descobrindo que os ETs são afetados pelo glorioso poder do metal e, por sorte, a menina é baterista de uma banda feminina do estilo.

IF YOU LIKE METAL, YOU’RE MY FRIEND

Curiosamente, o modo história não se resume a tocar as 13 músicas presentes. Há muita, muita história, contada com estética de mangá. E, depois da escola em cada dia, você precisa administrar seu tempo e sua energia. Você vai passar a tarde treinando as batidas que combinam com a próxima música? Ou vai curtir um cineminha com as amigas?

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Mais do que a invasão alienígena, o foco na história é na amizade das garotas e como elas são unidas pelo amor ao metal. Você pode curtir a sua tarde livremente, com quais delas quiser, sempre com um custo de tempo e de energia. Quando um dos dois acaba, é hora de ir para casa dormir, ou então rechaçar os aliens com uns riffs de guitarra viscerais.

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Onde você vai passar sua próxima hora?

Cada atividade escolhida aumenta uma de suas estatísticas. Estas fornecem bônus em pontos durante as músicas. Uma delas recompensa a criatividade, enquanto outra protege dos ataques alienígenas, por exemplo. Você pode construir sua personagem de acordo com a forma que prefere tocar, mas eu optei por ir sempre onde estavam minhas miguxas, para ver o máximo de história possível.

LET US DRINK TO THE POWER, DRINK TO THE SOUND, THUNDER AND METAL ARE SHAKING THE GROUND

Depois de alguns dias, chega a hora do show. Você tem um objetivo de pontos e, ao alcançá-lo, vence os ETs e a história avança. O objetivo no modo história é sempre bem modesto, exigindo bem pouco do jogador. O free play, ao contrário, exige que você realmente saiba o que está fazendo.

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It’s a heavy metal universe, with a heavy metal sound!

É nos shows que o jogo afunda. Você pode jogar usando o touch ou os botões, mas ele foi claramente pensado para que você segure os dois joy-cons separadamente e os movimente como as baquetas de uma bateria. Cada lado faz um som diferente. Porém, ao contrário de um Rock Band, ele não te diz o que tocar.

O que faz tudo desmoronar é que o jogo exige batidas específicas. Durante a parte livre, você pode investir seu tempo e energia para praticar. Lá, o jogo te ensina algumas dezenas de batidas diferentes, e mostra quais delas se encaixam melhor na próxima música. As batidas vêm com referências a bandas clássicas de heavy metal e suas músicas.

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As batidas Harlot e EnterSand são as únicas fáceis.

O primeiro problema é que, tirando as duas da imagem acima, as batidas são bem complexas. O segundo, e principal, é o famoso delay que os equipamentos modernos têm. Guitar HeroRock Band perceberam isso desde o início e traziam um modo de calibragem que resolvia o problema. Gal Metal, ao invés disso, sugere que você use fones de ouvido.

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Achei isso tão absurdo que tirei uma screenshot pra provar.

O problema aí é de hardware. O Switch é o único videogame da atual geração que não traz saída para fones no controle. A saída está na tela. Ou seja, só dá para usar fones no modo portátil e, imagino, desta forma não haveria delay. Além disso, não consegui achar uma forma confortável de jogar neste modo com os controles desconectados da tela (necessário para usá-los como baqueta). Ou seja, ou você joga com delay, ou você joga apertando botões, o que tira toda a graça do jogo.

Isso se torna um problema sério, especialmente porque o jogo é bem exigente para reconhecer as batidas. Não basta tocá-las no tempo certo. É necessário começar a tocá-las no ponto correto da música, e você não tem nenhuma ajuda visual para isso. Basicamente, eu decorava uma batida no treino, e tentava repeti-la durante a música, torcendo para dar certo. Isso quando conseguia fazer o jogo reconhecê-la, pois na maior parte do tempo, tinha a sensação de estar tocando corretamente, mas o jogo não concordava.

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Isso não é um problema para avançar na história. O requisito de pontos é sempre suficientemente baixo para que você possa passar basicamente abanando os braços aleatoriamente. Mas não é legal fazer isso. A graça de Rock Band é que ele dá a sensação real de estar tocando as músicas. Para simplesmente balançar os braços, a gente não precisa de um jogo.

THE POWER OF METAL, THE FORCE TO SURVIVE

Além do visual e da historinha infantil, é basicamente por causa deste gameplay fraco que eu recomendaria Gal Metal apenas para crianças bem jovens. Um pimpolhinho vai se divertir bastante movendo os controles e ouvindo barulho de bateria, sem se importar tanto com o jogo dizendo que ele está tocando mal.

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Finalmente eles aceitaram as maravilhas do metal. Não existe pessoa má que goste de metal.

Para fãs de metal, como eu, acaba sendo engraçado o quanto as protagonistas gostam deste estilo de música. Suas conversas parecem tiradas diretamente de letras do Manowar. Ou, admito, das conversas que eu tinha com meus amigos na adolescência.

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Enquanto tivermos o poder do metal, a Terra está a salvo.

Isso empresta ao jogo um certo carisma e uma graça para aqueles que gostam deste estilo de música. As 13 faixas também são legais e não se engane pelo visual bonitinho, elas são bastante pesadas. Várias delas, inclusive, são versões de músicas clássicas de compositores mais pesados, como BeethovenDvorak.

Infelizmente, na parte que realmente importa, o gameplayGal Metal deixa muito a dever. A moda dos jogos de ritmo passou, mas ele não chega nem perto dos clássicos Guitar HeroRock Band. Até mesmo Happy Drummer funciona melhor, ainda que suas músicas não sejam metal.

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Então, a não ser que você queira especificamente doutrinar seu mini-me nas maravilhas do metal, há opções melhores no gênero de jogos de ritmo.