Os melhores games de todos os tempos segundo o Corrales

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Bem-vindo, caro delfonauta, a mais um super-hiper-mega-extra-tremendão especial delfiano. A idéia para este especial que está agora na tela do seu computador surgiu quando fizemos este textão. Se escolhemos os melhores jogos de PS2, por que não escolher os melhores games da história, certo? Pô, mas só cinco? Pois é, dentre tantos jogos legais, escolher apenas cinco parecia um tanto injusto, então resolvi deixar isso a cargo dos delfianos. Cada um pôde escolher se gostaria de eleger cinco ou dez jogos para sua lista. Ao longo das próximas semanas, você terá a oportunidade de ler cada uma dessas listas, totalizando sete textos. E como curiosidade, neste especial estão aqueles que são os últimos textos escritos para o DELFOS pelo João Paulo Rezek e pelo Júlio Rogas, o que significa que pode ser sua última oportunidade de conferir um texto inédito dos caras! =]

O critério de escolha, como sempre, vai do gosto de cada um. Alguns de nós preferiram escolher jogos que envelheceram bem. Já outros escolheram aqueles que ocupavam um lugar especial no seu coração. Eu fiz uma mistura entre esses dois critérios, cortei qualquer coisa que envolvesse empurração de caixas e acabei fechando com os jogos abaixo. Já aviso que, de todos os delfianos que participaram, essa é a única lista que não foi tão influenciada pelo fato de eu preferir a Sega à Nintendo. Tentei escolher os jogos independente de plataformas, ao contrário do Bruno Sanchez, por exemplo, que se proibiu de escolher qualquer coisa do Mega Drive. Leia aí e divirta-se. Para ser sincero, eu provavelmente nunca vou reler este texto, pois sei que logo vou perceber que esqueci algum e vou querer me punir com algumas centenas de chibatadas. E não deixe de voltar nas próximas semanas para conhecer os outros melhores jogos da história. Vamos publicar um ou dois por semana até todos os sete estarem publicados!

Menções Honrosas: Oinc (Atari 2600 – o primeiro jogo para dois jogadores simultâneos que joguei, um controlava o Lobo Mau que tentava comer o porquinho, controlado pelo outro jogador), Streets of Rage 2 (Mega Drive – um beat’em up deveras marcante e com uma guria que dividia o nome com um dos vocalistas do Iron Maiden), Golden Axe (Mega Drive/Master System – outro beat’em up deveras marcante, mas este é totalmente power metal), Doom (PC – o primeiro FPS que eu joguei e que me marcou tanto que por muito pouco não entra na lista abaixo), Teenage Mutant Ninja Turtles (Arcade – um ótimo beat’em up, lançado no auge do desenho das Tartarugas Ninja e que marcou as infâncias de todos os delfianos e de muitos delfonautas. Só não entrou na lista abaixo porque realmente não envelheceu bem), TMNT IV – Turtles In Time (Super Nes – o melhor beat’em up com as tartarugas mutantes, adolescentes e ninjas), TMNT – Tournament Fighters (Super Nes – um jogo de luta mano a mano com as discípulas do Splinter), Nights – Into Dreams (Saturn – talvez o jogo mais fofo e onírico que eu já joguei), Shadow of the Colossus (PS2 – uma experiência única, mas com enrolação demais para entrar na lista), God of War (PS2 – um beat’em up tremendaço, que tinha tudo para ser o melhor da história, mas foi estragado por puzzles genéricos e por empurração de caixas).

Vamos agora aos 10 melhores games da história segundo eu mesmo! =]

10 – Montezuma’s Revenge

Plataformas: Atari 2600, Atari 5200, Apple II, ColecoVision, Commodore 64, PC, Master System e ZX Spectrum

Editora/Desenvolvedora: Robert Jaeger/Parker Brothers

Ano: 1984

Como é: O primeiro jogo de plataforma que eu joguei. Como era um reles infante com uns quatro aninhos (menos da metade da idade que o DELFOS tem hoje), chamava-o de “Detetive”. Afinal, era completamente incapaz de dizer o complicado título. Você é um pixel colorido que usa chapéu e sai por aí pulando pixels brancos giratórios (que deveriam ser caveiras) e atravessando pixels que sumiam e reapareciam (que eram portas laser ou algo assim). Ganhou uma continuação em 1996, chamada Montezuma’s Return. Uma curiosidade é que Montezuma’s Revenge é uma expressão utilizada por estadunidenses para designar uma diarréia que viajantes podem pegar ao visitar o México.

Por que está aqui: Apesar da tiração de sarro acima, tinha gráficos muito legais para a época e uma jogabilidade que para mim era inédita. Nada daquela fórmula Pac-Man, de uma fase igual à outra. Este game realmente tinha fases e objetivos e foi, sem nenhuma dúvida, meu primeiro jogo preferido.

9 – Final Fight

Plataformas: Arcade

Editora/Desenvolvedora: Capcom

Ano: 1989

Como é: Você escolhe entre três brutamontes (um bem maior que os outros, é claro) e sai em uma missão muito simples: salvar a mina de um deles. Para isso, você vai andando para a direita, dando porrada em tudo que se mexe e comendo um monte de porcaria que encontra pelo chão. Hell, yeah! Isso é que é old-school, mano! E isso que é jogo de macho! This is Sparta! Para completar, ainda trazia um monte de referências à cultura Pop, sobretudo ao nosso amado Rock’n’Roll. Por exemplo, um dos chefes chama Abigail e usa maquiagem. Desnecessário relacionar isso ao King Diamond, né? Outros inimigos também têm nomes conhecidos, como Poison, Sodom e, é claro, a famosa dupla Axl e Slash. Ah, também saíram daqui muitos personagens que apareceriam em outros games, sobretudo na série Street Fighter, como Guy, Cody, ou o já citado Sodom.

Por que está aqui: Se Double Dragon é considerado o primeiro beat’em up da história, Final Fight sem dúvida marca a maioridade deste gênero tão tremendão. Sem exagero nenhum, os games de porrada se dividem entre antes e depois de Final Fight. Se você nunca jogou, trate de remediar isso agora. Final Fight proporciona aquele tipo de diversão livre de caixas que só os games dos anos 80 e 90 são capazes de proporcionar.

8 – Street Fighter II

Plataformas: Arcade e praticamente todos os outros videogames pós-Super Nes que já existiram.

Editora/Desenvolvedora: Capcom

Ano: 1992

Como é: O responsável pela popularização do gênero “porrada mano a mano” e pela superexposição desses jogos nos anos seguintes, culminando com sua decadência e sumiço. Você com certeza já jogou uma das suas milhares de versões, afinal, é um dos jogos mais adaptados e vendidos da história.

Por que está aqui: Porque eu sou craque nele e desafio qualquer delfonauta a ganhar de mim! Bwa-haha! Falando sério, além de representar um dos games que eu mais joguei na vida e que é divertido até hoje, ele também traz à memória a época em que os jogos de luta dependiam de habilidade, não de decoreba. Quando para ganhar de um molequinho de 12 anos se tornou necessário decorar um 157 hit-combo, eu simplesmente perdi o interesse pelo gênero. Eu sou da época em que o Shouryuken quádruplo já era um evento, daqueles que juntava a galera no fliperama para assistir. E normalmente eu era o que desferia o golpe. Depois de fazer isso, ganhar a batalha e ser aplaudido, eu saía abraçado com duas ruivas e um sanduíche de bacon. Tudo bem, essa última parte só acontecia na minha imaginação (afinal, não vendiam bacon em fliperamas), mas mesmo assim é uma lembrança que eu guardo do lado esquerdo do peito. Realidade é para aqueles que não aguentam a fantasia!

7 – Black Belt

Plataformas: Master System

Editora/Desenvolvedora: Sega

Ano: 1986

Como é: O primeiro beat’em up que joguei. Você joga com Riki, um faixa preta cuja namorada foi raptada. Sua função é mostrar para os vilões que eles cometeram um big mistake. A ação ainda era lateral, ou seja, o jogador podia andar apenas para a esquerda ou para a direita, não nas oito direções permitidas pelos beat’em ups na linha Double Dragon. Durante as fases, você lutava contra centenas de vilões genéricos (cada estágio apresentava apenas um tipo de inimigo e alguns sub-chefes) e, no final, enfrentava um chefão no mano a mano, um verdadeiro precursor de Street Fighter. Cada chefe exigia alguma tática específica que, na época pré-internet, tinha que ser descoberta por conta própria. Outra coisa legal é que nessas batalhas os personagens ficavam grandes e mais detalhados.

Por que está aqui: Esse jogo é a definição do valor sentimental. Além de ter sido um dos meus primeiros jogos de Master, presente da minha querida vovó, eu fiquei semanas até terminá-lo, pois travava em quase todos os chefes. À noite, depois do jantar, minha mãe costumava sentar comigo no videogame e ficávamos tentando descobrir como passar dos maledetos. Lembro como foi legal quando, depois de vários dias, descobrimos como tirar energia do desgraçado Oni (você precisava ir para um canto, deixar que ele batesse e revidar logo em seguida).

6 – Guitar Hero II

Plataformas: PS2/Xbox 360

Editora/Desenvolvedora: Harmonix/Redoctane/Activision

Ano: 2006/2007

Como é: Um Dance Dance Revolution com uma guitarrinha de brinquedo e trilha sonora roqueira. E isso muito me agrada.

Por que está aqui: Porque é um daqueles jogos simples, viciantes e absurdamente divertidos. O primeiro eu não joguei, o terceiro me decepcionou e depois disso foi ladeira abaixo para a série, que foi ultrapassada em todos os quesitos pelo Rock Band (que também está em decadência hoje). Então cabe a essa segunda parte ilustrar gloriosamente esta cobiçada lista. Apesar do excesso de Heavy Metal e de algumas músicas muito mal escolhidas (quem foi o imbecil que escolheu You Really Got Me e Hush para representar, respectivamente, Van Halen e Deep Purple? As duas músicas são covers, caramba!), também traz muita coisa boa. E tocar o solo de Free Bird é uma experiência inesquecível.

5 – Gears of War

Plataformas: Xbox 360/PC

Editora/Desenvolvedora: Microsoft/Epic

Ano: 2006

Como é: Em uma época dominada por caixas, sidequests e “entre-fases” que duram mais que as fases, ele surgiu gloriosamente, trazendo o que toda uma geração de gamers queria. Simplesmente saia andando pelo único caminho, possível matando qualquer um doido o suficiente para ficar entre você e seu objetivo. E deixe explorações, missões abertas e puzzles para os maricas que não gostam de explosões.

Por que está aqui: Imagine um cara que passou mais de 10 anos sem pegar ninguém. Veja bem, não é que ele não tentou. Ele inclusive fez coisas de que não se orgulha muito em suas tentativas, mas é como se, de uma hora para a outra, todas as mulheres em idade pegável do planeta tivessem sumido, e sobrado apenas as velhinhas. Daí, quando ele menos espera, aparece uma ruiva e uma oriental, ambas deliciosas, segurando uma pizza de bacon e se oferecendo para ele. O que esse cara hipotético sentiria representa exatamente como milhões e milhões de gamers ao redor do mundo sentiram quando colocaram Gears of War no seu Xbox 3RL e constataram que, depois de mais de 10 anos em busca de um bom jogo de ação livre de empurração de caixas, sidequests e demais pentelhações, finalmente o haviam encontrado. Sem exagero, desde o final dos anos 90, parece que todos os jogos de ação pura sumiram da face da Terra. Gears veio para acabar com a seca de todos nós e mostrou que ainda existia mercado para ação pura. O resultado é que a geração atual tem jogos de ação em quantidade e qualidade suficientes para todo mundo que estava na seca desde a era do PS1. E eu agradeço à Epic por isso concedendo à maravilha em questão o quinto lugar nesta lista.

4 – Sonic The Hedgehog

Plataformas: Mega Drive

Editora/Desenvolvedora: (cantando) Seeeega!

Ano: 1991

Como é: Você é um porco-espinho hiperativo que tem que salvar seus amiguinhos fofos de um cientista maluco que não consegue decidir se seu nome é Eggman ou Robotnik. Sonic substituiu o Alex Kidd como o mascote da Sega e fez o encanador bigodudo da Nintendo suar frio por ter encontrado um competidor à altura.

Por que está aqui: Um dos jogos de plataforma mais fofos, divertidos e conhecidos da história. Embora tenha ficado até melhor em suas primeiras continuações, decidi premiar esta primeira parte por seu valor histórico. O Sonic é basicamente um Super Mario para crianças hiperativas, e eu era (sou?) uma delas.

3 – Toe Jam & Earl

Plataformas: Mega Drive

Editora/Desenvolvedora: Sega

Ano: 1991

Como é: Este é talvez um dos jogos mais estranhos da história. Você controla um dos dois simpáticos alienígenas que emprestam seu nome ao título e saem viajando pela Terra em busca dos pedaços de sua espaçonave perdida. Só que, como todos nós sabemos, este planetinha é conhecido no universo por seus habitantes sádicos e pouco prestativos. Ganhou uma continuação também para Mega Drive que, embora seja bem legal, é um side-scrolling mais padrão.

Por que está aqui: É o primeiro jogo que conheci a flertar descaradamente com o humor nonsense. Uma de suas inovações, pelo menos para mim, era que os jogadores podiam se separar e procurar separadamente pelas peças da nave ou pelos elevadores que permitiam avançar para a próxima fase. Era possível até mesmo cada um estar em uma fase diferente. Este jogo não foi um imenso sucesso comercial, mas aqueles que o jogaram nunca mais o esqueceram. Ele era lindo, engraçado, com uma trilha sonora muito legal e simplesmente diferente de todo o resto que existia antes ou que viria a existir depois. Um daqueles raros momentos de inspiração divina não poderia ser recompensado com nada abaixo da medalha de bronze.

2 – Super Mario Bros.

Plataformas: Nintendinho

Editora/Desenvolvedora: Nintendo

Ano: 1985

Como é: Se você não conhece este jogo, acho que não poderemos mais ser amigos. Seja como for, aí vai a descrição: você é um encanador bigodudo e pequerrucho que tem que salvar uma princesa raptada que é quase o dobro do seu tamanho. No caminho, você come cogumelos e plantas, que deixam o personagem tão doidão que ele acredita ter crescido ou se tornado capaz de soltar fogo pelas mãos.

Por que está aqui: Meu coração seguista hesitou ao colocar o Mario na frente do Sonic, mas eu resolvi ser justo. Super Mario Bros. veio antes e, quando eu coloquei minhas mãos no primeiro Sonic, tudo que eu queria era que ele fosse tão bom quanto o primeiro jogo da série Mario. Ele até era, mas não dá para negar que o mascote da Nintendo marcou mais a minha infância e, mesmo tendo ganhado jogos superiores posteriormente, como o clássico Super Mario Bros. 3, o valor sentimental dessa primeira parte é simplesmente inegável e digno de levar a medalha de prata neste meu Top 5 com 10 posições.

1 – The Curse of Monkey Island

Plataformas: PC

Editora/Desenvolvedora: LucasArts

Ano: 1997

Como é: Você é Guybrush Threepwood, um poderoso pirata! Ou quase isso! Na verdade, você é um nerd incapaz de falar algo articulado diante de uma presença feminina e que gosta de se apresentar como pirata para qualquer estranho, mesmo que não consiga lutar melhor do que um fazendeiro. Ou do que uma vaca.

Por que está aqui: És el Pollo Diablo! Este é o melhor exemplar da série Monkey Island que, por sua vez, é a melhor série de adventures da história. Guybrush é o protagonista mais simpático e carismático da indústria dos games e Murray, a diabólica caveira malvada, é o melhor coadjuvante e, quiçá, o personagem mais malvado já publicado, apesar de dar tanto medo quanto uma porta (mas uma porta bem malvada). Os gráficos são tão perfeitos que é como assistir a um desenho animado e a dublagem é primorosa, com o óbvio destaque para o Murray e o Guybrush. Como se isso tudo não bastasse, é inegavelmente o jogo mais engraçado da história e, sem exagero nenhum, uma das coisas mais engraçadas que a cultura terrestre já foi capaz de produzir, envolvendo qualquer forma de arte e/ou comunicação. Se o caro delfonauta gosta de comédia e de games, e não jogou esta série, eu tenho pena de você. Cuidado! Atrás de você, um macaco de três cabeças!

Mantenha-se delfonado para a lista do resto da galera. Na semana que vem teremos um duelo de titãs entre Sega e Nintendo, com as listas do Bruno e do Rezek, cada um defendendo sua fabricante preferida. Como sempre, os comentários estão abertos para a sua própria lista.

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