Tenebre – Heart’s Blood

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Como parece ser o padrão dos discos que caem na minha mão para resenhar, eu nunca tinha ouvido falar no Tenebre, uma banda sueca, igual ao Roxet…, quero dizer, Dark Funeral. Sinceramente, já tô ficando de saco cheio de começar as resenhas com o mesmo parágrafo, essa justificativa de não conhecer a banda, coisa e talz, mas, ei, honestidade acima de tudo.

Bem, bem, vamos lá. O disco em questão se chama Heart’s Blood. Verdade seja dita, é um nome bobo e que não gera nenhuma expectativa pela música. Antes fosse Lung’s Air ou Scrotum’s Testicles. Além do mais, eu tinha visto pelo release que é uma banda gótica. Respirei bem fundo, fiquei preparado para o pior, mas até que enfim uma boa surpresa: o som do Tenebre desceu muito bem, ao contrário daquelas bandinhas “olha-só-mamãe-eu-quero-ser-o-Nightwish” com vocais operísticos femininos.

E como é o som da banda? Parecidíssimo com o Type O Negative da época do October Rust, mas talvez um pouco menos lento. O vocalista Kalle Metz tem o timbre de voz relativamente parecido com o do Peter Steele, embora menos grave, e os riffs têm tudo a ver com os do Type. O Halloween já passou, mas esse tipo de música combinava bem com o clima da data. Ah, e aproveitando o espaço para mudar rapidamente de assunto, quem mais aí acha ridículo ver aqueles cartazes “Halloween é Satanismo. O Brasil é um país cristão. Abaixo os Estados Unidos!” ou coisa parecidíssima? Será que foi o Torquemada quem os colocou?

Achei a produção do disco um pouco abafada para os padrões atuais, e, na mixagem, os vocais estão muito sobressaídos em relação às guitarras. Acho que essa “prioridade” de voz funciona bem para bandas mais, digamos, climáticas, como o Tenebre, então isso não é motivo para reclamação, mas realmente a produção poderia ser mais limpa.

Então vamos logo às faixas mais legais do disco. Mistress Of The Dark, a segunda, tem todo aquele clima de Metal Gótico europeu, e é um ótimo exemplo do som da banda. Nightmare tem até um certo clima Rock n’ Roll, refrão maneiríssimo e é a minha preferida. O álbum é bacana, e é mais que recomendado para quem gosta do estilo.

Resumindo, este disco não mudou minha vida para pior e nem para melhor. Leva três Alfredinhos. Não, não, pensando bem, três Alfredinhos e meio. Até porque não tem nenhum vocal operístico, e isso é sempre bom.

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