Sr. & Sra. Smith

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(suspiro nostálgico) Ah, os filmes de ação! Gênero tão popular nos anos 80 (ah, vai dizer que você não acha o Schwarzenegger um tremendão), mas que ultimamente não chama mais minha atenção como antes. Não sei se é porque cresci ou o gênero está mesmo em decadência, mas o fato é que não me empolgo mais com os filmes do estilo. Uma exceção foi A Identidade Bourne, um bom exemplar, que gerou uma continuação ainda melhor, A Supremacia Bourne.

Eis que Doug Liman, diretor da primeira aventura de Jason Bourne, nos entrega outro filme de ação que também se destaca da mediocridade do meio. Porém, que fique bem claro: Sr. & Sra. Smith não chega a ser tão bom quanto os filmes do agente secreto desmemoriado. Este filme, apesar de toda a sua movimentação acelerada, tem como grande trunfo o humor, fator responsável por deixá-lo acima da média.

O humor provém das situações proporcionadas pela insólita trama do filme: dois matadores profissionais, John (Brad Pitt) e Jane (a bocuda sexy Angelina Jolie) se apaixonam e casam-se sem que um saiba das atividades profissionais do outro. Alguns anos depois, eles vivem uma crise conjugal justamente por culpa dos segredos e da desconfiança.

Um belo dia os dois acabam pegando o mesmo contrato e finalmente seus caminhos se cruzam. Descoberta a verdade, não resta ao casal nada a fazer a não ser eliminar sua cara-metade. E são justamente as hilárias tentativas de um matar o outro, sem realmente querer fazê-lo, o ponto alto do filme.

Isso sem falar na química dos protagonistas. Brad Pitt está hilário e Angelina Jolie não fica atrás. Quando os dois estão juntos em cena podemos ver as faíscas entre eles, às vezes até literalmente (que posso dizer? Adoro piadas infames).

Há ainda a presença de Vince Vaughn – num papel coadjuvante não creditado, como o colega de profissão de John que mora com a mãe – e de Adam Brody, o nerd do seriado The O.C. basicamente interpretando seu personagem na série, Seth Cohen. Porém, um alerta a quem for fã do rapaz, apesar de ser o terceiro nome nos créditos, ele aparece pouquíssimo.

Quanto ao filme em si, é mais um exemplar com todo aquele apuro técnico que só Hollywood consegue produzir. Completamente despretensioso, sua única finalidade é ser um bom passatempo para quem for assistí-lo em um domingo no shopping. Provavelmente nem terá continuação, já que a coisa mais interessante, sua premissa, não será mais novidade.

As cenas de ação são bem feitas e bacanas, porém não são nada que você já não tenha visto antes. Mas preciso dar um destaque para o tom dessas cenas. O casal assassino mata uma penca de pessoas, como se estivessem jogando fliperama. Claro, isso é normal no cinema de ação, porém, a diferença é que não há aquele moralismo chato dos estadunidenses. Para os Smiths (o casal, não a banda), eliminar quem estiver no caminho é uma tarefa tão frugal quanto escovar os dentes. Mas também, o que mais poderíamos esperar? Afinal, eles são profissionais!

É o humor que faz a diferença. O filme começa com uma cena engraçadíssima do casal Smith numa sessão de terapia conjugal. Méritos para o roteiro, com diálogos espertos, a direção de Liman (que parece ter gostado de dirigir filmes de ação) e dos protagonistas. Claro que são rostinhos bonitos para atrair o público, porém são talentosos e realmente parecem ter se divertido muito nas filmagens.

Enfim, este filme provavelmente irá faturar alto nas bilheterias, objetivo principal de qualquer produção, e só. Quem sabe ano que vem saia outro filme de ação interessante. Fique ligado no DELFOS para descobrir.

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