Segundo a cartela que abre o longa, a paralisia do sono é uma condição médica que faz com que quem sofra dela fique incapaz de se mexer ou falar diretamente antes de dormir ou logo depois de acordar. Mas, no fim das contas, isso não faz absolutamente nenhuma diferença para o andamento de Sono Mortal.

Depois que sua irmã gêmea morre num ataque de paralisia do sono, Kate passa a sofrer do mesmo problema e só então descobre que as aparentes loucuras que sua maninha dizia passar nesses ataques são reais. Acontece que ela falava que estava sendo perseguida por uma entidade sobrenatural que a sufocava quando não podia se mexer ou gritar por ajuda.

E sendo este um filme de terror, é claro que o encosto é real e vai atrás de Kate e seus amigos. Agora ela precisa dar um jeito de confrontar e vencer este mal antes que ela vire a próxima a morrer dormindo.

No fim das contas, o enredo da paralisia do sono acaba sendo praticamente inútil, visto que todas as vítimas são atacadas quando já estão dormindo. Daí elas ficam num estado onde não sabem direito se estão acordadas ou sonhando. É aí que a coisa ataca. E o delfonauta mais desperto (hah!) já percebeu que este é exatamente o mesmo modus operandi de um certo Freddy Krueger.

Pois é, Sono Mortal é tão chupado de A Hora do Pesadelo que é praticamente uma cópia de quinta categoria. As únicas diferenças é que aqui a coisa ataca gente de todas as idades e não só adolescentes e ao invés do tremendão Freddy Krueger temos uma velha genérica.

Delfos, Sono Mortal, Cartaz

Até mesmo a forma de se combater a coisa, com alguém indo dormir para pegá-la no sonho e alguém ficando acordado para vigiar a pessoa e despertá-la caso ela tenha problemas é exatamente o mesmo.

Mas tirando isso, o resto é totalmente diferente, visto que este filme é chato, arrastado e modorrento em sua falta de criatividade e em sua condução preguiçosa. Por não haver absolutamente nenhuma novidade, fica ainda mais chato por sabermos exatamente tudo que vai acontecer.

Os diálogos chegam a ser risíveis. Tem um particularmente tosco, quando o tal especialista que está tentando ajudar Kate fala que já revisou centenas de registros médicos e percorreu o mundo e nunca achou alguém que tenha vencido a coisa. Ao que alguém rebate com um “você procurou nos fóruns da internet?” e o cara, sem qualquer pingo de sarcasmo, solta um “não tinha pensado nisso…” Dã! A coisa é desse nível.

Não perca tempo com isso. Se você quer ver um terror bom sobre gente morrendo e sendo atacada enquanto dorme, reveja A Hora do Pesadelo original. Afinal, os clássicos nunca saem de moda. Sono Mortal é o que você inevitavelmente sentirá se teimar em assistir a este filme!

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
sono-mortalTítulo: Dead Awake<br> País: EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Terror<br> Duração: 99 minutos<br> Distribuidora: Europa Filmes<br> Diretor: Phillip Guzman<br> Roteiro: Jeffrey Reddick<br> Elenco: Jocelin Donahue, Jesse Bradford, Jesse Borrego e Lori Petty.