Silent Hill: Revelação

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Toda minha experiência com os games de Silent Hill consiste em ter assistido ao Rezek jogar em algumas ocasiões. Mesmo não conhecendo muito bem o universo da franquia, até que achei o primeiro filme bem decente. Não foi nenhuma maravilha, mas foi capaz de criar um clima sinistro e optou por privilegiar a história sobre os sustos fáceis.

Eis que chega agora aos cinemas tupiniquins, com muito atraso, o segundo longa da franquia, Silent Hill: Revelação. Para minha surpresa, trata-se de uma continuação direta do filme anterior. Digo isso porque a película original é de 2006, o que torna esta sequência bastante tardia. E, neste caso, o caminho mais natural sob a ótica hollywoodiana teria sido optar por uma nova história.

Mas enfim, já que ela está aí, não resta mais nada a fazer senão apresentar a sinopse. Após os eventos do primeiro filme, Sharon e seu pai passam a vida mudando-se constantemente de cidade e até de nomes, tudo para fugir da seita maluca de Silent Hill, que quer levar a agora adolescente de volta para lá a todo custo.

E quando o pai é sequestrado pelo culto, é justamente para a sinistra cidade que Sharon (ou Heather, como passa a se chamar) ruma, na esperança de resgatá-lo e de talvez acabar com o pesadelo de uma vez por todas. De quebra, ainda vai descobrir algumas coisas sobre sua origem e também terá a companhia de outro jovem, interpretado pelo Jon Snow de Game of Thrones.

Se o primeiro longa tinha o mérito de ser mais orientado pela trama que pela quantidade de sustos ou momentos tensos, este aqui é justamente o contrário, o que o torna um filme de terror bem comum. Na verdade, ele é mesmo absolutamente genérico, cheio de momentos “bu” que não pegam nem uma criancinha ingênua.

Conta também com aquela velha mania de adaptações cinematográficas de videogame, de tentar enfiar na tela o máximo possível de elementos do jogo, mesmo que isso não tenha a menor função para o desenrolar da trama. E aí voltamos também àquele tradicional problema de que, para simplesmente fazer isso, é melhor ficar com o jogo, onde você controla as ações.

E para completar, todos os principais nomes do elenco, que estampam a versão nacional do cartaz (a saber: Sean Bean, Malcolm McDowell e Carrie-Anne Moss) possuem pouquíssimo tempo de tela. Seus papéis são praticamente participações especiais. Os protagonistas são mesmo os dois jovens.

Silent Hill: Revelação é um filme bastante esquecível. Até tem um visual competente, onde algumas das criaturas lembram muito os cenobitas dos filmes Hellraiser, mas é muito pouco para levantar sua bola. Fãs mais empolgados da franquia de jogos podem até sentir uma curiosidade mórbida em assisti-lo. Mas se forem mesmo fazê-lo, eu esperaria passar na TV.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
silent-hill-revelacaoPaís: França/EUA/Canadá<br> Ano: 2012<br> Gênero: Terror<br> Duração: 94 minutos<br> Roteiro: Michael J. Bassett<br> Elenco: Adelaide Clemens, Kit Harington, Carrie-Anne Moss, Sean Bean, Radha Mitchell, Malcolm McDowell, Martin Donovan e Deborah Kara Unger.<br> Diretor: Michael J. Bassett<br> Distribuidor: PlayArte<br>