Scooby-Doo 2: Monstros à Solta

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É engraçado como, embora o tempo passe em uma velocidade indescritível depois que você passa dos 15 anos, poucas coisas realmente mudam. Até há pouco menos de 20 anos, me divertia assistindo desenhos da Warner/Hanna Barbera na TV, desenhos da Disney no cinema e lendo gibis. Hoje, quase completando um quarto de século de vida, me divirto assistindo a desenhos da Warner/Hanna Barbera na TV, desenhos da Disney no cinema e lendo gibis. A única ressalva é que, além da TV, tenho a possibilidade de assistir meu herói de HQs predileto (o Homem-Aranha, caso você não saiba) e aos desenhos que animaram minha infância (Scooby-Doo e Garfield, para citar dois exemplos) no cinema em versões de carne, osso e computação gráfica. A maior diferença nessa história é a Disney, que vai deixar de fazer aqueles desenhos belíssimos que me entretiam em meus anos de inocência para investir apenas em animações de computação gráfica. Mas isso é outra história, o assunto aqui é Scooby-Doo 2: Monstros à Solta.

Parece que a imprensa brasileira, bem como boa parte do público é unânime ao dizer que a continuação do filme do cachorro medroso é melhor do que o primeiro. Bom, prepare-se, pois lá vou eu ser do contra de novo: não é.

Admito que eu realmente me diverti muito na primeira parte, que era um filme para o qual não tinha nenhuma expectativa. Conseqüentemente, já que todos acharam a segunda parte melhor, eu criei Grandes Esperanças (assim mesmo, com maiúsculas, para ver se alguém capta a referência) para este Monstros à Solta. Infelizmente, elas foram frustradas. Não sei se por causa do filme em si, ou pelo pivete que ficava chutando minha cadeira apesar de minhas incessantes reclamações e olhadas com cara de mau (Acho que preciso melhorar minha cara de mau, ela não assusta ninguém). Vamos imaginar que foi pelo filme. Continua abaixo…

A estória começa com nossos heróis Fred (Freddie Prinze Jr.), Daphne (Sarah Michelle Gellar), Velma (Linda Cardellini), Salsicha (Matthew Lillard) e é claro, Scooby-Doo chegando em um museu onde estão expostas as fantasias de vários vilões que nós, expectadores, conhecemos dos desenhos. Lá estão o Cavaleiro Negro e o Mineiro de 49 apenas para expor alguns dos mais conhecidos. Problema: o fantasma do Pterodátilo cria vida, faz uma bagunça e aparece um mascarado dizendo que quer tirar as máscaras do pessoal da Mistérios S. A..

Confusão armada, começam as piadas e bagunças, geralmente protagonizadas por Scooby e Salsicha, é claro. Assim como nos desenhos, os dois personagens roubam a cena. Principalmente porque, como estão se sentindo inúteis no grupo, resolvem se separar da turma para tentar provar sua importância para os amigos. Qualquer pessoa já percebe que isso vai dar em confusão e já começa a aguardar ansiosamente por ela.

O grande problema é a ausência do clima inocente do desenho e do exagero nas piadas com flatulência e afins (falha já presente no primeiro filme). O vilão também é bem previsível e eu consegui acertá-lo duas vezes antes do final (quem já assistiu vai entender o que eu quero dizer), embora não tenha adivinhado que seria da forma como foi apresentado.

Outra falha é que a Velma está bonita demais, chegando até a ofuscar a Daphne em diversos momentos. É verdade que ela não está tão linda quanto no primeiro filme. O pessoal da maquiagem deve ter percebido sua beleza no antecessor e feito uma séria maquiagem para “enfeiá-la” (e deve ter sido um trabalho árduo), mas não deixaram ela feia o suficiente para acreditarmos que ela é uma menina com problemas para se sociabilizar, coisa que a Velma do desenho faz muito bem.

Os efeitos especiais me deixaram dividido. Enquanto os vilões estão todos muito legais, Scooby-Doo simplesmente parece não estar presente nas cenas, já que é comum vermos as mãos dos atores humanos ultrapassarem sua carne quando vão encostar nele. O povo dos computadores devia ter prestado mais atenção.

O grande destaque do filme, além da dupla Salsicha e Scooby vai para os vilões, sobretudo para o Cavaleiro Negro e para os Esqueletinhos, ambos responsáveis pelas cenas de ação mais divertidas do filme.

Scooby-Doo 2 é um filme que poderia ser melhor mas que, ainda assim, vale a pena ser assistido. Apenas tome cuidado para não sentar na frente de um pivete mal-educado.

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