Reino Escondido

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Meros dias atrás, conversando sobre animações com uma amiga, eu comentei que a Dreamworks está sempre fazendo filmes com animais – Madagascar e Kung Fu Panda, por exemplo –, mas seus momentos mais inspirados vieram protagonizados por humanos, como em Megamente, Monstros vs. Alienígenas, Como Treinar Seu Dragão e o clássico O Caminho Para El Dorado.

Graças a isso eu percebi que Reino Escondido também é o primeiro longa do Blue Sky Studios que não conta a história de um animal (ou de um Robô). Mas pelo jeito, a mudança aqui não teve o mesmo efeito que tem na casa do Shrek, porque este é um dos filmes mais genéricos que o estúdio fez até hoje.

Nele conhecemos Maria Catarina ou, como ela prefere, MC, uma moça que está voltando para a casa onde cresceu para tentar se reconciliar com o pai. Mas eles não se entendem muito bem, porque ele tem algo de cientista louco e está tão obcecado em provar a existência de uma civilização de minúsculos habitantes da floresta, que mal dá atenção para a pobrezinha. No entanto, ela mesma vai acabar encontrando esse reino e conhecendo seus habitantes.

Entre eles estão a Rainha Tara, responsável não só por governar, mas também por manter a vida das plantas e animais da floresta; e seus súditos Ronin e Nod, respectivamente o comandante e um soldado rebelde dos Homens-Folha, uma espécie de exército que usa beija-flores como transporte. A missão deles é proteger o reino contra o vilão Mandrake e seus Boggan, os bichinhos que trazem o apodrecimento, a deterioração e a morte.

A Rainha está prestes a nomear sua nova herdeira, e Mandrake vai aproveitar esse momento de transição para tentar abalar a harmonia da floresta e tomar o poder. E adivinha para quem vai sobrar a missão de impedi-lo? É isso aí, para a MC. Mas não se preocupe, ela terá a ajuda da figura paterna, do rapaz bonitão, da dupla de alívios cômicos (composta por uma lesma e um caracol) e ainda de uma lagarta que é uma espécie de sábio da floresta.

SIM, VOCÊ JÁ VIU ISSO ANTES

Você já conhece tudo até de trás pra frente: a trama, o passado dramático dos personagens, as motivações heróicas, as maquinações do vilão, as lições de amizade e até algumas das frases de efeito. É uma história bastante básica, só que ao invés de servir de pretexto para o humor, este aqui vai mais para o lado aventuresco e, como diz no título original, épico.

Ao menos isso rendeu umas cenas de ação muito bem feitas e estilosas. O visual, como um todo, está digno de nota. Os filmes da Blue Sky sempre têm designs de personagens muito legais, e esse aqui não é uma exceção. Os cenários são lindos, e conseguem fazer uma simples floresta parecer um lugar realmente mágico e fantástico. Também tem algumas piadas bastante simpáticas, e claro, tem o Ozzy, o Pug de três patas da MC. Gente, eu adoro Pugs. Eu sempre fui mais do lado felino da força, mas se fosse para ter um cachorro, com certeza ele seria um Pug. Eles são tão bobinhos e engraçados que conseguem ser ainda mais fofos que os outros tipos de cães.

Outro detalhe que contou para o filme ficar no nível “nem muito bom nem muito ruim” foram as vozes. A única coisa pela qual eu fiquei curiosa quando esse filme foi anunciado foi o elenco de dublagem, que como você pode ver ali na ficha técnica, é composta por uma variedade deveras inusitada de astros. Na versão nacional, ficamos com Murilo Benício e Daniel Boaventura. Não ficou um completo desastre como outros por aí, mas talvez o breve número musical do personagem do Steven Tyler ou o sotaque irlandês do Colin Farrell poderiam ter contado positivamente. Como sempre, provavelmente só veremos quando vier o DVD.

Ou seja, esta é mais uma animação nada. Não é nenhuma porcaria, mas também não é especial nem extraordinária suficiente para se destacar. Se você pretende levar seus pequenos para assistir, não espere se divertir tanto quanto eles, mas não se preocupe, também não vai ser sofrido. E de qualquer forma, você provavelmente não vai lembrar por muito tempo.

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Nota
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Joanna Lis
Delfonauta desde pré-adolescente, se tornou delfiana oficialmente em 2012. Não consegue gostar de nada casualmente e estuda Letras só para adquirir base teórica para fazer melhor o que sempre fez por hobby: analisar obsessivamente e escrever longas dissertações sobre Cultura Pop.
reino-escondidoPaís: EUA<br> Ano: 2013<br> Gênero: Aventura/Animação<br> Duração: 102 minutos<br> Roteiro: Tom J. Astle; Matt Ember<br> Elenco: Amanda Seyfried, Colin Farrell, Beyoncé Knowles, Josh Hutcherson, Christoph Waltz, Aziz Anzari e Steven Tyler<br> Diretor: Chris Wedge<br> Distribuidor: Fox<br>