Perfume: A História de um Assassino

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O poder do final de um filme é algo absurdo. Em alguns casos, ele pode salvar um filme mequetrefe. Em outros, pode arruinar um filme razoável. Este é o caso de Perfume. Mas antes vamos à sinopse.

O filme começa assustador. A primeira cena mostra a condenação de um assassino (Ben Whishaw) a uma morte horrível, que envolve a destruição de vários de seus ossos. Logo a seguir, voltamos no tempo para o dia do nascimento do tal condenado, em uma cena deveras explícita e nojenta (com direito a tripas de animais sendo arrancadas e tudo – pouco depois tem até uma cena que beira a necrofilia). O nenê é Jean, um carinha deveras estranho que tem um prazer absurdo no olfato. Já crescido, ele decide dedicar sua vida a aprender a preservar os aromas e, quando ele finalmente aprende, começa a matar as garotas mais bonitas da cidade com a intenção de fazer um perfume com a união dos aromas das gurias.

Apesar da duração imensa e desnecessária, o filme não é ruim na maior parte do tempo. Na verdade, ele é até razoável. Os bastidores da criação de um perfume, embora nunca tenham ocupado nenhum segundo nos meus pensamentos, até são bem interessantes e a participação relâmpago de Dustin Hoffman é bem legal. Sem falar na imensa quantidade de mulheres peladas, boa parte delas ruivas. O chato é que a ruiva que eu mais queria ver (a Rachel Hurd-Wood, da foto aí do lado) não mostra nada além de um generoso decote.

Mas essa razoabilidade (olha que bizarro, o dicionário do Word reconhece a palavra razoabilidade, mas não reconhece necrofilia – será que tem um valor ideológico aí?) dura pouco, pois o final é horrendo! A cena da execução é nojenta, é absurda, é nonsense no mal sentido! Se fosse um filme de fantasia, cheio de poções mágicas e coisas do tipo, beleza, mas pô, é um filme que, até então, estava realista. Só essa cena já teria baixado a nota do filme consideravelmente, mas a cena final é ainda mais nonsense e ainda pior, envolvendo o canibalismo mais sem sentido de que se tem notícia, enquanto um narrador fala com voz doce como se tivesse acabado de contar uma bela fábula.

Faça-me o favor, esse final é o maior exemplo de mau gosto cinematográfico desde A Paixão de Cristo. E está completamente fora do contexto! Faria sentido em um Terra dos Mortos, mas George Romero é bom demais para estragar um filme dele dessa forma. E, sinceramente, você esperar duas horas e meia para uma conclusão dessas é de sair do cinema dando um grito na cara do funcionário que abre a porta (o que, aliás, seria bem engraçado).

No final das contas, acabei me lembrando do que o Cyrino disse sobre o Ultravioleta aqui que é basicamente o caso em Perfume: nem um monte de ruivas com bacon salvam um bom filme. Este não tem bacon, mas tem várias ruivas peladas, o que acaba compensando a falta da saborosa carne (me refiro ao bacon, não às ruivas). De qualquer forma, se for para ver mulheres peladas, você sem dúvida encontra opções bem melhores na prateleira de filmes pornô. E as histórias vão fazer muito mais sentido. Afinal, é perfeitamente normal uma mulher linda entregar uma pizza e pedir para conhecer seu quarto. 😉

Curiosidades:

– Este filme tem uma das cenas mais assustadoras do cinema. Trata-se de mais um exemplo do que o “fenômeno Gisele Bündchen” de magreza trouxe para o mundo (na verdade as modelos magérrimas começaram com aquela tal de Twiggy, mas acho que foi a Gisele que fez com que as não modelos começassem a achar isso bonito e a sair vomitando por aí para ficar desse jeito). Logo no início, temos uma ruiva pelada deitada. Até aí tudo bem. O que dá medo é que a atriz é tão magra que as costelas ficam mais altas que seus seios, o que deixa a parte da frente de seu torso parecida com as costas de um camelo. Acho que o ator que contracena com ela nessa cena não sabia se colocava a boca lá ou se cavalgava! Irgh! Acho que, de hoje em diante, meus sonhos serão sempre assombrados pela terrível “mulher camelo”. Até procurei uma imagem dessa cena para dividir a aberração com você, mas infelizmente não tem nenhuma que dê para ver os assustadores atributos da moça.

– Para compensar a aberração da mulher camelo, você já viu alguma coisa mais linda que a Rachel Hurd-Wood na foto ao lado? Pelamordedeus, todo homem deveria ter uma dessas em casa, você não acha?

– Por fim, uma dúvida, por que na época em que se passa o filme, todo mundo usava aquelas perucas ridículas?

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