Curiosidade inútil: meu apelido na escola lá pelos idos da 8ª série era “Turista”, pois eu passava mais tempo na rua do que em sala de aula. Ah, bons tempos… Infelizmente, o mesmo não pode ser dito do filme que leva em seu título o meu antigo apelido. Mas voltemos a isso mais tarde. Pois antes é hora da sinopse:
Elise (Angelina Jolie) é namorada de um sujeito que afanou uma fortuna de um chefão da máfia. Logo, o truta está sendo perseguido por gângsteres e pela Interpol, que estão vigiando a moça para ver se ela os leva até ele. Para se encontrar com o namoradinho em segurança e despistar toda essa galera, ela pega um pato para se fazer passar pelo ladrão. Afinal, ele fez uma plástica e ninguém sabe qual a aparência dele. Nem mesmo Elise.
O escolhido para o engodo é Frank (Johnny Depp), um turista estadunidense que fica encantado por alguém do porte de Angelina “boca gigante” Jolie estar dando em cima dele e mal consegue acreditar em sua sorte. Claro que ele nem imagina que a moça é encrenca, e juntos vão se meter em altas confusões da pesada e do barulho. Bom, ao menos em teoria…
O Turista é um filme ruim, meu amigo. Ele falha em tudo que se propõe. Quer ter ação e aventura, mas as cenas são genéricas. Quer ser engraçado, mas as piadas são fracas. Quer ter romance, mas a química entre o par é morna. Quer surpreender, mas a reviravolta final é estapafúrdia. Já deu para sentir o drama?
As coisas mais interessantes nessa produção são as belas paisagens de Veneza e a oportunidade de poder ver Johnny Depp interpretando um sujeito normal, algo raro em sua carreira. De resto, o filme é enfadonho ao extremo e eu juro que já me entretive muito mais lendo revistas velhas no consultório do dentista.
Parece que os produtores acharam que ter uma dupla de astros do momento em seu filme seria por si só garantia de sucesso, e não se deram ao trabalho de cuidar de alguns outros aspectos importantes da produção, como um bom roteiro, por exemplo. Ou ao menos um que não se limitasse a copiar todos os clichês dos filmes de aventura e espionagem com toques cômicos. Mas suponho que hoje em dia isso seja pedir demais.
O Turista é fraco de dar pena e faz o tempo se arrastar dolorosamente. Sendo assim, eu recomendo que você passe longe. Faça como eu nos meus tempos de escola: não entre na sala, a rua definitivamente é muito mais interessante.
