O Mestre dos Gênios não é a história de um gênio tão genial que domina todos os outros gênios, tornando-se seu mestre. Trata-se de algo muito mais trivial, a cinebiografia de Max Perkins (Colin Firth), também conhecido como o famoso “quem?”. Mas calma, eu explico.
Perkins foi um editor literário estadunidense que trabalhou com grandes nomes como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Thomas Wolfe. E agora sim o título nacional passa a fazer mais sentido. Afinal, não deve ter sido fácil editar a obra dessa galera peso-pesado.
O longa, contudo, se foca unicamente na relação dele com Thomas Wolfe (Jude Law). Desde o momento em que Max descobre o autor ainda não publicado, passando pela relação profissional entre eles e a forte amizade que surge em decorrência disso. Na realidade, o filme chega até a surpreender por fugir um pouco da fórmula mais tradicional de cinebiografias e apostar num verdadeiro bromance entre Perkins e Wolfe.
Por conta do meu gosto pela literatura, e até por já ter dado minhas “cacetadas” no meio, esta era uma película cuja temática me interessava bastante. E gostei muito do que vi. Não só pelas referências literárias, como, conforme já disse, até mesmo pelo caminho tomado em focar mais na amizade dos dois.
Claro, ainda há bastante deles trabalhando juntos, o que renderia obras famosas como Look Homeward, Angel e Of Time and the River e essas partes são bem bacanas. Afinal, Wolfe era um escritor prolixo e cabia a Max orientá-lo a fazer os cortes necessários para deixar os romances com tamanhos aceitáveis.
Mas é mesmo a relação pessoal entre os dois que faz o filme. A amizade entre o certinho e careta editor com o escritor extrovertido, uma daquelas figuras “maiores que a vida”, com um complementando o outro, deixa tudo ainda mais agradável. Com Wolfe tentando fazer Max aproveitar melhor a vida enquanto este, por sua vez, tenta orientar o amigo a ser mais organizado e centrado.
Jude Law está muito bem como o escritor e a química dele com Colin Firth (em mais um personagem típico do ator) é bem bacana. Claro, o longa tem seus problemas, incluindo alguns clichês de roteiro. Como em toda história de amizade hollywoodiana, é óbvio que eles vão se desentender em algum momento, por exemplo.
E talvez quem não se importe com o tema literário não curta tanto o filme, vendo-o apenas como mais uma cinebiografia de padrão estilo Oscarizável. Nesse caso, ele realmente não é muito recomendável. Contudo, se você, como eu, gosta deste universo das letras, pode ver O Mestre dos Gênios numa boa que certamente vai se divertir.