O Homem Duplicado é a adaptação para o cinema do romance de mesmo nome de José Saramago pelas mãos do diretor Denis Villeneuve, responsável pelo bom Os Suspeitos, aquele filme que tinha o Wolverine e o próprio Jake Gyllenhaal no elenco.
Gyllenhaal deve ter gostado da experiência, pois voltou para repetir a dose. No novo longa ele é um professor de história desinteressante e preso na rotina. Um dia, ao assistir a um filme, ele nota que um dos atores é idêntico a ele e fica obcecado pelo cara. Decide ir atrás de seu sósia e aí as coisas ficam um tanto esquisitas.
Trata-se do típico filme que apresenta uma sinopse bem instigante, possui potencial para contar uma boa história e às vezes até parece que vai fazê-lo, mas, na realidade, nunca chega às vias de fato. Promete muito, mas para ser bem franco, não entrega nada.
Ainda assim, não é ruim de assistir, muito em parte por causa dos aspectos técnicos. A gélida e cinza ambientação canadense explorada por uma fotografia caprichada e, sobretudo, a boa trilha sonora, contribuem muito para criar um clima claustrofóbico, quase de terror. O problema é justamente esse: muito clima e pouca ação.
A história em si avança devagar e não apresenta grandes emoções. Ela até ameaça dar uma engrenada no terceiro ato, mas aí já é muito pouco e tarde demais. E tudo acaba se resolvendo até mais rápido do que o andamento geral do filme sugeria até então.
Para completar, o longa ainda apresenta um dos finais mais “what the fuck?” de todos os tempos, completamente nonsense, mas não se pode negar que não seja surpreendente. Devo confessar que levei um susto com o desfecho inesperado. Mas não tome isso como um elogio, é apenas uma constatação, afinal, estamos aqui para informar!
Isso acaba deixando O Homem Duplicado naquela zona carnuda que todos nós passamos a conhecer tão bem como filme nada. Não vai tirar pedaço se você assistir, mas não perderá absolutamente nada se optar por não fazê-lo. Seja como for, deve haver opções melhores em cartaz, então opte por elas.
CURIOSIDADE:
– Isabella Rossellini faz uma ponta no filme. Toda vez que eu a vejo, lembro na hora do Ross, que a tirou de sua lista (plastificada) de cinco celebridades com quem faria miséria por ela ser muito internacional.