O Ataque

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Mistérios da humanidade: mortes de celebridades costumam vir em três. Temáticas de filmes costumam vir em duplas. Duvida? Em intervalos bem pequenos tivemos Procurando Nemo e O Espanta Tubarões, Madagascar e Selvagem, Vida de Inseto e Formiguinhaz. E agora, fora do mundo das animações, temos O Ataque, que é quase um remake do legalzudo e recente Invasão à Casa Branca.

Aliás, se eu tirei sarro do título nacional óbvio até demais na resenha de Invasão à Casa Branca, é curioso constatar que aqui o título original é quase igual à alcunha que seu antecessor levou em nosso varonil país.

Aproveitando que criatividade não é o forte de Hollywood, por que diabos eu vou me preocupar em fazer uma nova sinopse? Vale mais copiar a mim mesmo, não acha? Então vamos lá: White House Down mostra, surpresa, surpresa, um ataque à Casa Branca (faça cara de surpreso agora!).

UM ESCRAVO QUE VIRA PRESIDENTE

Nada de Aaron Eckhart e seu invejável queixo, aqui o presidente é interpretado por Jamie “Django” Foxx, que não só manda muito bem, como de costume, mas também faz um dos presidentes estadunidenses mais carismáticos e divertidos que habitam minha memória.

O papel do segurança pintudão, por outro lado, é do sempre insosso Channing Tatum, e ele continua insosso como sempre. Além disso, se o presidente de Foxx é totalmente diferente do de Eckhart, o personagem de Tatum é basicamente igual ao Mike Banning de Gerard Butler, inclusive em sua obsessão por proteger uma simpática criança.

Verdade seja dita, O Ataque é muito parecido com seu precursor, tanto na história como na levada em geral. A diferença está no clima, aqui menos sério e menos político, com mais humor e mais foco na diversão de sábado à tarde.

A ação é menos frenética, mas também ocupa uma boa parte da projeção, com um número incontável de helicópteros explodindo. E você sabe, se tem algo que todo mundo aqui no DELFOS concorda, é que explosões de helicópteros nunca são demais. Ao contrário do antecessor, no entanto, aqui o timing da ação peca um pouco. Algumas cenas se estendem por mais tempo do que deveriam, fazendo com que a atenção do espectador se desvie.

A direção de Roland Emmerich, que tem verdadeira tara por explodir a Casa Branca, é eficiente, mas não chega a se destacar. O texto de James Vanderbilt, roteirista de O Espetacular Homem-Aranha e sua sequência, também não se destaca, especialmente por simplesmente repetir o que já foi feito em um filme de quatro meses atrás.

O que temos aqui, no final das contas, é um filme divertido. Menos sério e quase tão bom quanto Invasão à Casa Branca. Não vai deixar ninguém deveras empolgado e dificilmente será descrito com o adjetivo “supimpa”, mas é sem dúvida o suficiente para uma tarde de sábado agradável.