Nota: A coluna Pensamentos Delfonautas é o espaço para o público do DELFOS manifestar suas opiniões e pensamentos sobre os mais variados assuntos. Apesar de os textos passarem pela mesma edição que qualquer texto delfiano, as opiniões apresentadas aqui não precisam necessariamente representar a opinião de ninguém da equipe oficial. Qualquer delfonauta tem total liberdade para usar este espaço para desenvolver sua própria reflexão e, como não são necessariamente jornalistas, os textos podem conter informações erradas ou não confirmadas. Se você quer escrever um ou mais números para essa coluna, basta ler este manual e, se você concordar com os termos e tiver algo interessante a dizer, pode mandar ver. Inclusive, textos fazendo um contraponto a este ou a qualquer outro publicado no site são muito bem-vindos.
Caros leitores, vivemos em meio a inúmeras mudanças provocadas pela ciência. Desde as mais risíveis descobertas nos laboratórios britânicos (tipo, sorrir faz bem – dah!) até os ininterruptos avanços proporcionados pela era da informação. Até aí, beleza, mas estamos para presenciar um dos grandes acontecimentos (ou promessas) dos últimos tempos. Estou falando do acelerador de partículas criado pela CERN para recriar – em menor escala – o Big Bang (a tal da explosão que teria gerado o universo). A máquina levou anos (e alguns milhões de dólares) para ser construída e, pelo menos, funciona. O que isso quer dizer? Bem, certamente, significa mais duas possibilidades de desgraça humana. O.o
Terminei o parágrafo anterior sem muito sentido de propósito, pois, agora, vou explicar melhor sobre a repercussão do noticiado sobre a máquina que, supostamente, criará uma miniatura da criação do universo – mesmo que ninguém tenha pedido ou estado lá no início pra comprovar que tudo tenha se iniciado assim. Milhões de dólares foram investidos para criar algo que, no frigir dos ovos, não passa não passa de uma teoria. Não estou aqui para discutir sobre o que é verdade ou mentira sobre as teorias da ciência, mas… por mais embasadas que sejam, elas são só isso: teorias. Sendo assim, o que impeliria alguém a levar tanto tempo e dinheiro numa coisa que só se acredita por um pensamento que alguém teve, divulgou e encontrou adeptos? Eu vos digo: Fé!
A expressão ‘ciência X fé’ é um clichê em qualquer lugar, mas, pensa bem… A ciência não precisa de fé pra ir em frente? Claro que sim! Só que a fé dos cientistas é direcionada a provar coisas que os religiosos têm certeza de que Deus criou. São duas faces da mesma moeda (outra expressão clichê, mas deixa quieto). Quando se crê em Deus, não há questionamentos. É próprio das religiões e seitas, haver um guru que joga o carisma da crença para alguma divindade ou para si mesmo. Logo, ninguém contesta, só acredita e pronto. Na ciência é diferente. Mesmo que você adapte sua opinião à de alguém do passado/presente, a tendência é que se leve adiante para evoluir a teoria e realizar mais descobertas (oras, você não deixaria de tirar sua casquinha, né? ;
É fácil creditar tudo o que não se pode explicar logicamente a alguma coisa vinda do desconhecido, ou trazer para a luz um nome, uma figura que seja plausível para explicar o inexplicável (deuses, amigos imaginários, duendes, Bill Gates, etc). Desse jeito, o mundo ficaria paradão nas mesmas crenças sempre e ficaríamos à mercê de todos os espertos que levam para si os benefícios de se dominar povos impressionáveis e ignorantes (ué, mas não é assim que estamos hoje?). Por outro lado, é difícil enxergar além do véu do senso comum e bolar questionamentos sobre tudo, principalmente sobre o que te dizem pra acreditar, mas não sabem explicar sem apelar para o sobrenatural. Como diz numa música de Baia & Os Rockboys: “A história é escrita pelas grandes transgressões de quem mudou o mundo com suas inquietações”. Aliás, daria até pra fazer um texto só em torno dessa música (chamada Lado Oposto) tamanha a complexidade do tema.
Mas, mesmo quando arrebentamos a fina – portanto difícil de se ver – camada de realidade (auto-)imposta, precisamos de um componente que nos leva adiante. Esse componente é a fé (irônico, não?). Fé em algo que a vista não alcança, mas que pode alcançar (ah, há uma diferença entre os tipos de fé!). Talvez, você dê sorte e nem alcance a fantasia em que baseou suas teorias bem embasadas, mas de repente, descobre algo legal… ou sei lá, pelo menos pode colaborar na inspiração de algum game ou filme de ficção científica. E a nova da ciência é mais uma demonstração disso (ou não). Você não estava lá pra ver se foi Deus ou o Big Bang quem criou o universo, mas desenvolve uma teoria e uma super máquina para recriar isso – seja lá o que for? Parabéns, homens da ciência: vocês têm mais fé do que muita gente por aí :p
Como curiosidade, gostaria de ressaltar as críticas ferrenhas que a Nasa recebeu acerca das possibilidades de, acidentalmente, se criar buracos negros em miniaturas – o que desencadearia a destruição da Terra. Além da possibilidade de abrirem portais dimensionais, permitindo que raças alienígenas invadissem nosso planeta. Uma adolescente indiana se matou por medo do mundo acabar (é sério!). Parece uma dessas teorias tipo ‘vacina contra a rubéola é conspiração do governo para esterilizar as pessoas e controlar a natalidade’.