Fated: The Silent Oath

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Que tal uma aventura focada na mitologia nórdica em VR? Com esta apetitosa receita, é óbvio que Fated: The Silent Oath ganharia uma resenha delfiana. Porém, não espere um jogo de ação em meio a Odin e Thor. Para isso teremos o futuro God of War.

Fated é basicamente uma historinha interativa. Você assume a pele de um viking, que morreu antes do jogo começar sabe-se lá em quê. Uma valquíria aparece e oferece um pacto. Ela dará sua vida de volta, e em troca você dará sua voz a ela. Ou seja, você ressuscita, mas estará mais mudo do que o Humberto.

Esta é a sacada da turminha da Frima para colocar leves interações na história. Os personagens lhe farão perguntas e para respondê-las você deve literalmente balançar a cabeça. Infelizmente, isso não funciona tão bem quanto deveria. Em vários momentos, eu balancei para os lados, respondendo que não, e parece que o jogo entendeu sim. Em outros, ele entendeu corretamente, mas parece que minha resposta não fazia diferença nenhuma.

Ok, a ilusão da escolha já é comum em historinhas interativas, a Telltale que o diga, e felizmente Fated: The Silent Oath, é bacana de qualquer jeito. Para dizer a verdade, para uma história interativa, ele até que tem alguns momentos mais game, ainda que bem simples.

Curiosamente, o jogo vai ficando melhor conforme você avança em sua história. No prólogo, você apenas assiste, mas mais para frente, vai desviar de machados imensos que balançam no teto. Sim, é algo comum em um Prince of Persia, mas é realmente intenso em VR.

Na segunda e melhor metade é onde estão os cenários mais interessantes, rolando até alguns puzzles bem simples, mas que lembram Uncharted.

O visual é bem cartunesco e, embora não seja tecnicamente complexo, é bonito e bem colorido. Tem algumas coisas até que chegam a impressionar, tipo os gigantes. Sabe como é, o senso de escala em VR é muito maior do que em um jogo tradicional. Mas mesmo seus momentos mais calmos têm sua beleza.

O jogo inteiro dura pouco menos de duas horas, e é feito para ser jogado em uma única partida. No entanto, o final é repentino e deixa muitos pontas soltas, em uma tentativa de ter um clímax de alto impacto afetivo. O problema é que aquilo só acontece por causa de uma burrice absurda e aqui no DELFOS não perdoamos burrice.

A raiva dos gigantes ou o que diabos é aquele lugar onde o jogo termina são coisas que são citadas, mas nunca desenvolvidas, sem falar de um tal traidor que é citado por nome várias vezes mas que sequer aparece no jogo. Poderiam ser pontas soltas para uma continuação, mas a verdade é que não parece ser o caso. Parece que preferiram deixar essas coisas de lado para enfatizar o impacto emocional que ele visa causar com seu final, mas a obra final sofre por isso.

Fated: The Silent Oath é o tipo de coisa que mostra o potencial da realidade virtual para não ser apenas jogos, mas para contar histórias. Ele se perde perto do final, é verdade, mas seus acertos são o suficiente para valer a experiência.

 

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
fated-the-silent-oathAno: 28 de março de 2017<br> Gênero: História interativa<br> Plataforma: PC e PS4<br> Fabricante: Frima<br> Versao: PS4 VR<br> Distribuidor: Frima<br>