Exclusiva: Harppia – Fabrício Ravelli

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Conforme prometido ontem, abaixo está a (longuíssima ) entrevista com Fabrício Ravelli, baterista do Harppia, que visitou minha casa para um bate-papo informal e muito divertido, onde o músico falou sobre sua carreira, o convite para se juntar ao Harppia, sua visão sobre temas polêmicos como o MP3 e o New Metal e até mesmo sobre misticismo e magia. E antes que eu me esqueça, hoje é aniversário do nosso colaborador mais ativo, o Bruno Sanchez, que finalmente atingiu a idade pela qual tanto esperou: 24 anos. Parabéns, Brunão!

Como surgiu o contato para entrar no Harppia?
Fabrício: Eu tenho um estúdio e sabe como é, cara que tem um estúdio sempre toca, sempre está cheio de gente e chega final de semana, nós sempre armávamos um churrasco e eu tenho um amigo, que eu nem sabia que ele conhecia o pessoal do Harppia. Marcamos um churrasco uma vez e combinamos de nos encontrarmos lá no estúdio. Cheguei lá e encontrei o Ravache (baixista) e começamos a conversar sobre som e tal.

(Carlos interrompendo) Você era fã do Harppia?
Fabrício: (rindo): Cara, eu não conhecia muito de Harppia, eu respeitava muito, conhecia a trajetória mas nunca fui a fundo para saber das músicas. Mas, você gostando de Judas Priest, de Iron, essas bandas e vai retratar isso em um cenário nacional, é de lei você cair no Harppia.
Aí começamos a falar de som e esses churrascos sempre acabam em “jam” . Começamos a fazer um som, Sabbath, Ozzy, aí o Ravache chegou e disse que estava com um problema com o batera na época (Paulo Tomás) e perguntou se eu tava a fim de entrar.

Quando foi isso?
Fabrício: Faz um ano e dois meses. Meu primeiro show com o Harppia foi 5 de maio ou 5 de junho do ano passado na Led Slay (famoso bar de rock de São Paulo).
Eles disseram que estavam precisando de um batera, mas eu estava com muitos projetos naquela época, eu estava indo viajar para fazer shows fora, eu estava indo para a Argentina de novo (Fabrício: já foi baterista da banda argentina A.N.I.M.A.L), e disse para irmos conversando por telefone. Ficamos um mês nessa de você vai entrar, não vai, e eles me falaram que tinha um show dia 5 na Led Slay e me perguntaram se eu fazia, eu respondi que esse show era meu. Em quatro ou cinco dias começamos a ensaiar bastante e rolou o show. Nesse show tinham algumas emissoras presentes; Depois rolou um outro show com outras emissoras e comecei a fazer vários shows seguidos até que em uma entrevista para uma emissora ou site eles me apresentaram como “…o nosso batera Fabrício: Ravelli” e eu falei “porra, então já tô na banda”. Foi uma coisa gradativa.

Você sabe o que rolou com o baterista anterior?
Fabrício: Divergências de som, cada um queria seguir um caminho. Às vezes, cada um queria seguir um caminho para o mesmo objetivo, só que caminhos diferentes, então acabou rolando algumas divergências mas eles são super amigos, eu sou super amigo do Paulão, o cara é gente boa pra caramba e Rock ´n´ Roll é isso, não pode parar.

Quando o Harppia voltou, eles chegaram a voltar com a formação original?
Fabrício: O Tibério voltou, o Jack voltou, veio o Ravache mas veio um outro guitarrista, não só o Hélcio Aguirra porque o Hélcio já estava com muitos compromissos, mas não rolou com o Tibério, não sei por quê, eu adoro o Tibério até hoje, mas aí que começou essa troca de formação. O Harppia já vem de várias formações.

Vocês ainda têm contato com os ex-integrantes?
Fabrício: É praticamente impossível você ter contato com todos os ex-integrantes, mas eu tenho contato com o Tibério que é da formação original, com o Paulão, com o Hélcio, com o Marcelo Francis que entrou na nova formação comigo. Cada um seguiu o seu caminho, eu respeito muito todos e desejo cada dia mais sorte pra eles.

E a galera da formação original não quis participar quando o Harppia voltou?
Fabrício: A idéia inicial era chamar (a formação original). O Tibério veio, só que o Hélcio não podia. A formação original do Harppia, do A Ferro e Fogo (primeiro trabalho da banda), é o Jack, o Ravache, o Hélcio Aguirra, o Marcos Patriota e o Tibério. Desses, o Patriota tá morando na Suécia, no show de 20 anos tivemos o prazer de ter ele tocando com a gente, o Hélcio tá no Golpe de Estado, o Tibério rolou mas depois ele seguiu o caminho dele. Aí veio o Kleber Fabiani que já era um amigo do Jack e rolou assim.

As músicas antigas do Harppia estão soando mais pesadas e com mais pegada nos shows com a nova formação. Com o Judas Priest aconteceu a mesma coisa, e os antigos clássicos acabaram ganhando uma sonoridade mais moderna também. Algumas pessoas aprovam essa revitalização, outras, como o Bruno, acham ridículo quando o Judas Priest toca mais pesado (gargalhadas do Fabrício:). Como vocês vêem essa modernização dos clássicos?
Fabrício: Eu não tô falando que eu gosto ou que eu não gosto de, por exemplo, New Metal. O New Metal acho que foi um lance necessário para a música, até para o desenvolvimento da música, para a evolução da música pesada. Hoje em dia eu não sei se um Forbidden tocaria no Pacaembu, mas um Korn tocaria e lotaria. Então foi uma evolução do Thrash, do Metal em geral. Mas as bandas depois de um tempo viram que “se eu ficar nessa, onde vai dar?”. Eu também gostaria muito que o Judas ficasse sem soar tão pesado mas faz parte da evolução até do ser humano. No Harppia, o interessante é que cada um tem um gosto musical e uma influência. Eu ouço muito Thrash então eu trouxe a minha linguagem Thrash Metal para a banda. O que eu acho super legal, é que nos shows, a aceitação está sendo praticamente 100%. Não digo 100% porque tem sempre um pessoal da antiga que fala que a guitarra e a batera não podem soar tão pesadas mas 99,99% acham extremamente legal como está agora que é o Harppia pesado, o Harppia na cara. Esse é o Harppia que a gente quer, a nossa idéia é fechar esse Harppia que tá agora, com esse estilo de som, com essa pegada.
As bandas como Judas, eu acho o Painkiller uma obra prima e tem um som de guitarra extremamente pesado aquele disco. Eu acho que faz parte da evolução, é extremamente necessário isso.

Na verdade o que o Bruno pensou quando ele falou isso, foi por exemplo na música Heading out to the Highway que ficou com um timbre bem distorcido de guitarra. A banda fica mais pesada, as músicas antigas, o Judas era Hard Rock, apesar de todo mundo falar que é Metal e de repente eles fazem um riff bem metalzão, parece até que a música era do Painkiller.
Fabrício: Mas isso vai mais da cabeça, o Glen Tipton e o K K Downing (guitarristas do Judas) chegaram e falaram “porra, será que não vai ter uma puta diferença a gente tocar Living After Midnight com esse timbre e depois a gente toca Painkiller? Como será que vai ser isso no show?”. Não sei se mercadologicamente, eles pensaram certo porque fã que é que fã não vai gostar mesmo.
Eu vejo o Kiss tocando a Destroyer hoje e na época não tinha quase nenhuma distorção. Eu acho legal pra caramba mas eu queria ver como era naquela época porque eu sou fã demais.

Mas a Deuce do Kiss fica bem mais legal agora do que era no primeiro disco.
Fabrício: Com certeza, mas fã é fã, cada um tem a sua opinião e a gente não pode agradar todo mundo.

Você falou do New Metal, você gosta do estilo?
Fabrício: Não é que eu gosto. Algumas coisinhas eu acho legal. Por exemplo, o lance com o Korn que eu citei agora. O Korn tem um grave problema que eu acho que eles batem muito na mesma tecla. Aquele mesmo estilinho e não mudam. Você ouviu uma, tá ouvindo várias já. Eu respeito muito mas chega uma hora que cansa. Na época, eu comprei os dois primeiros do Korn mas não consegui comprar o terceiro porque é isso e pronto. O Korn, pra mim, não é uma banda que traz novidades.

Você acha que realmente parece um outro estilo de Metal, uma sub-divisão?
Fabrício: Eu acredito que sim, porque se não for uma ramificação do Metal, isso seria o que?

Rap?
Fabrício: Tem um segmento que eles pegaram um pouquinho, aí a gente vai ter que falar que o Sepultura também porque todo mundo pegou um pouco. O grande lance do Korn é que eles inovaram uma praia, a afinação, mas o problema deles é que não mudaram, esse é um grande problema das bandas de hoje.

Voltando ao Judas Priest, como surgiu a idéia de adaptar a Desert Plains para o português?
Fabrício: Sim, nós fizemos uma lista de versões de músicas que a gente gosta e pensamos “vamos tentar fazer essa, vamos tentar fazer aquela”.

Era para ser em português mesmo?
Fabrício: Sempre, o Harppia conseguiu chegar em um status cantando em português, eu acho que descaracterizaria muito se nós entrarmos no palco cantando em inglês. Para mim, poderíamos ter pegado qualquer música do Painkiller que seria perfeito.

Vocês poderiam fazer uma versão da Painkiller chamada Analgésico.
Fabrício: (gargalhando): Ficaria tosca demais, mas nós tocamos também ao vivo a Mr. Crowley do Ozzy em português.

Virou Sr. Crowley?
Fabrício: (risos): Não, aí nós respeitamos o nome “Mr.Crowley”, mas a letra ficou bem bacana, nós respeitamos o tema. O Jack manja muito desse assunto então ele ficou com toda essa parte de estudar o cara e fazer a melhor letra.

Então vocês refizeram a letra em português?
Fabrício: Algumas partes foram ao pé da letra, mas a maioria foi tudo mudado. O Jack estuda bastante isso, ele manja muito de misticismo, então acabou fazendo um desenvolvimento gramatical dele para a música.
Isso é muito legal, porque eu gosto de cover mas eu prefiro mais a “versão”, porque o cover você fica mais preso, se é para fazer um cover igual, eu sou mais a original. Eu sempre tive essa idéia de fazer “versões”.

Você chegou a ouvir as covers que o Therion fez? Eles fizeram umas covers bem diferentes. Eles pegaram uma música do Abba e deixaram assustadora. Ficou muito legal. Tem uma do Scorpions também que eles fizeram com corais.
Fabrício: Sério? Principalmente o Harppia que tem um nome muito legal em São Paulo, no Brasil, o pessoal não quer ver o cover do Judas, Desert Plains, como Desert Plains mesmo.
Então, o pessoal já sabe que a gente está fazendo essa versão então pede nos shows. A aceitação tá sendo muito bacana.

Como foi a idéia do retorno da banda?
Fabrício: Bom, o Jack e o Kleber Fabiani montaram vários projetos, até um dia em que o Kleber ou o Jack falaram “poxa, por que a gente não volta com o Harppia uma vez que o nome é muito forte? Ao invés de ficar montando projetos, vamos fazer o que sabemos melhor, Heavy Metal, e pegar uma banda que já tem um nome” e rolou assim.

E por que se pronuncia Hárppia e não Harppía?
Fabrício: Harpia é um animal mitológico e Hárppia tem um som que fixa mais do que Harppía. Harppía não parece banda, parece realmente uma ave mitológica.

Eu sempre achei que chamava Harppía, fiquei sabendo que era Hárppia há cerca de um mês. Mitologia é muito metal e uma coisa assim em português fica muito Metal.
Fabrício: É interessante que você é o primeiro que vem me falar isso, conheço pelo menos um que pensa assim (risos). Normalmente as pessoas vêm me perguntar por que não Harppía, sendo que Harpia é o nome (do animal mitológico) mesmo. Hárppia soa melhor. Mas tem muita gente que ainda fala Harppía. No começo, na verdade ninguém sabia como falava. Depois, quando começou a banda que o pessoal veio perguntar por quê não Harppía? E putz, o certo era Harppía.

Vocês podiam colocar um acento, aí todo mundo ia falar certo. E ia ser um charme pro nome, que nem a exclamação no Ira!
Fabrício: É um charme mesmo, vou sugerir pros caras, aí o crédito vai pra você (risos).

As grandes bandas de Metal brasileiras gravaram músicas em português recentemente, o Sepultura gravou Ratamahatta e o Angra gravou Caça e Caçador, apenas para citar dois exemplos. Como vocês vêem essa volta das bandas ao idioma nacional? Vocês acham que as bandas que cantam em português têm mais espaço hoje?
Fabrício: Eu acho muito legal o pessoal cantando em português, bacana mesmo, só que aqui é muito difícil. Todo mundo fala que vai para a Europa, mas lá também é difícil. Obviamente é menos, só que é o equilíbrio, porque, como lá é menos difícil, tem bem mais bandas para ficar batendo de frente com você.
A língua portuguesa, principalmente quando a gente tá cantando, nossa temática já é um pouco diferente então ela soa de uma forma diferente também. Às vezes quando você tá ouvindo parece que nem é português até, o jeito que você tá cantando, a própria letra.
Bandas como o Sepultura e Angra, que gravaram em português, estão num patamar que podem fazer isso. Eles podem chegar e gravar que vai vender pra caramba mas o mercado aqui é muito difícil cantando em português, tanto quanto em inglês, mas cantando em português é muito difícil porque aqui no Brasil, cantando em português, quem vende um milhão? É a Kelly Key, então isso mostra a falta de cultura mesmo que o país tá passando, mas ao mesmo tempo é uma felicidade enorme estarmos em um DirecTV tocando com um Grave Digger e, de 4500 pessoas, pelo menos 3000 gritando nosso nome. Isso mostra que tem espaço, o Andreas (Kisser do Sepultura) sempre fala isso, que se você tem atitude a coisa rola, mas o problema mesmo é espaço aqui no Brasil, é o profissionalismo. Você abre para uma banda, gente, você é tratado como um nada.

É verdade, nunca começa no horário. Eu não vi vocês no Grave Digger, cheguei no horário marcado no ingresso e estava acabando o Dragonheart.
Fabrício: Então, não começa no horário, a passagem de som é horrível, o som é horrível, então é muito da capacidade do organizador, da produção do show que não dá valor à banda daqui, quando vêm os gringos eles pensam “nossa senhora, eles estão aqui”, mas para a banda daqui, não.

Vocês chegaram a pagar para abrir algum show?
Fabrício: Não, a gente nunca pagou.

No Grave Digger?
Fabrício: Nada. Mas show grande foi só esse mesmo. A galera daqui pagou para ver a banda principal mas tem que se conscientizar que nós temos ótimas bandas aqui, banda que dá pau em muita banda gringa. O problema é que lá eles têm uma cena que tem um sentido cultural, um apoio federal, ou seja, o governo de lá incentiva o músico. Aqui não. Aqui tem espaço mas não tem conscientização. O Grave Digger lota o DirecTV mas por quê eles não marcam então um show com bandas nacionais no DirecTV? Não estou falando de um Shaman ou Angra, mas vamos então começar a juntar as bandas e fazer shows, mas isso não acontece. Todo mundo sonha em ir lá fora e aí fica difícil também.

Mas chega a rolar cachê quando se toca como banda de abertura?
Fabrício: Não, é só pela divulgação e pela paixão. O interessante é que nós tocamos com o U.D.O. em Curitiba e tiveram algumas bandas de abertura, mas nós fomos imediatamente a banda antes do U.D.O.. Nós começamos a tocar e todo mundo subiu no palco para ver a gente. Depois eu conversei com o pessoal lá no camarim e eles ficaram super impressionados com o show. Ou seja, eles, que todos falam, se impressionaram com a gente e por quê não? Mas precisa ir lá fora para voltar e aí se impressionarem com a gente.
Sou aficcionado pelos nossos fãs que são pessoas verdadeiras, fãs verdadeiros do Harppia e do Metal, fazem de tudo para ver a gente só que acho que falta um bom organizador de show.

Qual o motivo da saída do Marcelo Francis da banda no começo do ano? Vocês estão atrás de um novo guitarrista ou o Kleber vai cuidar de tudo?
Fabrício: O Marcelo é um puta guitarrista, toca muito bem, é um grande amigo meu, só que você sabe que banda é uma família e rola treta direto.

E os guitarristas são chatos, eu já tive banda e sei como é (risos).
Fabrício: É, guitarristas são chatos. O Marcelo estava com outros projetos na cabeça, queria seguir o caminho dele, tá na boa, muita sorte, eu falo com ele até hoje mas ele quis sair e o Klebão que quis assumir tudo de guitarra e não estranhe se no show do Harppia vocês virem teclado ou alguma coisa assim mas não está sendo nossa intenção no momento colocar um outro guitarrista, mas sim preencher mais o som principalmente na hora de solos e para deixar alguns momentos da música mais cheios, colocar um teclado.

Mas é para usar um teclado escondido que nem o Helloween ou de verdade, no estilo Savatage?
Fabrício: Vamos pegar um meio termo, nós queremos peso, não vai fazer parte da harmonia da música.

Vai fazer parte da banda ou só convidado?
Fabrício: Só convidado.

Mas será o mesmo em todos os shows?
Fabrício: A gente não sabe ainda, porque o Kleber ficou sozinho muito tempo e eu adoro o Klebão, eu acho ele um guitarrista único, gosto muito de tocar com ele. É só para complementar o que a música pode dar.

O Helloween, por exemplo, usa o mesmo tecladista desde a época dos Keepers e o cara não tem nenhuma foto em nenhum disco apesar de ter tocado em todos eles e em todos os shows desde aquela época. O Angra e o Shaman também tocam com tecladista em todos os shows, mas ele não é da banda, o Blind Guardian tem um baixista que grava os discos e sai na turnê, mas não é da banda, o que você acha disso?
Fabrício: Eu acho que soa estranho para o fã. Eu, como fã de algumas bandas, não acho interessante isso porque perde a configuração, você quer ser fã desse cara, mas será que ele é da banda realmente? Fica meio estranho isso. Só que ao mesmo tempo, eu respeito a opção dos músicos das bandas, como o próprio Shaman que é o Fábio Laguna, mas ele aceitou isso, então quando o músico aceita.

Mas quem não aceitaria também tocar com uma banda desse porte, você também aceitaria, né? (risos)
Fabrício: Aceitaria, então eu, como fã, não acho legal, mas como músico acho isso super normal. Às vezes nós lutamos tanto, mas trocamos tanto de formação que pensamos em contratar uma pessoa que aí fica uma coisa mais “trabalho”, como uma empresa, para mim banda é uma empresa.

É que no caso do Helloween, o tecladista é mais velho na banda que o Andi Deris (vocalista).
Fabrício: É mesmo! O próprio Ozzy também. Eu não acho legal mas acho que o Helloween quis ocupar esse espaço na banda e contrataram um cara que aceitou essas condições. No próprio Shaman, eu já fui assistir a shows deles e o Andre (Matos) toca muito bem piano e teclado, mas tem lá o Fábio que segura toda a onda. Nos vídeos ao vivo, não assisti inteiro, apenas algumas músicas, mas ele aparece e pro cara é bem interessante. O Paul Bostaph (batera) por exemplo, apareceu em poucas fotos nos encartes do Slayer, ele era sempre um à parte do Slayer, em alguns vídeos ele nem aparece, mas estava lá.

Que bandas você ouve atualmente?
Fabrício: Tô ouvindo muita coisa meu, eu ouço muito Death (a banda), curto muita velharia tipo Forbidden, Testament, Anthrax, Possessed, essas coisas eu ouço bastante ainda… Kiss que é uma banda do peito.
… e do braço né? (Fabrício: tem uma tatuagem de Paul Stanley em seu braço esquerdo – veja foto ao lado)
Fabrício: e do braço (apontando a tatuagem), é verdade. (risos).
Eu ouço muito Judas, Iron, Sabbath, eu adoro Danzig, King Diamond, Mercyful Fate, Thin Lizzy. Mas eu gosto de estudar o que está acontecendo, quando o Angra apareceu, o Shaman, o Shaman foi uma banda que me surpreendeu muito. O profissionalismo do pessoal, como músicos e como pessoas eu achei muito legal mesmo. As músicas muito bem elaboradas. Ouço mais isso, ouço, cara ,de New Age até Death Metal, quero saber de tudo, todas as informações possíveis.

E aquelas coisas que ninguém de Metal gosta, tipo música eletrônica, pagode, forró, sertanejo?
Fabrício: Tudo isso eu odeio cara, esses manés que falam que é funk.

Funk é James Brown.
Fabrício: Com certeza, não o que essses manés falam. Essas coisas eu não ouço cara, pagode, sertanejo, isso eu odeio.

E samba?
Fabrício: Cara, eu já fui no sambódromo ver desfile. Eu não compraria um CD mas já fui ver ao vivo e admiro muito. O que todo mundo fala, esse lance de bateria, harmonia, eu fui ver e é louco! É literalmente pesado, a galera descendo a mão mesmo, os caras com uma pegada, é do cacete isso aí!
Tirando essas coisas de forró, de New Age até Death Metal eu acho legal.

E música clássica o que você acha?
Fabrício: Acho muito feeling, música clássica te leva em vários lugares. Como bateria já é um instrumento mais percussivo, ele tá na música clássica, mas não na frente. Eu adoro tudo o que tem pegada, que a música te transporta para vários lugares, você pega a Sonata ao Luar do Beethoven, meu, aquela música você tem que tomar cuidado para não entrar nela, ela é perfeita, atinge a perfeição e é muito difícil para um compositor atingir o nível que o Beethoven conseguiu. Só que a bateria nesse campo clássico é totalmente figurante.
Então, eu acabei admirando isso muito tempo depois que eu comecei a tocar bateria. O que é interessante é que você acaba adquirindo um feeling, um sentimento da coisa, e eu acho que a bateria do Heavy Metal é um instrumento que te dá estrutura para o público começar a agitar. Às vezes você tá tocando e pára, fica só a guitarra, o público pára, mas volta a bateria, o público volta a agitar. A bateria no Metal é uma coisa que tá mais na cara. E para você conseguir ter uma reação extremamente brutal do público, você precisa passar um sentimento pra eles e a bateria consegue se expressar muito bem, é muito forte, você consegue transmitir aquilo por ela. Eu admiro muito a música clássica, mas eu uso a música clássica para levar um ser humano para outro estado.

Você curte misticismo?
Fabrício: A banda inteira gosta e eu sou extremamente ligado até mesmo por uma cultura familiar. Eu sou uma pessoa que adora estudar religiões. Se eu for descer a lenha em alguma, quero ter argumento, se eu for elogiar alguma, quero ter argumento. Eu não sou daqueles que fala que tal banda é tosca só porque a mídia falou. Esse lado místico em mim é muito forte porque eu não faço só porque eu toco em uma banda que o outro acredita. Eu também acredito muito, em várias coisas, mas eu fui procurar no oriente, fui procurar várias alternativas para assuntos religiosos, e o misticismo foi o que mais me chamou a atenção.

Você segue alguma religião?
Fabrício: Eu sou da religião espírita.

E você acredita em magia, essas coisas?
Fabrício: Acredito, eu acredito em magia, eu acredito em certas pessoas que exercem.

Mas você não acredita que possa praticar? Pegar na Internet por exemplo?
Fabrício: Não, isso eu não acredito, acho charlatanismo, isso não é tão simples assim. Você imagina quantas pessoas. Porra, no mundo estaria voando banana, laranja. Eu tava ouvindo no rádio hoje uma cigana falando “eu tenho um site onde você pode aprender muitas coisas” e eu pensava “meu, que é isso?”, você tem que escolher o seu próprio caminho.

Você chega a compor?
Fabrício: Componho, eu estudei guitarra 4 anos, comecei a estudar piano também só que parei. Porque chegou uma hora que eu me vi muito limitado na bateria, eu precisava de harmonias, precisava transpor o que eu tava sentindo para uma parte mais harmônica e eu não tava conseguindo isso. Aí eu pensei “pô, deixa eu estudar.” e estudei muito guitarra, violão e agora comecei a compor algumas músicas do Harppia.

No (próximo álbum) Metal Pra Sempre vai ter alguma música sua?
Fabrício: Você sabe que até agora esse não é o nome do disco, eu li que era o nome do disco, na (revista Rock) Brigade eu acho. Não era, mas depois que nós lemos numa revista que é o Metal Pra Sempre, estamos pensando e acho que essa é a música nova mais conhecida do Harppia, mas a gente não sabe ainda.
Vai ter música de todo mundo nesse próximo disco, minha com o Ravache, Jack com Kleber, Kleber comigo, Ravache com Kleber, então vai ter de todo mundo.

Tem alguém que compõe sozinho? A gente vê muito isso em Heavy Metal.
Fabrício: No Harppia não, o Jack vem com uma idéia ou o Kleber vem com um riff, e vamos trabalhar juntos nisso, é bem legal! Às vezes a idéia do outro pode ser bem melhor que a tua e você tem que deixar o ego de lado para trabalhar junto. Você tem que ser humilde o suficiente para assumir que “não, o teu ficou melhor”, porque é em prol da banda.

Há quanto tempo você toca?
Fabrício: Puta meu, eu toco desde os 10, 11 anos; tô com 25 agora. Comecei tocando batera como o Lars (Ulrich) do Metallica, Dave Lombardo na época do Slayer, Paul Bostaph no Forbidden, Charlie Benante do Anthrax. Eu sempre admirei o Lars pela pegada dele e pelo feeling. O Master of Puppets por exemplo é perfeito, a bateria que ele faz no …And Justice for All é linda. Todo mundo fala do Black Album, eu acho o Black Album maravilhoso, a linha de bateria que o Lars fez lá foi perfeita, mas também foi muito editado.

Qual foi sua primeira banda?
Fabrício: Nossa, foi uma banda tosca, eu tinha uns 12 anos, a banda chamava Warning Flag. A gente tentava tocar cover de banda que a gente não sabe tocar, tipo Napalm Death, é só brutalidade (Fabrício: imita vocal gutural), era muito ruim meu. O vocalista saía rouco demais, só que a gente se achava “os reis”. A gente falava “nossa, conseguimos tocar aquele som do Napalm” mas não conseguimos nada.

E quando vai sair o Metal Pra Sempre, apesar deste não ser o nome do CD? Vocês têm algum nome em mente? (risos)
Fabrício: Temos Guardiões da Mente mas acho que vai ser mesmo Metal Pra Sempre. A gente não sabe ainda, meu, mas tá pra sair pra esse ano. A gente tá com todas as composições, a gente tá tentando fechar com uma gravadora. Têm duas em vista, eu prefiro só não entrar em nenhum detalhe, mas tem duas mais encaminhadas. Mas, obviamente propostas são sempre bem vindas, porque a gente quer lançar esse ano ainda, as músicas tão prontinhas, faltam duas ou três coisas pra fechar.

Quantas músicas vão ficar?
Fabrício: Acredito que umas 12 ou 13 músicas.

Não sei se você reparou mas o Bruno é super poser (Nota do Bruno: Há controvérsias) e aí ele fez essa pergunta aqui: qual a ideologia por trás do álbum Metal Pra Sempre”
Fabrício: A filosofia de vida do Harppia nunca mudou muito, e digo assim, tô contando o A Ferro e Fogo e agora, tirando o Harppia´s Flight que aquela foi outra história. Eu acredito que nesse novo disco, nossa temática diz que o Metal não tem como morrer, é uma chama eterna. Tem muita gente que fala essa estória de “Guerreiros do Metal” essas coisas, nós somos uma banda de Metal, todo mundo, antes dessa volta do Harppia, teve vários projetos de outros estilos, só que todo mundo falou “meu, nós somos Metal”, somos uma banda de Metal e é isso que a gente ama, nós amamos chegar e defender o que a gente acredita: Metal pra sempre. Então, o que a gente quer é subir no palco, quebrar tudo, estourar o máximo de peles possíveis, o máximo de baquetas e ver a galera indo à loucura. O que nós mais queremos é que esse Metal seja eterno mesmo.

Você curte mais Thrash, Death, um Metal mais pesado mesmo?
Fabrício: Eu curto, mas eu curto um Metal tradicional. Eu curto de Enya a Death, e eu ouço muito Thrash.

E não é estranho tocar um Metal mais sossegado?
Fabrício: Não, porque no Harppia eu tenho a liberdade de fazer o que eu quiser. Em todos os lugares as pessoas falam que a música do Harppia fica mais pesada, isso porque tem elementos Thrash na música, não porque está vindo um riff na guitarra tipo Destruction. Teve um cara que falou que era a mesma coisa que o (Dave) Lombardo tocando no Iron Maiden. Eu tenho total liberdade de fazer o que eu quiser no Harppia e aí coloco meus elementos Thrash. Mas eu ouço de tudo, Scott do Judas, até Motley Crue.

Mas os timbres das guitarras também estão mais pesados, né?
Fabrício: É, agora está extremamente mais pesado, o Kleber está usando guitarras de 7 cordas agora então isso modificou bastante o som.

E que influências têm o resto da banda?
Fabrício: O Ricardo Ravache é mais progressivo, tipo Jethro Tull, Yes, Emerson, Lake & Palmer, ele é bem mais essa praia. O Jack, hoje em dia, ouve muita coisa, mas ele ouviu muito Sabbath e Judas Priest na vida dele. O Kleber é Dream Theater, Sabath, Judas e Metallica, são as bandas que ele mais gosta. E eu, só as podreiras meu.

Quem teve a idéia de gravar a Desert Plains?

Fabrício: Boa meu, até hoje não sei se foi o Ricardo ou o Jack. É uma música diferente, tinha que ver qual ficava legal, o Judas não é qualquer banda, até Halford é maravilhoso, então temos que pegar a que fica mais legal. O Jack mandou muito bem.

Você faz a bateria do mesmo jeito? Acho muito legal a bateria dessa música.
Fabrício: Não, não. Eu não faço para não ficar igual, a bateria até tem umas viradas que tem que fazer. Eu tava até conversando com o Aírton (Diniz – da revista Roadie Crew) sobre covers e eu não consigo, porque se é pra ouvir igual, ouve a do Scott, se quer ouvir uma diferente, ouve comigo. Senão não vale a pena ouvir a versão.

O que você acha dessas coisas como MP3 e Download de músicas?
Fabrício: Meu, eu acho bom e ruim para algumas bandas. É ruim para o Metallica mas é bom para uma banda que tá começando agora, tem que ter um equilíbrio. Quando o Lars entrou contra o Napster, ao mesmo tempo, ele prejudicou muita banda. Mas ele é um músico, um profissional, trabalha pra isso, por quê um cara vai vir sacanear? Então acho muita sacanagem as pessoas que criticam o Lars, mas ao mesmo tempo ele tá errado em outras coisas, tem de haver um equilíbrio. É muito contraditório, como a Sony por exemplo entra em algum processo dizendo que pirataria é sacanagem, e por quê ela faz um gravador de cd?
Eu uso porque às vezes quero ouvir um som, uma música, baixo uma música e compro o cd. Mas de repente a banda faz uma puta duma tosqueira e eu vou gastar dinheiro para comprar aquela tosqueira? Não, mas e outra, fã que é fã mesmo compra o original. O cara quer ter o encarte, o CD. Eu sou a favor, mas com limites. Acho sacanagem o cara que vai no show do Harppia, por exemplo, grava e lança. São os famosos piratas.

Mas isso chega a prejudicar a banda?
Fabrício: Chega, porque às vezes, eu, ou o Jack, ou o Ravache, ou o Kleber estávamos em um dia ruim. Eu já toquei com 40 graus de febre, mas fui lá, fiz o show, já toquei com cólica renal, o Jack já tocou mal pra caramba, todo mundo já tocou muitas vezes sem dormir, então esse pessoal vai lá, grava e divulga, é uma falta de respeito com a banda.

E se o cara vai lá e gravar pra ele mesmo? Pra ouvir em casa.
Fabrício: Depende do uso, tem que rolar um consenso, você gravou? Beleza, mas não sacaneia a gente, vamos ouvir juntos? Ficou legal? Então beleza, mas acho sacanagem aqueles que não tão nem aí pra qualidade. A banda tava num dia péssimo e o outro tá com diarréia.

E foto? O pessoal que tira da galera?
Fabrício: Tem que ter, é difícil guardar tudo na memória, é até sinal de carinho com a banda. Tem sempre gente fotografando, onde eu tava, tem sempre gente pedindo pra fazer pose pra tirar foto, eu acho super legal isso.

Você sempre faz cara de mal nas fotos? (risos)
Fabrício: (rindo): Não, tem até fotos que eu faço normalzão, principalmente pra essas fotos que o pessoal pede “Fabrício:, Fabrício:, tira uma foto pra mim”, você só olha, faz um positivo. Mas eu acho legal, é um movimento de fã mesmo.

Agora eu vou falar o nome de uma banda e você diz uma frase relacionada:

Judas Priest – Harppia

Kiss – Deuses

Metallica – Esse ficou mais difícil, o Metallica é uma banda que me influenciou muito, uma banda que eles fazem o que eles têm direito, é sacanagem com os fãs, mas tudo bem, eles podem. Uma das minhas maiores influências, o Lars, o James, uma banda que está onde está por mérito.

Angra – Fizeram um puta trabalho, muito legal. Dentro do Heavy Metal mesmo, não o Thrash, eles que abriram as portas do Brasil lá fora. Tem grandes méritos, ótimos músicos, não tenho muito acesso à essa nova formação, conheço um pouco mais antigo mas é bem legal, eu gosto.

Shaman – É uma banda que me surpreendeu muito. O vocal do André, até preferi do que o vocal que ele fazia com o Angra, é uma banda que me surpreendeu pelo lado positivo. O disco deles, parece que eles trabalharam cada parte, foi muito bem planejado, eu gosto muito deles.

Sepultura – Sou suspeito para falar, uma banda de pessoas maravilhosas, com um talento extremo e eles abriram as portas lá fora meu, o pessoal conhece a música brasileira, o Metal brasileiro por causa deles. Sepultura, quando saiu o Max e o pessoal começou a falar que a banda acabou, eu falava “meu, Sepultura é rei, e rei nunca perde o trono”.

Death – Uma banda maravilhosa, se eu tô no carro eu tô ouvindo, se eu tô fazendo alguma coisa na Internet, na minha casa eu tô ouvindo Death, ouço muito. Se você for tocar alguma coisa, não é que o batera tem que ser bom, todos têm que ser bons, ótimos músicos, admiro demais. Uma das melhores bandas.

Control Denied – O Death sem o Chuck no vocal.

Slayer – Insanidade pura, se você toca Metal, qualquer tipo de Metal, tem que ouvir Sabbath, mas se toca Thrash, qualquer estilo de Metal pesado, tem que ouvir Slayer, é uma aula aquilo. Uma aula do que você tem que fazer de legal no Thrash Metal. Uma escola.

Queen – Não vai nascer outro tão cedo, com o perfeccionismo do Queen, é uma banda que pode tocar tanto com o Sepultura quanto com o Pavarotti, e não é todo mundo que consegue isso com qualidade, é difícil atingir vários níveis de música. Eles influenciariam muito o Metal, o Harppia, em algumas músicas novas, o próprio Savatage, aquilo é Metal mesmo e eles influenciaram, influenciam e vão influenciar muito ainda.

Queen Cover – É tudo que eu falei só que sendo um cover (risos). Gosto muito das pessoas, o Márcio é meu irmão, o Eddie, tem que ser ousado pra cantar Freddie Mercury e ele é assim, não só ele, mas a banda inteira. É a banda cover que eu mais conheço e eles merecem estar onde estão porque são os melhores.

E os planos para o futuro?
Fabrício: Nesse ano ainda eu tô com um projeto paralelo ao Harppia, um projeto extremamente ousado, que eu sempre quis fazer e com pessoas que eu sempre quis fazer. Já estamos com praticamente tudo fechado com gravadora. Vai ser uma grande surpresa para as pessoas que curtem Metal, eu quero que atinja de tudo, não tem limite, se é para encaixar algo estilo Dimmu Borgir, mas com um começo estilo Queensryche, vai ter. Então, galera, se prepare que vai ser demais. O vocal é um cara que canta tipo Chuck Billy do Testament e vai pra um Halford muito fácil e daí para um Geoff Tate (vocalista do Queenryche).

Quais são as três melhores músicas que você conhece?
Fabrício: Battery do Metallica, Scavenger of Human Sorrow do Death e a Infinite do Forbidden.

E as três que você odeia?
Fabrício: Cara, eu não sei os nomes, mas qualquer uma do KLB, escolhe três lá. Não suporto os moleques.

Uma mensagem para o seleto público do DELFOS:
Fabrício: Seleto público é ótimo. (risos) Primeiro eu vou mandar para a galera do DELFOS, é uma satisfação enorme dar essa entrevista e eu espero que esse site seja o mais procurado e o mais visitado. É um site verdadeiro. Agora só entre eu e os internautas, tanto que a gente tava conversando, é um site verdadeiro onde vocês não distorcem nada e fazendo isso, vocês já se diferenciam de muitos outros sites e meios de comunicação e quero muito fazer o que for necessário para ajudar. E para os internautas, o seleto público do DELFOS, eu desejo sorte na vida de todo mundo, nunca desistam de nada e espero encontrar todo mundo que estiver lendo essa entrevista, quando for assistir a um show do Harrpia, eu faço questão que venham falar comigo depois do show, em qualquer show, faço questão porque quero conhecer todo mundo que está lendo essa entrevista.

Todos os cinco? (risos)
Fabrício: Todos os cinco, por favor. (mais risos)

Perguntas formuladas por Carlos Eduardo Corrales e Bruno Sanchez. Entrevista conduzida e filmada por Carlos Eduardo Corrales. Digitada por Bruno Sanchez. Introdução escrita por Carlos Eduardo Corrales.

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