Especial de 10 anos: o Delfo-Descobrimento

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Introdução por Joanna Lis

Dia 19 de janeiro, também conhecido como amanhã, é um dia muito especial: o aniversário do DELFOS. E não um aniversário qualquer, mas o aniversário de 10 anos! É isso mesmo, delfonauta, o seu site preferido está completando 10 fuckin’ anos. Isso pede uma comemoração, afinal, não é todo dia que se completa uma década de existência completamente independente, sustentada apenas pela trüeza de delfianos e delfonautas.

Mas não pense que estes são dois grupos distintos. Quase todos nós aqui do oráculo também já estivemos do outro lado, e justamente por isso, neste especial super tremendão de 10 anos, nós relembraremos qual foi nosso primeiro contato com o DELFOS. No melhor estilo How I Met Your Mother, nós contaremos como chegamos aqui, qual foram os primeiros textos que lemos e o que nos chamou a atenção a ponto de nos fidelizar. Começando comigo:

JOANNA LIS – AMOR À PRIMEIRA RESENHA

Eu trombei no DELFOS em fevereiro de 2010. Sim, eu ainda lembro da data, porque foi um caso bem específico: eu tinha acabado de ir ver Percy Jackson e o Ladrão de Raios, e apesar de ter sido uma experiência indolor, ficou muito óbvio para mim que todos os personagens eram tropes usados por J.K. Rowling em Harry Potter. Além disso, algumas modernizações de elementos da mitologia grega ficaram um tanto risíveis.

Na época, eu estava para entrar no Ensino Médio, e ainda não tinha muitos amigos nerds por perto para conversar a respeito. Então, naturalmente, fui procurar quem concordasse na internet. Lembro que digitei algo como “Percy Jackson cópia de Harry Potter” no Google, e encontrei um link em que esta frase estava escrita umas cinco vezes em letras maiúsculas. Bingo, pensei eu.

Mas o que eu encontrei foi melhor do que eu imaginava. Eu já tinha o costume de ler resenhas de filmes, mas nunca tinha lido uma como aquela. Logo de cara, o autor dizia que suas expectativas para o filme vinham de um diabinho em seu ombro esquerdo, “de cabelo comprido, usando jaqueta de couro, com uma cicatriz no olho e sempre carregando um bode morto e uma guitarra”. E apesar de continuar nesse tom absurdamente engraçado, a resenha não deixava de notar os furos de roteiro e as semelhanças descaradas com Harry Potter, a que se referia como “Haroldo Cerâmica”. E por fim, terminava com uma “promoção” em que quem identificasse uma frase da música do God Of War II ganharia um high five imaginário. Dificilmente uma resenha de filme tinha ficado tão próxima da minha opinião, e definitivamente nenhuma tinha me feito rir tanto antes.

Acabei voltando sempre pelas resenhas de cinema, rapidamente fiquei por dentro das piadas internas e virei oficialmente uma delfonauta, comentando em absolutamente tudo (nem que fosse para reclamar das classificações etárias dos shows e filmes anunciados), stalkeando os membros da equipe sempre que podia e colaborando de vez em quando com uma ou outra notícia ou resenha de filme. E o resto é história.

ALLAN COUTO – EM BUSCA DE UM LUGAR PARA ESCREVER

Conheci o DELFOS em 2009 e posso dizer que foi totalmente ao acaso. Tinha me formado em jornalismo em 2008 e junto com alguns amigos do curso, pretendíamos montar um site/blog com alguns dos nossos trabalhos e textos.

Por conta disso, começamos a pesquisar alguns sites para usar de exemplo e definir de fato o que faríamos. E em uma dessas pesquisas, eu encontrei o DELFOS. Gostei do visual, simpatizei com o Alfredo e quando fui ver os textos, confesso que estranhei a linha editorial. Lembro que comecei lendo algumas notícias, que se não me engano eram do Homero, e achei a linguagem do site um tanto quanto estranha, pois o uso de piadas internas e o fato de alguém opinar nas notícias enquanto escrevia era um tanto estranho para mim.

Enfim, saí do site e acho que só voltei umas duas semanas depois, para mostrar aos meus amigos o resultado das pesquisas. Por conta de alguns problemas, o projeto não deu certo e acabei voltando à estaca zero.

Nisso, resolvi dar uma terceira chance ao DELFOS. Li mais notícias, vi algumas resenhas e até achei a matéria relatando o Encontro Delfiano de 2009. Essa parte particularmente me chamou muito a atenção, pois adorei a ideia da proximidade entre site e público.

Tive um curto período como delfonauta, pois logo resolvi colaborar com o site, já que na época eles estavam precisando de gente para falar de música alternativa, assunto bem escasso por aqui em 2009. Para quem não sabe ou não lembra, a seção de música era dominada pelo metal e falar de bandas como Korn, Smashing Pumpkins e afins era motivo para alguns delfonautas fazerem pipi na sua foto.

O Corrales nunca me disse nada, mas eu suspeito que a minha foto foi a mais pedida em 2010 pelos delfonautas por conta da mudança que comecei na seção de música.

Curiosidade inútil: apesar de ter feito contato com o DELFOS para escrever sobre música alternativa, meu primeiro texto publicado foi uma notícia referente a um CD tributo ao Pantera, que tinha como objetivo homenagear o Dimebag Darrel.

LUCAS FERNANDES CORRÊA – DE COMENTARISTA A REDATOR

Meu primeiro contato com o DELFOS foi no final de 2007, através de um amigo que eu havia conhecido nas comunidades do falecido Orkut. Um belo dia, conversando com o rapaz pelo também falecido MSN, ele me mandou um link do site. Não me lembro se era uma notícia ou uma resenha, mas lembro-me que o texto era bastante engraçado, traduzia nomes de forma hilária e falava comigo de uma forma bem casual. Comentei isso com meu amigo e ele me disse a seguinte frase: “que bom que você gostou. Eu adoro esse site. Acesso ele religiosamente ao menos uma vez por dia”. No decorrer daquela semana, li vários outros textos e eles foram o principal assunto das conversas com este amigo.

Quando 2008 chegou, não foi apenas o calendário que mudou, mas minha vida também. Comecei a estudar na escola técnica da minha cidade, onde também consegui um estágio na parte da manhã. O serviço lá era bem tranquilo, então, sempre matava o tempo ocioso lendo os artigos mais antigos do site. Achava incrível como cada um deles representava muita coisa do que eu pensava, às vezes parcialmente, às vezes totalmente, mas todos eles tinham algo que me tocava profundamente. Comecei a me identificar com os delfianos e até trocar e-mails com alguns deles, criando uma certa amizade.

Ainda na escola técnica, a internet também era liberada durante as aulas e sempre que eu tinha um tempinho entre os exercícios, acessava o site para me manter informado sobre o mundo nerd. Este hábito era tão constante que a garota que dividia o computador comigo até citou o “famoso DELFOS” num depoimento que ela me mandou, lembrando os melhores momentos do curso. É, eu era viciado a este ponto. 😛

Após o evento que eu gosto de chamar de guerras simpledelfianas, eu resolvi arregaçar as mangas de vez e comecei a trabalhar naquilo que me tornou um dos delfonautas mais famosos: comentar. Se você frequenta o site há menos de três anos talvez você não saiba, mas eu comentava em toda santa matéria. Até naquelas notícias corriqueiras que não tinham espaço para uma grande discussão, eu comentava. Mesmo que fosse um trocadilho ruim ou um elogio simples, eu comentava. Isto fez com que eu ganhasse fama, fortuna e prestígio entre a galera do site, fazendo até alguns amigos entre eles.

Em 2010, tive meu primeiro texto publicado por aqui: a resenha do polêmico show do Manowar. E como se o evento não tivesse dado o que falar por si só, meu texto pôs mais lenha na fogueira, pois eu realmente gostei do espetáculo e dei uma nota positiva a ele. Particularmente, me sinto orgulhoso de ter gerado uma discussão tão legal.

Mas por incrível que pareça, o momento mais marcante do DELFOS para mim foi exatamente quando eu estava passando pela pior fase da minha vida. Aconteceram alguns dramas pessoais que puseram em cheque tudo que eu acreditava e eu entrei em depressão. Esta condição psicológica é terrível e faz você perder a vontade de fazer várias coisas que te davam prazer antes. No meu caso, acessar o DELFOS.

Não faço ideia de quanto tempo fiquei sem entrar aqui, mas um belo dia, o Homero e o Corrales vieram falar comigo. Saber como eu estava, se havia algum problema e se eles poderiam ajudar. Eles estavam preocupados comigo, mesmo sem nunca terem me visto mais magro! E eu não duvido que eles fariam isso por qualquer outro delfonauta. Este pequeno gesto me fez ver o quanto o DELFOS significava para mim e o quanto eu significava para eles. E quando você está deprê, redescobrir coisas assim fazem uma diferença do tamanho do universo.

Quando consegui superar todos estes problemas, resolvi voltar a comentar no DELFOS e foi assim que descobri o RDD e pensei com meus botões “ora, por que não ajudar quem me ajudou? Sempre quis escrever mesmo”. E assim, após árduas batalhas, digivolvi para delfiano.

PAUSA DRAMÁTICA

Curtiu esses três primeiros relatos, delfonauta? Pois então não deixe de voltar amanhã, no aniversário propriamente dito, para ler a conclusão deste especial, com as histórias do Daniel, do Frodrigues e da Tis. E enquanto isso, conte suas próprias experiências aí nos comentários.