D.U.F.F.

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Ao contrário do que o título dá a entender, não temos aqui um filme sobre a cerveja favorita do Homer Simpson, tampouco uma cinebiografia sobre o Duff McKagan. Trata-se de uma sigla que significa “designated ugly fat friend” (amigo gordo e feio designado).

Não é algo literal, o sujeito não precisa ser necessariamente gordo e/ou feio, como explica a película. Basta que ele apenas seja o menos atraente de seu grupo de amigos para ser considerado o DUFF. Isso torna o resto de seu grupo mais bonito por tabela e faz com que o DUFF seja mais acessível, servindo como porta de entrada para se chegar aos membros mais desejáveis do grupo.

Pois o mundo de Bianca (Mae Whitman, a ex-namorada lésbica de Scott Pilgrim Contra o Mundo) cai quando ela descobre ser a DUFF de seu grupo de amigas gostosas. Inconformada com a situação, ela decide mudar sua imagem e atitudes e faz um acordo com o sujeito mais popular do colégio (Robbie Amell, o Nuclear da nova série do Flash e primo do Arrow na vida real) para que ele a ensine a ser mais descolada e também como falar com o sujeito por quem ela é gamada.

É, eu sei, parece estranho e nonsense essa inversão de ser a garota que não consegue chegar no cara, mas no contexto apresentado faz sentido e não fica tão absurdo assim. É até mais simpático a coisa ser levada pela ótica feminina, com um humor menos bobão do que produções teens mais recentes.

Na verdade, fazia tempo que eu não via uma boa comédia adolescente de high school, e essa tem a pegada dos melhores exemplares do gênero, dos anos 80 e 90, auge da categoria. Inclusive, pela premissa, me lembrou muito um de seus clássicos, Namorada de Aluguel, só que com os papéis invertidos, visto que dessa vez a menina é a protagonista que deseja mudar sua situação social.

Os diálogos são bem construídos, as referências são bacanas, a montagem é esperta, os atores mandam bem (ainda que não tenham mais cara de adolescentes) e até gostei bem mais da coisa toda do que esperava, ainda que o roteiro, mesmo com todas as coisa boas, não deixe de ser bem previsível. Só pela sinopse que eu apresentei aqui, aposto que você já sabe como o negócio acaba, diga a verdade.

Mesmo assim, com essa previsibilidade dos rumos da trama e com a típica estrutura de roteiro (contendo a humilhação, a inevitável briga entre os personagens, sua reconciliação e por aí vai) ele ainda é bem legal, tornando o filme uma daquelas gratas surpresas, sobretudo para quem, como eu, não sabia absolutamente nada sobre o longa, exceto seu título estranho e já devidamente explicado. Se você gosta de comédias adolescentes e filmes de colegial em geral, pode ir sem medo que D.U.F.F. é uma ótima pedida.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
d-u-f-fPaís: EUA<br> Ano: 2015<br> Gênero: Comédia<br> Duração: 101 minutos<br> Roteiro: Josh A. Cagan<br> Elenco: Mae Whitman, Bella Thorne, Robbie Amell, Allison Janney e Ken Jeong.<br> Diretor: Ari Sandel<br> Distribuidor: Diamond<br>