Para me preparar para esta crítica Shazam Fúria dos Deuses, eu reassisti ao primeiro filme. E desde então venho pensando em algo que eu até citei na minha crítica original: o Capitão Marvel e o Homem-Aranha são muito parecidos.
Pensa comigo: ambos imaginam como seria a fantasia de uma criança que ganha superpoderes. Porém, por pura intenção criativa, e apesar do humor tão presente no amigão da vizinhança, sua história é pontuada por tragédia. Ele não é feliz com os poderes (I’m Spider-Man no more e tal). Mas não apenas isso. Ele é atormentado pela responsabilidade que sente devido à morte do seu tio, que ocorreu por conta da sua inação. Entra o Capitão Marvel ou, se você for um millennial, Shazam!
CRÍTICA SHAZAM FÚRIA DOS DEUSES
O Shazam começa meio que na mesma situação do aracnídeo. É um moleque praticamente da mesma idade que ganha poderes. Também é órfão. Porém, ele é muito mais feliz. Nada de Shazam no more, aqui a pegada é lightning, lightning from my hands. É uma outra vibe.
E, por mais que eu tenha crescido tendo o Homem-Aranha como meu super-herói preferido, e por isso ele tenha uma cadeira cativa no meu coração, vou dizer que neste momento da minha vida eu estou mais no clima de Shazam. Ver sua família de super-heróis (todos crianças em corpos adultos) agindo como criança, inclusive com medos e inseguranças, deixa estes filmes deliciosos. E fico feliz em dizer aqui com todas as letras que Shazam Fúria dos Deuses é delicioso.
CRÍTICA SHAZAM FÚRIA DOS DEUSES E O GOSTINHO DE INFÂNCIA
Como o título entrega, aqui nosso herói tem que lidar com a Fúria dos Deuses. Mais especificamente com as filhas de Atlas, que vêm à Terra recuperar a mágica que foi roubada dos deuses pelo Digimon (quem entendeu essa referência grita “presunto” nos comentários).
É um filme pipoca com tudo que o gênero traz de bom. A história não vai mudar a vida de ninguém e nem mesmo surpreender. Você já imagina como tudo vai terminar antes mesmo do segundo ato dar as caras. Mas como qualquer bom pipoca, o gostoso é o caminho para chegar lá. Nesse caminho vamos ter muito humor, trapalhadas e ótimas cenas de ação.
Aliás, as piadas realmente se destacam. A melhor parte do primeiro filme é quando o Shazam está testando quais poderes tem, e reage ao que descobre como criança. Aqui, com uma turma de heróis que estão praticamente na mesma situação, o humor dá uma turbinada. Mesmo em corpos adultos, os diálogos são muito bem escritos e atuados. A cena em que a Helen Mirren lê alto a carta escrita pelos heróis, em especial, é impagável.
A SABEDORIA DE SARUMAN
Admito que não me lembrava do quanto tinha gostado do primeiro Shazam até reassistir a ele. Mas uma vez que fiz isso, comecei a ficar animado para o segundo filme, e ele não decepcionou. Ser estrelado por crianças o torna divertido, mas não deixa de ser também um ótimo filme de super-heróis, com cenas de batalha épicas. Porém, sempre permeadas por humor e piadinhas.
Um tempo atrás, o universo DC estava perdido em meio a uma seriedade que simplesmente não combinava com o gênero de super-heróis. Alguns podem dizer que agora está supercompensando, talvez se aproximando demais do estilo galhofa do MCU. Isso é verdade. Mas, sinceramente, filmes de super-heróis não devem ser sisudos. Algumas das melhores interpretações do gênero são justamente as que trilham o caminho do humor. E justamente esse fator engraçadinho e o gostinho de infância trazido pelos seus protagonistas está tornando o antigo Capitão Marvel um dos meus personagens preferidos da DC.
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