Gosto muito da série MIB. Inclusive, teve um gostinho especial cobrir MIB3 lá em 2012. Afinal, esta é uma série que eu acompanhava no fim da minha adolescência e que, em todo meu tempo como jornalista, não havia ganhado nenhum filme. De fato, o terceiro não é tão legal quanto os dois primeiros, mas ainda é divertido. Pois agora chegou a hora da nossa crítica MIB Internacional.

NOVOS AMIGOS CRÍTICA MIB INTERNACIONAL

Os primeiros filmes eram tão legais por causa de seu mundo divertido, a melhor combinação de humor e ficção científica desde O Guia do Mochileiro das Galáxias e, claro, o carisma e a química entre seus dois protagonistas.

MIB: Homens de Preto – Internacional, doravante chamado de MIB Internacional, é um soft reboot. Ele não apaga o que aconteceu nos três longas anteriores, mas começa uma nova história totalmente independente – e com novos protagonistas.

Crítica MIB Internacional, MIB: Homens de Preto - Internacional, Delfos
Esses dois aí.

Ele, o Thor, é um agente veterano que salvou o mundo anteriormente. É também a menina dos olhos do Qui-Gon Jinn. Ela, a Valquíria, é uma asgardiana que viu um ET fofinho na infância e não foi neuralizada. Assim, ela passou toda sua vida procurando por aquela agência misteriosa. Spoiler: ela encontra.

Crítica MIB Internacional, MIB: Homens de Preto - Internacional, DelfosOs dois são duplados em uma missão aparentemente sem importância, mas acabam com o futuro do universo nas mãos, graças a uma arma poderosíssima que vem sendo cobiçada por uma entidade cósmica chamada Colmeia/Hive. Pois é, MIB Internacional faz um crossover com Destiny.

MAIS DO MESMO

Uma coisa legal é que MIB Internacional não se afasta dos filmes anteriores. Embora a única referência ao que aconteceu antes seja uma pintura mostrada em segundo plano, o filme segue exatamente a mesma identidade construída por seus antecessores.

Está de volta, por exemplo, a excelente e marcante trilha sonora de Danny Elfman, que toca gloriosamente em quase toda a projeção. A direção de arte, como as fontes usadas para mostrar os nomes do elenco e o figurino, se mantém igual também. Tudo isso demonstra como, embora este não seja exatamente MIB 4, ainda é uma nova entrada nesta série da qual tanto gosto. É, digamos assim, um MIB Internacional.

O nome, aliás, vem de o longa passar quase toda sua duração em países que não são os EUA, como França e Inglaterra.

O humor continua afiado também, mas fiquei com a sensação de que só eu estava me divertindo na sessão. Digo isso porque algumas piadas que me fizeram rir alto, mas eu ri delas literalmente sozinho. Que meu humor é um tanto peculiar eu já sabia. O que não sabia é que isso também se aplicava a MIB.

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Também vale destacar os efeitos especiais. Várias espécies de alienígenas são mostradas em toda sua glória, em primeiro plano e em cenário bem iluminado, o que sempre é legal. E eles se encaixam perfeitamente ao lado dos personagens humanos, sem rolar nenhum estranhamento. Ok, isso sempre foi comum na série, mas com a tecnologia moderna, MIB Internacional provavelmente é o visualmente mais estonteante.

PARTINDO CORAÇÕES ALIENÍGENAS

Uma coisa que me incomodou é algo comum em obras que mostram terráqueos lidando com alienígenas. Na sitcom Alf, por exemplo, há um episódio em que o ET que dá nome à série se apaixona pela mocinha. Aqui, há uma grande quantidade de piadas (justamente as que eu não ri), em que alienígenas das mais diversas raças ficam olhando para o Agente H (o Chris Hemsworth) com desejo.

Ora, é perfeitamente normal achar outras espécies bonitas. Quem nunca se apaixonou por um cachorrinho ou admirou a majestade de um leão? Aqui mesmo há uma infinidade de ETs extremamente simpáticos. Daí a ter desejos sexuais por outra espécie… digamos que é algo bem mais raro.

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O Thor faz sucesso com fêmeas de todo o universo. Se pá tem uma águia tentando transar com ele em algum lugar do mundo.

Isso vem de uma certa síndrome narcisista humana. Como se um humano bonito fosse universalmente desejável, e isso não faz sentido nenhum se você parar para pensar. Eu garanto, quando o Chris Hemsworth vai passear no parque, não tem macacas e cobras olhando para ele com o coração batendo mais forte. Então também não deveria ter alienígenas. Pelo menos não tantas quanto o filme apresenta. E as alienígenas não são basicamente humanas de outra cor, como as que o Capitão Kirk pega. São seres animalescos, que sequer têm características humanas. E sim, eu sei que é só piada, mas mesmo o humor nonsense tem que fazer algum sentido.

MEU NOME É STEVE

Mas diria que meu principal problema com o filme não é a beleza do sujeito que parece cria de um anjo com um pirata. Tem um personagem importantíssimo, que dá início a toda a confusão. Este personagem é inicialmente apresentado como um cafajeste bem desagradável, mas pouco tempo depois se torna sábio e sério. É literalmente de uma hora para a outra, e enfraquece sobremaneira a produção, dada a importância dele para o resto do filme.

O vilão também é bastante mal aproveitado. Ele tem uma introdução tremendona, mas depois acaba saindo da história antes do final, em detrimento de um outro malvadão mais genérico. Eu chamaria isso de “efeito Darth Maul“.

MIB Internacional é, sem dúvidas, o filme mais fraco da série. Isso não significa que ele seja ruim. Não, ele é bem divertido, o tipo de programa bacana para fazer com a patroa num sábado à tarde. Mas cuidado, pois é bem provável que, ao contrário das cobras do parque, o coração da sua princesa bata mais forte pelo Chris Hemsworth. Se pá o seu também.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-mib-internacional-reviewTítulo original: Men In Black: International<br> País: Reino Unido / EUA<br> Ano: 2019<br> Estreia no Brasil: 13 de junho de 2019<br> Duração: 1h55m<br> Diretor: F. Gary Gray<br> Roteiro: Matt Holloway e Art Marcum<br> Elenco: Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Rebecca Ferguson, Emma Thompson e Liam Neeson.<br>