Não me lembro exatamente como ou quando ouvi falar pela primeira vez sobre Lizzie Borden, mas se tivesse que dar um chute, arriscaria que foi num episódio antigo dos Simpsons…
Mas enfim, para quem não conhece, Lizzie é a principal suspeita de assassinar seu pai e sua madrasta de maneira brutal nos EUA no longínquo ano de 1892. Embora todas as evidências apontassem para ela, acabou inocentada no julgamento porque um júri formado só por homens considerou que uma mulher seria incapaz de cometer assassinatos tão atrozes. E este talvez seja o único caso em que o machismo funcionou a favor de uma mulher. A vida tem mesmo um senso de humor distorcido.
Lizzie, o filme, reconstrói os últimos seis meses na vida da família Borden, a partir da chegada de uma nova empregada, Bridget (Kristen Stewart), ao casarão. Ela rapidamente faz amizade com Lizzie (Chloë Sevigny) e essa proximidade acabaria sendo um dos estopins para o crime.
LIZZIE
O outro seria a complicada relação de Lizzie com seu pai, um sujeito que, se de fato era daquele jeito, digamos apenas que sua morte não foi algo tão trágico assim. Além de não ser um grande exemplo de ser humano, como na maioria dos crimes, ainda há dinheiro envolvido. E um dos fatores seria a herança do velho.
Eu esperava que o filme caminhasse mais para os lados do suspense, mas está mais para um drama, mostrando as dificuldades e o estado psicológico abalado da protagonista e como a soma de fatores elencados na sinopse lentamente vai se acumulando e caminhando para o desfecho trágico.
Claro, como ela não foi condenada, o crime nunca foi solucionado. Assim, o longa parte da teoria mais provável para mostrar o que todo mundo quer ver, assassinatos brutais. Embora demore a chegar, quando ela mete a mão na massa é realmente legal, embora nada particularmente marcante ou chocante. Há mortes mais gráficas em qualquer filminho de terror, por exemplo.
E parece deixar a mensagem de que, se as pessoas fossem mais decentes umas com as outras, muitas barbaridades poderiam ser evitadas. Não é de aquecer o coração? Enfim, seja como for, esperava algo mais tenso e levado para o suspense, ganhei um drama um tanto lento e previsível.
Assim, no saldo geral, Lizzie acaba rendendo apenas um filme nada. É ok, tem partes legais e muitas outras bem genéricas. Para quem gosta de histórias de crimes reais, até vale uma arriscada. O resto da galera certamente encontrará opções melhores em cartaz nos cinemas.
