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Esta é nossa crítica Jogos Mortais X. E sim, é o décimo filme da franquia. A série é a recordista de Selos Delfianos Supremos aqui no DELFOS (veja links no final deste texto). Tivemos uma sequência de filmes mais fracos que não sabiam para onde levar a história, e pareciam correr para todos os lugares como uma galinha sem cabeça e um monte de ferros prendendo suas asas. Mas agora é com prazer que anuncio que, pela primeira vez em muitos anos, eu novamente me empolguei muito durante a sessão de um Jogos Mortais.

CRÍTICA JOGOS MORTAIS X

Com Espiral, a série estava tentando ir para o futuro. Mas a resposta estava no passado. Jogos Mortais é JigsawJigsaw é Jogos Mortais. Para prosseguir, John Kramer (Tobin Bell) é necessário. Só assim é possível ser tão bom quanto foi no passado.

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Do you want to play a game?

A julgar pela primeira hora de filme, eu sinceramente pensei que Jogos Mortais X mostraria o caminho entre o diagnóstico do câncer de John Kramer e suas primeiras vítimas. E até poderia ser o caso, considerando a motivação que levou à captura dos alvos do “grande jogo”. Mas não é por aí.

No início do filme, John Kramer já é Jigsaw. Provavelmente fizeram isso para que a Amanda (Shawnee Smith) pudesse aparecer, e de fato fica melhor com a presença dela. Mas isso deixa, portanto, a primeira história ainda não contada.

VENDEDORES DE ESPERANÇA

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A obrigatória foto de grito.

Logo no início de X, John Kramer fica sabendo de um tratamento experimental, que tem 90% de sucesso em curar estágios terminais de câncer. A coisa não foi aprovada pelo governo, então o jeito é fazer de forma clandestina. Esta é a primeira hora do filme, e nela podemos ver, pela primeira vez, Jigsaw como John Kramer mesmo. Não como um criminoso ideológico, mas como um idoso muito doente, fazendo de tudo para viver. Como disse, ele já é um vilão, mas o longa opta por focar em seu lado mais humano durante quase metade da sua duração.

O “grande jogo”, que é a história principal de todos os Jogos Mortais feitos antes deste, de fato só começa após cerca de uma hora de filme. É tempo suficiente para você ver a motivação, além de responder algumas perguntas do passado de John, como “de onde ele tirou tanto dinheiro?”.

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Shawnee Smith está de volta.

Já tivemos um Jogos Mortais: Jigsaw, mas este seria o título ideal para este filme. Afinal, pela primeira vez um Jogos Mortais não conta a história das vítimas. Aqui o assassino é o protagonista, mais ou menos como aconteceu com o boneco Chucky em seus filmes, por exemplo. E Tobin Bell e Shawnee Smith agarram a oportunidade com todos os dedos, e entregam ótimas interpretações nestes que talvez sejam seus papéis de maior destaque. Afinal, fãs da série, como eu, sempre pensamos que ambos mereciam ter um espaço narrativo maior na história. E esta é a hora.

KEVIN GREUTERT

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Eu amei a direção de arte deste pôster.

Jogos Mortais X traz de volta também o diretor Kevin Greutert, que capitaneou Jogos Mortais VI, e Jogos Mortais – O Final. Talvez não tenha sido ele o chefe nos Jogos Mortais de maior qualidade. Talvez você preferisse James Wan ou Darren Lynn Bousman. Mas este último dirigiu também Espiral, de longe o mais fraco da série. E James Wan… bom, este fez fortuna com Sobrenatural e tem uma carreira muito prolífica em blockbusters para voltar a uma série de nicho. A essa altura ele provavelmente prefere ficar em Aquaman, mesmo não sendo dono da marca. Mas Kevin está à altura.

A direção é suficientemente estilosa, e a violência bem gráfica. Tão gráfica, aliás, que fez até com que eu me sentisse mal. Já falei por aqui antes, mas ando mais sensível a este tipo de violência hoje em dia. Mas mesmo assim – ou talvez por causa disso – Jogos Mortais ainda fala muito comigo, provavelmente mais do que qualquer outro filme de terror. Eu simplesmente adoro este universo e a história que ele conta, mesmo que, com uma narrativa tão complexa e tão longa, fatalmente furos apareçam.

A novidade é que Jogos Mortais X traz humor à série. Salvo engano, pela primeira vez. A boa notícia é que faz isso sem abrir mão da violência gráfica ou de nenhuma outra característica do passado. O humor vem para somar, não para subtrair. E, ocasionalmente, usa até a própria violência gráfica para isso.

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Eu sinceramente não esperava que um novo Jogos Mortais poderia me divertir e surpreender como os originais conseguiram. Mas cá estamos nós. Eu gostei muito de Jogos Mortais X, a ponto de querer acrescentar seu blu-ray à minha coleção. Infelizmente, não dá mais para comprar blu-rays brasileiros, o que dificulta esta missão consideravelmente. Mas isso é assunto para outro texto. Por enquanto, Jogos Mortais X está no cinema. E se você gosta da série, deve gostar tanto quanto deste novo.

MAIS JOGOS MORTAIS:

Crítica Espiral – O Legado de Jogos Mortais: I want to play a game. Again.

Jogos Mortais: Jigsaw mostra que agora o jogo é pessoal

Jogos Mortais – O Final

Jogos Mortais VI

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Jogos Mortais 2