Se eu tivesse um bar, sabe o que eu criaria? Uma bebida de coloração avermelhada à base de rum, e a chamaria de Redrum. Sério, como ninguém pensou nisso antes? Como eu dificilmente terei um bar, caso você tenha, pode usar essa minha ideia, desde que você crie outra bebida e a chame de Delfos.net.br. Ah, e esta é nossa crítica Doutor Sono.
CRÍTICA DOUTOR SONO
Se você acompanha o DELFOS, já sabe disso, mas Doutor Sono é a continuação do clássico O Iluminado. Continuação tardia, não? Pois acontece que o livro no qual se baseia só saiu em 2013 (2014 no Brasil). Ele foi até resenhado pelo Cyrilove em seu lançamento, lembra?
E aqui devo admitir algo: eu não curto o filme O Iluminado. Tá, eu sei que é um clássico do Stanley Kubrick e tal, mas quando o assisti achei só mais um terror sobrenatural como todos os outros. E antes que você faça pipi na minha foto, saiba que o próprio Stephen King, autor do livro, concorda comigo. Então faça o favor de mirar seu pipi em uma imagem do escritor também.
BARMAN, CADÊ MEU REDRUM?
Você pode imaginar que eu não estava exatamente ansioso para este filme. Mas veja só, acabei gostando muito dele. Recentemente, falei por aqui das continuações que estragam os originais. Este é um dos raros casos de uma continuação que faz o contrário. Embora eu lembre relativamente bem de O Iluminado, fiquei com sincera vontade de assisti-lo mais uma vez ao sair da sessão de Doutor Sono.
Aliás, apesar de ser continuação de um dos filmes de horror mais famosos da história, ele faz uma bela mudança de gênero. Sua trama trata de assuntos místicos e paranormais, mas a pegada nunca tem intenção de causar medo. Eu classificaria Doutor Sono como algo entre uma aventura e um drama.
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A história começa diretamente do ponto em que o original parou, ainda com Danny Torrance criança. Não demora para ele crescer e virar o Obi-Wan, é claro. Depois de passar uns bons perrengues na vida, graças aos traumas do passado, ele começa a se recuperar ao trabalhar de enfermeiro em um hospital que trata exclusivamente de moribundos. É daí que vem o título, já que Danny usa seus superpoderes paranormais para ajudar os pacientes a morrerem em paz. Isso, curiosamente, não tem qualquer importância no filme (imagino que no livro seja mais elaborado). Conforme sua vida melhora, ele acaba virando penpal telepático de uma menina superpoderosa.
Paralelamente a isso, conhecemos um grupo de “vampiros” (esta palavra não é usada no filme, mas é o que são, pô) que se alimentam da energia liberada por pessoas iluminadas diante do medo e da dor. Eles são os vilões, caso não tenha ficado claro. Batata que essa turminha vai acabar querendo se alimentar da penpal do Danny, e agora ele deve protegê-la.
Eu me surpreendi ao ler a resenha que o Cyrino fez do livro, pois lá ele diz que a melhor parte do livro é o início. No filme, eu achei os primeiros 40 minutos bem chatinhos. E, ao ler os comentários do meu coleguinha, percebo que eles provavelmente tentaram se manter fiéis à obra original, mas faltou dar liga. Cá entre nós, eu aprendi mais sobre a juventude de Danny lendo a resenha do livro do que assistindo ao filme.
Felizmente, a coisa melhora muito quando você começa a perceber para onde a história está caminhando.
Você sabe, eu não sou muito fã de terror sobrenatural, mas paradoxalmente, eu adoro histórias que tratam de temas místicos. E a de Doutor Sono achei especialmente interessante.
ESTEVÃO
Mesmo no início, quando o longa se esforça em mostrar o fundo do poço no qual Danny se encontra, os vilões roubavam a cena sempre que apareciam.
Apesar de não ser um filme de terror, Doutor Sono tem cenas de violência bem fortes e aflitivas. Elas não são frequentes, mas quando acontecem, dá vontade de fechar os olhos. E olha que eu não sou facilmente impressionável.
E veja só, seguindo a lógica de Hollywood, ele termina até com um ganchinho para continuação. Fiquei curioso até se este gancho também está no livro, então se você leu, me conta nos comentários.
Como um fã de filmes de terror, fico feliz de finalmente ver bons longas baseados em livros de Stephen King. Durante um bom tempo, estes filmes eram tão ruins que só faltavam ter o Nicolas Cage no elenco. It mudou isso, e naturalmente Doutor Sono seguiu a toada. Torço para que muitos outros venham por aí. Livro do cara é o que não falta, afinal de contas.