Conexão Perigosa

0

O título em português deste filme é tão genérico que eu consegui me esquecer dele enquanto assistia ao filme. Então, pode-se dizer que durante boa parte da projeção, eu simplesmente não sabia o que estava vendo! Posto isso, Conexão Perigosa também é um tanto genérico, embora não tanto quanto seu título.

Temos a história de um truta (o irmão do Thor na vida real) ambicioso e endividado que trabalha no ramo da telefonia móvel e é cooptado pelo chefão da empresa para se infiltrar numa companhia rival e cometer espionagem industrial, roubando o protótipo de um novo aparelho celular que promete revolucionar a indústria.

Aí você já sabe, o cara a princípio vai aproveitar os privilégios de sua situação, vai se apaixonar por uma funcionária da empresa rival e logo descobrirá que se meteu num esquema muito mais perigoso do que poderia imaginar. Agora terá de quebrar a cabeça para sair desse grande enrosco.

Tudo muito esquemático, tudo seguindo a cartilha dos thrillers sobre sujeitos comuns que se metem em tramas comandadas por gente poderosa. Mas sabe que, apesar de genérico, até que é bem legalzinho? Eu me diverti enquanto assistia e, no final das contas, isso é o que conta, certo?

Claro, não foi a batida trama em si que me agradou. Este é daquele tipo de filme com estrutura bem identificável onde, até certo ponto, você já sabe o que vai acontecer. E aí, mais para o final, começa a dar umas reviravoltas just because, como também passou a ser comum já há algum tempo na maioria dos longas do gênero. Aqui, pelo menos, essas viradas na história até que fazem algum sentido. Já é um lucro.

Mas estou divagando, voltemos ao que de fato me agradou. O elenco, simples assim. Temos grandes nomes, como Harrison Ford e Gary Oldman (como os presidentes das duas empresas rivais), e também Richard Dreyfuss (como o pai do protagonista), que eu não via há anos e por isso acreditava que o cara tinha se aposentado. Até o Dr. Destino e o Sawyer dão as caras por aqui.

É esse bom conjunto de atores que ajuda a dar um quê a mais a um filme que, de outra forma, seria completamente esquecível. Pena que só o elenco respeitável não é fator suficiente para alçá-lo a um nível melhor. Tivessem investido também numa história menos batida, poderiam ter feito algo superior ao “legalzinho” que disse lá no quarto parágrafo. Mas se contentaram em nivelar por baixo.

Sendo assim Conexão Perigosa é um daqueles longas que não tem o menor motivo para ser visto no cinema. Na telinha de sua TV, contudo, é um passatempo razoável.

CURIOSIDADE:

– A cópia exibida aos jornalistas tinha as legendas amarelas. Fazia tempo que eu não via no cinema um filme com legendas amarelas, infinitamente superiores às suas irmãs brancas. Se quiser saber mais sobre cores de legendas e o motivo para cada uma delas, leia nossa compilação de curiosidades 5 coisas que você não sabia sobre cinema.

REVER GERAL
Nota
Artigo anteriorSerra Pelada
Próximo artigoFranz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right Action
Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
conexao-perigosaPaís: EUA/França<br> Ano: 2013<br> Gênero: Thriller<br> Duração: 106 minutos<br> Roteiro: Jason Dean Hall e Barry Levy<br> Elenco: Liam Hemsworth, Gary Oldman, Amber Heard, Harrison Ford, Lucas Till, Embeth Davidtz, Julian McMahon, Josh Holloway e Richard Dreyfuss.<br> Diretor: Robert Luketic<br> Distribuidor: Diamond Filmes<br>