Se eu estivesse com preguiça de escrever essa resenha, bastaria dizer que Cisne Negro é a versão feminina de O Lutador, mudando de luta livre para balé e fazendo a muito bem-vinda troca de Mickey Rourke pela Natalie Portman. E é claro que isso é mentira e apenas uma brincadeira. Só escrevi isso porque não sabia como começar a resenha. Sinceridade rules!
Aqui temos a história de Nina Sayers (Portman), bailarina comportadinha e toda meiga que, de uma hora para a outra, vira a estrela de sua companhia e é escalada pelo diretor (Vincent Cassel) para protagonizar o clássico O Lago dos Cisnes. O problema é que, segundo o truta, ela é ótima para fazer o cisne branco, mas é certinha demais para fazer o malvado cisne negro.
Claro que ela vai tentar provar o contrário. Enquanto isso, o estresse e a pressão, aliados à mãe controladora (Barbara Hershey) e à chegada de uma nova colega de dança (Mila Kunis) começam a deixá-la lelé da cuca. E aí, os mais espertinhos já devem ter adivinhado que talvez as coisas não acabem muito bem.
Este filme se propõe a ser um suspense com pegadas de terror psicológico, e aí está seu maior problema. Não funciona, simples assim. Não há tensão em nenhum momento, nem na construção das cenas nem na história em si. Tudo é brando em demasia. E embora seja legal a trama do filme propor um paralelo com a história do próprio Lago dos Cisnes, tudo é manjado demais e é fácil matar que a película só caminha para um final possível.
Outra coisa que depõe contra é que às vezes ele exagera em certas situações, deixando-as sem sentido. O maior exemplo disso é o fato de Nina se sentir constantemente ameaçada pela Jackie do That ‘70s Show. Em nenhum momento a suposta rival faz nada para prejudicá-la. Pelo contrário, ela é simpática e amigável. Tudo bem que essa mania de perseguição seria coisa da cabeça da Nina, mas ainda assim é demasiadamente exagerado para se levar a sério.
Tem coisas legais? As cenas de balé são bem filmadas e, pra quem gosta dessa arte, deve ser um prato cheio. Senão, se prepare para ficar entediado. E, claro, há o pega lésbico entre Natalie Portman e Mila Kunis, que é bem legal e até fez meu sono passar. E basicamente é isso.
Eu sou fã do diretor Darren Aronofsky e, em minha opinião, ele só tinha feito coisas legais até aqui. A saber: Pi, Réquiem por um Sonho, Fonte da Vida e O Lutador. Esta é sua primeira escorregada. Não é das mais feias, mas ainda assim Cisne Negro é, sendo até generoso, meia-boca no máximo. E tenho dito.