Chamas da Vingança

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Baseado no livro Man On Fire de A.J. Quinnell (um pseudônimo, a falta de coragem do autor em assinar com seu próprio nome nunca é um bom sinal), Chamas da Vingança é o mais novo filme do vencedor do Oscar, Denzel Washington e, novamente, é um filme policial (leia também a resenha de Por Um Triz).

A história é a seguinte: John Creasy (Denzel Washington) é um cara durão e violento, que teve seu coração endurecido pelos infortúnios da vida. Completamente desiludido e sem a menor vontade de continuar nesse mundo, ele acaba aceitando um trampo de guarda-costas para proteger uma menininha chamada Pita (Dakota Fanning). E nesse trampo, o inesperado acontece: Creasy começa a se afeiçoar por Pita e redescobre nela a alegria de viver. Fofo, né? Pois é, até que a moleca é seqüestrada, o que coloca Creasy em um frenesi psicótico que o leva a matar mais pessoas do que até Jason seria capaz. E com muito mais violência e sadismo envolvido.

Como deu para perceber pela “sinopse” acima, Chamas da Vingança é dividido em duas partes. A parte fofa que mostra o relacionamento entre Creasy e Pita e a parte “Mortal Kombat” que mostra o relacionamento entre Creasy e os criminosos responsáveis pelo seqüestro da mina. E, enquanto a primeira parte funciona bem, a segunda se mostra bem irregular, alternando momentos emocionantes e revelações surpreendentes com momentos de bocejar com revelações frustrantes.

Em determinado momento, a condução do filme nos leva a pensar que o roteirista optaria por um caminho completamente diferente daquele comumente traçado por filmes hollywoodianos, o que daria um grande destaque a esse filme. Infelizmente, porém, decidiram optar pelo tradicional final feliz voltando atrás em uma informação que, tivesse sido mantida, deixaria o filme muito mais interessante e diferente.

Uma característica muito forte neste filme é sua direção, a cargo de Tony Scott. Isso não necessariamente significa que essa característica é boa, mas é forte. Explico: Tony optou, em alguns momentos por utilizar imagens granuladas e com menos quadros por segundo do que o normal no cinema, tentando criar a mesma atmosfera de programas de TV como Cops, por exemplo. O problema é que, para isso, a qualidade da imagem é prejudicada e aí cabe a meu amigo leitor tirar sua própria conclusão sobre o assunto. Como não poderia deixar de meter meu bedelho aí (afinal, você está no DELFOS), eu sempre vou preferir a qualidade da imagem sobre qualquer outra coisa. Na minha opinião, as emoções do filme devem vir da história e de sua condução, sem nunca sacrificar a qualidade da imagem do filme. O que vale é que, nesse caso, ao contrário de A Vila foi um sacrifício justificável e entendo que algumas pessoas possam achar essa artimanha interessante, afinal, contribui muito para o filme ter uma “identidade visual”. Ponto para o diretor, por ao menos tentar inovar.

Agora uma outra artimanha utilizada e que poderia ter sido melhor aproveitada é sua trilha sonora. Embora não seja algo tão inovador, algo que gostei muito foi sua utilização em algumas cenas. Peguemos por exemplo a cena do seqüestro. Em uma cena que envolve tiroteio, mortes, perseguição e uma menina seqüestrada, esperamos uma trilha agitada, pesada, assustadora, certo? Pois o filme nos brinda, por alguns momentos, com uma linda e suave música que conta apenas com um piano. Pouco depois, ela desanda para a tradicional trilha de ação, mas vale pelos segundos anteriores e por isso digo que deveria ser melhor aproveitada. Um outro exemplo do uso interessante da trilha sonora é quando Creasy está torturando um dos bandidos enquanto a divertida Hey, Ricky toca no rádio. Dissonância total. E justamente aí reside o charme para essas cenas.

Conclusão? Chamas da Vingança é um filme médio. Deve agradar àqueles que gostam de filmes policiais ou do Denzel Washington. Se você for uma dessas pessoas, o filme estréia sexta que vem, dia 8 de agosto. Vai lá e divirta-se!

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