BGS: A coletiva da Sony

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Ontem nós publicamos a nossa matéria sobre a coletiva da Microsoft, e você lembra do quanto eu fiquei empolgado. Mais do que animado pela Microsoft, eu estava realmente esperançoso pelo que a Sony mostraria – afinal, se a de uma empresa foi boa, faz sentido pensar que a concorrente também será, não é?

E a coletiva da Sony começou exatamente como a da Microsoft, com um grande executivo falando da força dos gamers brasileiros e do quanto o Brasil é importante para o console. A diferença é que Anderson Gracias, o big boss da Sony que estava à frente da apresentação, não tinha tanta desenvoltura na frente do público quanto Phil Spencer, o que acabou tornando sua fala burocrática e pouco envolvente.

Ele explicou que os Playstations 4 fabricados em terra brasilis já estão nas lojas e vêm com um voucher incluso. Este voucher dá direito a um mês de PS Plus e Spotify Premium gratuitos, além de 20% de desconto em uma compra na Playstation Store. Saber que os consoles nacionais já estão sendo comercializados é algo bastante interessante.

R2+CÍRCULO = CÓLERA DO DRAGÃÃÃÃÃÃÃO!

Em seguida veio Jason Enos e Ryo Mito, representantes da Bandai Namco, para falar de dois jogos que prometem animar os fãs de animê: Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados e Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 4. O legal é que Ryo estava vestindo uma armadura dourada. O grande destaque foi mesmo o do jogo dos Cavaleiros de Atena, pois ele será lançado hoje e traz alguns elementos muito legais, como os personagens da saga Alma de Ouro, as armaduras divinas e a inclusão da Saga de Asgard na cronologia dos games.

Além disso, o novo jogo de CDZ será complemente localizado em português e contará com as vozes clássicas dos personagens. Jason Enos ainda convidou ao palco os dubladores originais de Seiya e Shiryu, que fizeram a alegria dos fãs presentes. Você pode conferir essa breve participação no vídeo abaixo, que deixa bem claro por que todos gostaram da presença deles:

Quanto ao novo jogo do Naruto, as notícias foram bastante rápidas: sabemos que o jogo também será totalmente dublado em português e que ele terá uma DLC com skins exclusivas para os gamers da América Latina. De toda essa parte da coletiva, essa notícia foi a que mais me impressionou, pois mostra que a Bandai Namco está realmente investindo nos latino-americanos, inclusive garantindo conteúdo exclusivo para nós.

O DIA EM QUE STAR WARS NÃO ENTUSIASMOU NINGUÉM

A coletiva seguiu com Jonathan Harris, da EA, que veio falar de Star Wars: Battlefront. Devo dizer que a apresentação foi bastante fraca, com Jonathan falando apenas coisas que todo mundo já sabia, como a existência de um modo offline cooperativo, a localização em português e um multiplayer de até 40 pessoas. Essa parte foi tão morta que o público não esboçou reação nem quando, durante o trailer, a Millenium Falcon apareceu na tela – provavelmente porque todo mundo já sabe que ela vai aparecer no game.

O próximo a assumir o palco foi Max Morais, representante da Activision que falou de Guitar Hero Live. Um dos dois grandes destaques que ele trouxe foi o anúncio do Guitar Hero TV, que funcionará como um canal de clipes (tipo aqueles da MTV) que possibilitará ao player tocá-los enquanto eles passam, além de te permitir escolher a qualquer momento quais clipes você quer jogar. E sim, ao que parece essa novidade nos dá o direito de utilizar o verbo “jogar” para se referir a clipes de música.

O outro grande destaque envolvia a banda Avenged Sevenfold. A Guitar Hero TV possibilitará também que você toque em um show da banda, acompanhando a performance das músicas Nightmare, Buried Alive e Shepherd of Fire no Download Festival. É verdade que a frase “tocar em um show do A7x no videogame” pode render um bocado de piadinhas, mas como ela só apeteceria a metaleiros descerebrados eu vou deixar passar.

Mas para mim o principal elemento dessa parte da coletiva foi mesmo Max Morais. O representante da Activision, ainda que notavelmente um executivo e não um ator, teve uma performance bastante competente durante a apresentação. Ficou evidente o quanto ele se esforçou para que a exposição fosse agradável e contagiante, e nem mesmo a ausência de notícias inéditas (os destaques supracitados já haviam sido revelados anteriormente) diminuiu o seu trabalho. Foi uma das melhores apresentações da coletiva, e inclusive se mostrou um bom contraponto à atuação sem brilho de Anderson Gracias.

A HORA DOS JOGOS MULTIPLAYER

Esta foi provavelmente a hora mais interessante para quem gosta de jogos focados no multiplayer. Inicialmente foi Jay Puryear, da Treyarch, quem subiu ao palco, e ele falou bastante de Call of Duty: Black Ops III. Curiosamente, ele até que deu bastante espaço para a parte offline do jogo, descrevendo os modos História e Zombies que estarão presentes no game e falando dos personagens principais da nova iteração: Nero, Jessica, Vincent e Campbell. Porém, é óbvio que ele também falou da parte de customização dos personagens no modo online, antes de passar um trailer e fechar a sua participação.

Em seguida veio Jon Choon, representante da franquia Metal Gear, para falar em detalhes de Metal Gear Online. Ele descreveu as classes que estarão no jogo, que são: scout (o clássico sniper, que sempre te mata sem deixar você saber quem deu o tiro), enforcer (aquela classe criada para o seu primo que quer atirar em tudo que se mexe) e infiltrator (o mais badass, o soldado especializado em abordagem furtiva e combate de curto alcance).

Outra parte bem legal foi a descrição dos modos de jogo disponíveis. Um dos que eu mais gostei se chamava Cloak and Dagger, que obriga os jogadores a agirem de forma stealth para matar o time adversário. Um segundo modo bem interessante era o Bounty Hunter, que recompensa jogadores que utilizarem o fulton device (o popular balão inflável) para matar seus inimigos.

O MOMENTO BRASILEIRO

Já quase terminando a coletiva, foi a vez de dois indie games brasileiros darem as caras. O primeiro foi Get Over Here, da Reload Studios, um couch game de arena em que os jogadores se enfrentam utilizando algo similar à Hookshot de Zelda. O segundo foi Horizon Chase, um jogo de corrida para mobile (pois é) desenvolvido pela Aquiris Game Studio que será levado para os consoles de gente grande.

Outro anúncio importante relacionado ao Brasil foi sobre o leilão feito em parceria com o Instituto Ayrton Senna do primeiro Playstation 4 produzido no país. Ele será leiloado junto com uma miniatura do capacete do piloto, e o dinheiro será completamente revertido para as campanhas do instituto. A minha única decepção com este anúncio foi o destaque tão reduzido que ele recebeu, ganhando menos tempo de palco do que todas as outras apresentações. E finalmente chegamos àquela que foi a maior apresentação do dia…

STREET FIGHTER V E LAURA, A NOVA PERSONAGEM

Peter Rosas e Yoshinori Ono (este vestido de Blanka, inclusive com anteninhas com os passarinhos que aparecem quando o personagem fica tonto) foram os escolhidos para subir ao palco e dar notícias do jogo. Enquanto Rosas se focou em dar uma breve explicação sobre o novo sistema de batalha (segundo ele, o mais acessível até agora), coube a Yoshinori Ono fazer a parte mais divertida da coletiva: anunciar a nova personagem do game.

O mais legal foi que ele brincou bastante com o público, fazendo piadas sobre todo mundo já saber qual seria a nova personagem (vale lembrar que o vídeo de anúncio de Laura vazou dias antes do evento). Uma delas foi dizer que o personagem a ser anunciado seria ele mesmo, Yoshinori Ono, para logo em seguida colocar uma barra vermelha em sua foto e anunciar a lutadora.

Yoshinori Ono ainda aproveitou para fazer um quiz sobre curiosidades da série Street Fighter, dando como brindes camisetas, toalhas e até roupas íntimas (“essa cueca serve para potencializar seus shoryukens”). Nosso Ditador Supremo até tentou participar, mas infelizmente não foi escolhido para responder pergunta nenhuma. Tenho para mim que Yoshinori decidiu impedi-lo de responder de propósito, porque todo mundo sabe que o Corrales nunca perde quando o assunto é Street Fighter.

Esta parte foi a mais interessante não só por ter provavelmente o maior anúncio da feira, mas porque o chefão de Street Fighter consegue ser tão ou mais carismático que Phil Spencer, contagiando positivamente todos que assistiam. Ele estava até vestido de Blanka, pô! Nem mesmo a tradutora, que falava muito baixo e eventualmente se enrolava na tradução, diminuiu a diversão proporcionada durante essa parte. E agora que já falamos de tudo, está na hora de comparar Microsoft e Sony.

QUEM GANHOU?

Apesar de ter alguns poucos pontos realmente bons, a maior parte da coletiva do Playstation foi bastante fraca. Ainda que em termos de conteúdo ambas tenham sido bastante parecidas, com poucas novidades para os dois lados, entendo que o grande problema na apresentação da Sony foi a falta de dinamismo e a ausência de jogos exclusivos – coisas que não faltaram na coletiva da Microsoft.

Oras, olhe os jogos que estavam na coletiva: Guitar Hero Live, Star Wars: Battlefront, Cavaleiros do Zodíaco, Metal Gear Online… o único exclusivo de verdade foi Street Fighter V, e mesmo assim é um jogo que sempre pode se tornar multiplataforma. Não tivemos nada de Uncharted, The Last of Us, God of War, Rachet and Clank ou Killzone, ao passo que, à exceção de Rise of Tomb Raider, todos os jogos anunciados na coletiva do Xbox One são realmente exclusivos. Nem Horizon Chase, que é indie, será exclusivo de PS4, e ganhará versões para Android e PC.

É isso que faz um produto parecer mais interessante do que outro. É mostrá-lo como único, convencendo o público de que ele pode te proporcionar coisas que você não terá em outro lugar. Essa sensação eu tive com a Microsoft, mas não com a Sony – o que é uma pena.

Outro detalhe que me decepcionou foi o pouco destaque dado à parceria com o Instituto Ayrton Senna. Ainda que não seja uma super notícia para os gamers em especial, tem um apelo emocional tão grande ou maior do que a parceria entre Forza 6 e a escola de Emerson Fittipaldi, mas não teve nem metade do destaque que poderia (e merecia) ter tido.

A SONY TEM OS MAIORES ANÚNCIOS, MAS NÃO O MAIOR CONTEÚDO EXCLUSIVO

Mas você se lembra da Sony na E3 desse ano? Se lembra de como, mesmo sem noticiar nada de relevante para o console, eles foram os responsáveis pelo maior frisson do evento, com a trinca “Final Fantasy VII – Shenmue – The Last Guardian”? Foi exatamente assim que eu me senti ontem.

Ainda que tenha sido extremamente sólida, nenhum jogo apresentado na Xbox BGS Premiere teve uma notícia tão impactante quanto a de Street Fighter V. Foi ontem, com o anúncio oficial de Laura, que houve a maior notícia do evento, que repercutiu inclusive em sites estrangeiros como o Destructoid. Foi isso que mais subiu internacionalmente o nível da Brasil Game Show, colocando-o mais próximo de uma E3 ou Tokyo Game Show por ter anúncios relevantes.

A questão é que, ainda que isso seja muito legal para a comunidade gamer, não é algo que agrega valor à marca Playstation. As coletivas do console podem ser interessantes para trazer grandes novidades, mas nenhuma delas serve para justificar um interesse no Playstation, afinal, o conteúdo exclusivo dele é menor e menos divulgado do que no concorrente Xbox One – e se nem a empresa se mostra tão interessada no seu conteúdo exclusivo, por que o consumidor deveria estar?

A BGS CONTINUA

Assim eu termino as minhas impressões a respeito da coletiva da Sony. Porém, vale lembrar que a nossa cobertura da BGS ainda não acabou! Assim como ontem publicamos as nossas impressões de Dark Souls III, ainda teremos muitas outras “primeiras impressões” para postar: Guitar Hero Live, Rock Band 4, Star Wars: Battlefront, Final Fantasy XV, Halo 5, Assassin’s Creed Syndicate e muito mais. Fique delfonado!

Não deixe de curtir a página do DELFOS no Facebooke ler as nossas outras matérias da cobertura da Brasil Game Show.

TODA A COBERTURA DELFIANA DA BRASIL GAME SHOW

Textos:

BGS: A coletiva da Microsoft

Nós jogamos Dark Souls III e apanhamos feio

BGS: A coletiva da Sony

Rock Band 4 é uma versão mais simples dos anteriores

Star Wars: Battlefront parece jogo filmado!

Halo 5: Guardians e o multiplayer que confundiu o Corrales

Street Fighter V melhora o que já era bom

Assassin’s Creed Syndicate traz o que se espera da série

Final Fantasy XV parece promissor

Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados lembra Dragon Ball XenoVerse

Need For Speed é uma carta de amor aos anos 90

Vídeos:

BGS: veja vídeo exclusivo de Star Wars: Battlefront

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