Na mesma semana na qual ninguém menos que Sir Paul McCartney fez um show lendário no mesmo Rio de Janeiro e na mesma HSBC Arena, os ingleses do Arctic Monkeys chegaram ao Rio para promover o disco AM (2013) e não decepcionaram.
Os “Macacos” se distinguiram dentro do indie rock típico dos anos 2000 desde os dois (excelentes) primeiros álbuns Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006) e Favourite Worst Nightmare (2007). Não sou fã dos subsequentes Humbug (2009) e Suck It and See (2011), mas o bem sucedido AM (2013) foi o responsável por colocar a banda em outro nível, ajudando a criar maiores expectativas em torno da apresentação.
Os suecos do Hives, na companhia dos roadies vestidos de ninjas, foram os responsáveis pelo show de abertura, e empolgaram bastante. Apesar do curto setlist, Take Back the Toys, Main Offender e Tick Tick Boom não ficaram de fora. Destaque para o vocalista Pelle Almqvist e sua performance explosiva.
As primeiras notas de Do I Wanna Know anunciavam a chegada da grande atração da noite. Algo que me surpreende no Arctic Monkeys é: eles estão longe de ser verdadeiros showmen. Inclusive, são lembrados pela timidez e frieza no palco, mas as músicas soam tão bem ao vivo que acabam cativando o público independente de Alex Turner e trupe estarem ou não plantados em seus respectivos lugares.
O show superou as minhas expectativas e explico o porquê: gosto muito dos primeiros álbuns e uma espiada nos setlists de apresentações anteriores me deixou preocupado. Senti falta de The View From The Afternoon, Fake Tales of San Francisco, Perhaps Vampires Is a Bit Strong But…, A Certain Romance, D is For Dangerous, Do Me a Favour e outras mais.
A presença de Brianstorm, Dancing Shoes, Teddy Picker, I Bet You Look Good On The Dancefloor, Fluorescent Adolescent, 505 e (trecho) de Mardy Bum ajudaram a “diminuir o sofrimento”.
Mas justiça seja feita, como disse antes: o ultimo álbum os colocou em outro nível e a apresentação do repertório, idem. Se o Arctic Monkeys soa bem ao vivo, as canções do AM soam bem em dobro, desde a dançante Snap Out Of It, passando pela roqueira Arabella até a balada No.1 Party Anthem – com direito ao clichê moderno dos celulares do público iluminando o local (onde estão os isqueiros?) – além das criativas Knee Socks e Why’d You Only Call Me When You’re High?.
Com o público nitidamente satisfeito, Alex Turner encerrou suas interações com o questionamento-música: “Rio, R U Mine?” e assim o Arctic Monkeys se despediu do Rio de Janeiro e encerrou a turnê do AM da melhor forma possível.
Set List:
1- Do I Wanna Know?
2- Snap Out of It
3- Arabella
4- Brianstorm
5- Dancing Shoes
6- Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
7- Teddy Picker
8- Crying Lightning
9- No. 1 Party Anthem
10- Knee Socks
11- Fireside
12- All My Own Stunts
13- I Bet You Look Good on the Dancefloor
14- Library Pictures
15- Why’d You Only Call Me When You’re High?
16- Fluorescent Adolescent
17- 505
Bis:
18- One for the Road
19- I Wanna Be Yours
20- Mardy Bum (trecho)
21- R U Mine?
