Manja aqueles filmes que só pela sinopse já parecem que vão ser uma porcaria, mas acabam te surpreendendo e se revelando bem legais? É o caso deste Apenas Uma Chance que chega agora aos nossos cinemas. Pô, até o título é genérico pra caramba! E como já disse, a sinopse também não ajuda em nada.
A versão resumida é: trata-se da cinebiografia de Paul Potts, um cantor amador de ópera que ganhou um programa de calouros da TV britânica. Lembro da minha reação inicial ao ver praticamente esse mesmo resumo no release da distribuidora. Pensei comigo mesmo: sério que agora estão fazendo cinebiografias até de gente que vence reality shows?
No entanto, a versão resumida da sinopse de fato não apresenta com justiça o que o filme é. Então elaborarei um pouco mais. O galês Potts é um sujeito gordinho e apaixonado por ópera. Não só por ouvir, mas também por cantar, visto que possui uma voz potente e bem afinada. Por conta dessa sua paixão pouco convencional e por seu físico, sofre bullying constantemente e seu pai chucrão também não entende muito qual é a dele.
Para se ter uma ideia, Paul é tão zoado que mesmo depois de adulto continua sofrendo bullying do mesmo mala-sem-alça que o atormentava quando criança. Depois de adulto! Isso é muito errado! Não bastasse a presença desse Biff Tannen cover, a própria vida trata de sacaneá-lo com uma sucessão inacreditável de evil monkeys pesados que não convém revelar aqui.
Apesar das pauladas que levou, continuou tentando até que resolve se inscrever no programa Britain’s Got Talent, que tinha como um dos jurados o mesmo Simon Cowell que ficou famoso no resto do mundo por American Idol. O resto você já sabe.
O delfonauta mais dedicado já deve conhecer meu gosto por filmes sobre música (ou onde ela tenha um papel importante), mesmo que tratem de estilos que eu não curta ou não tenha conhecimento. Logo, esse aqui já acabou me ganhando logo de cara. Mas não só por isso.
É verdade que o filme é simples, seguindo aquela estrutura clássica do personagem sofredor que passa por um monte de agruras até finalmente ser reconhecido no final. No meio disso, mete um monte de outros clichês típicos desse tipo de história. E em alguns momentos esbarra na pieguice sem qualquer dó.
Por outro lado, sua narrativa não é tão séria quanto a trama faz parecer. Na verdade, ele é muito bem humorado e leve, e ao menos essa toada mais cômica dá um frescor a uma trama batida. É divertido de assistir e garante algumas risadas.
Mas a película se escora mesmo é no seu protagonista, interpretado com carisma por James Corden, que interpreta Paul Potts com muita simpatia. Ele é a força do filme e seu grande trunfo, provando que às vezes basta um bom personagem (e um bom intérprete) para levar todo um filme.
Apenas Uma Chance é o tipo de história que não apresenta nada de novo e que você já deve ter visto centena de vezes antes. Mas, nesse caso, ainda pode agradar. Principalmente se você, como eu, gosta de filmes com temáticas musicais. Se é o seu caso, vale a assistida.
CURIOSIDADE:
– Veja no vídeo abaixo o verdadeiro Paul Potts em sua primeira aparição no Britain’s Got Talent. A discreta cara de holy fuck do Simon Cowell quando ele começa a cantar é impagável.