Anjos da Noite – A Rebelião

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É impressionante como certas franquias continuam a existir. Vejamos o caso da série Anjos da Noite. O primeiro filme foi ruim de doer. O segundo deu uma boa melhorada, mas ainda assim foi apenas razoável. E mesmo assim, conseguiram levar a saga adiante com uma terceira parte. Ou no caso, levar para trás, já que Anjos da Noite – A Rebelião, é uma prequência das duas películas anteriores.

Ela conta justamente como começou a rivalidade entre vampiros e lycans e como essa última raça se levantou contra os chupadores de sangue, que os mantinham como escravos, e iniciaram a guerra que se estendeu pelos dois filmes anteriores, os quais cronologicamente são posteriores.

Temos aqui, mais uma vez, um amontoado de clichês. Tem o lycan (Michael Sheen) que irá se rebelar contra seus mestres vampiros e liderar outros de sua raça na rebelião. Tem o chefe vampiro (Bill Nighy) que subestima o potencial de seu adversário e, claro, tem o amor proibido entre o chefe lobisomem e a vampira (Rhona Mitra) filha do governante de seu clã.

Se os produtores não quiseram gerar uma sequência direta dos outros dois filmes, porque achavam que seria interessante contar como tudo começou, se enganaram redondamente. A história é besta e manjada e a maior diversão que tive com ela foi exercitar meus poderes mediúnicos para adivinhar tudo o que aconteceria nas cenas.

Como a história é aquela coisa de sempre, então ao menos as cenas de ação deveriam valer alguma coisa, correto? Errado. São cenas genéricas, sem nada de memorável. Até que tem bastante sangue e tem uma hora lá pro fim em que um sujeito toma uma espadada bem legal, mas não é o bastante para mantê-lo entretido durante toda a projeção. É, eu fiquei entediado em vários momentos.

Tão genérico quanto as cenas de ação são a fotografia estilo gótico (tão comuns em filmes de vampiros e do Tim Burton), a cenografia medieval decrépita e os apenas competentes efeitos especiais. Agora, eu já devo ter dito isso em algum outro lugar, e direi novamente: lobisomens não podem ser feitos em CGI, ficam toscos! Eles têm de ser criados com prostéticos e animatrônicos, cazzo!

No entanto, o “troféu vergonha” vai mesmo é para o departamento de atuação. Pela mãe do guarda, não tem um ali que se salva! Até o veterano Bill Nighy, reconhecidamente um bom ator, paga mico ao fazer algumas expressões e mandar suas falas no pior método Joey Tribbiani de atuação. O negócio é tão triste que dá até dó.

Desta feita, Anjos da Noite – A Rebelião fica no meio do caminho entre um filme nada e uma obra ruim, pendendo mais para esta última. Um passo atrás em comparação ao exemplar anterior, e que pode ser responsável por acabar com a franquia. Ou não, já que mesmo com a baixa qualidade ela parece ter a resistência combinada de vampiros e lobisomens. Será que uma bala de prata resolve?

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
anjos-da-noite-a-rebeliaoPaís: EUA/Nova Zelândia<br> Ano: 2009<br> Gênero: Fantasia/Ação<br> Duração: 92 minutos<br> Roteiro: Danny McBride, Dirk Blackman e Howard McCain<br> Elenco: Michael Sheen, Bill Nighy e Rhona Mitra.<br> Diretor: Patrick Tatopoulos<br> Distribuidor: Sony<br>