Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso

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Se tem uma coisa da qual não podemos acusar Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso é de ter um título enganoso. O que vemos aqui, delfonauta, é exatamente o que você pode imaginar: pessoas tendo um dia terrível, horrível, espantoso e horroroso. Mas vamos elaborar mais.

Tudo está indo muito bem para a família de Alexandre (Ed Oxenbould). Toda? Não. Menos para ele que, como todos nós, vive caindo e tem dificuldade para pegar a loira de olhos azuis. Sua família não parece dar muita bola para suas vicissitudes, no entanto. É por causa disso que ele resolve fazer um pedido no dia do seu aniversário: que sua família entenda como é ter um dia terrível, horrível, nojento e ruim bagarai. Seu pedido é atendido e o dia de seu aniversário vai virar um pesadelo para toda a família.

O timing não podia ser pior, pois além do aniversário de Alexandre, no dia seguinte seu irmão vai levar uma ruiva e um bacon para um baile, sua irmã vai estrear como protagonista em uma peça da escola, seu pai (Steve Carell) fará uma entrevista de emprego em uma empresa de games e sua mãe (Jennifer Garner) pode ganhar uma promoção se tudo der certo. Como você pode imaginar, não faltam oportunidades para as coisas darem errado, e é disso que o filme tenta tirar seu humor.

Apesar da sinopse e o mote da trama (tudo começa com um pedido de aniversário mágico) lembrar muito O Mentiroso, o longa em si parece mais é com o recente Vizinhos.

Com isso, quero dizer que investe seu humor em conflitos e problemas. Definitivamente não é o que me faz rir, e acredito que a maioria dos delfonauta compartilha desta opinião. A gente aqui gosta mais de coisas que desafiam a lógica, de piadas mais bobas ao mesmo tempo que são mais inteligentes. Pessoas caindo, vomitando ou tudo dando errado não nos faz rir. Na verdade, considero um filme assim muito mais estressante do que engraçado, o que é exatamente o oposto do que a comédia deveria ser.

Tudo acaba se resumindo a o que você espera de uma comédia. Se você quer dar umas gargalhadas gostosas, pelo menos para mim este filme falhou miseravelmente, pois me fez rir uma única vez, quando Jennifer Garner fala a frase que ilustra a chamada de capa de hoje. Se você espera apenas um entretenimento leve, ele acaba sendo mais apropriado. Ok, eu não sorri, mas também não fiquei entediado, e como o filme é curtinho, tudo acontece bem rápido.

Assim, vai do gosto do freguês. Você gosta do Vizinhos ou de filmes na linha de Férias Frustradas? Se esta é sua praia, vá sem medo. Caso contrário, seu tempo no cinema não será terrível, horrível, espantoso e horroroso, mas também não será fantástico, tremendão, zip-a-dee-doo-dah e supercalifragilisticoespialidoso.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
alexandre-e-o-dia-terrivel-horrivel-espantoso-e-horrorosoPaís: EUA<br> Ano: 2014<br> Duração: 81 minutos<br> Roteiro: Rob Lieber<br> Elenco: Steve Carell, Jennifer Garner, Ed Oxenbould e Dylan Minnette.<br> Diretor: Miguel Arteta<br> Distribuidor: Disney<br>