A razão de ser de um cafajeste

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Imagino que uma dúvida que deve pairar sobre toda a sociedade, sobretudo a parcela feminina, é a seguinte: “Qual é a graça de ser cafajeste?”. Muitas feministas de plantão, sem a menor sombra de dúvidas, já devem ter gasto muito tempo tentando entender essa verdadeira equação matemática.

Parte das pessoas (obviamente, parte composta por não-cafajestes ou feministas, estas nada mais do que lésbicas em potencial), acredita que é pura e simplesmente pela diversão e pelo prazer de sacanear a mulherada. Outra parte acredita que é apenas para poder se gabar para os amigos. Há ainda uma terceira parte que pensa ser pura e simplesmente resultado de traumas de infância. Para todas elas e muitas outras teorias que existem, tenho apenas uma coisa a dizer: “Bah!”

Na verdade, a razão dos cafajestes existirem é apenas uma: espalhar a semente! Sim, delfonauta! Essa mesma que você está pensando! A semente da felicidade (era essa que você estava pensando, não era?)! E ela deve ser semeada no coração de todas as mulheres amarguradas e em busca de carinho! É só isso que os cafas fazem! Toda mulher precisa de homem. Até as feministas! Aliás, principalmente as feministas! No caso delas, cafajestes seriam perfeitos, pois tudo que elas precisam é se sentir amadas ou, para manter a proposta do texto, semeadas (com a semente da felicidade)!

Dito isso, vocês devem estar pensando: “Tá bom. Mas qual é a graça para os cafajestes?”. Aí lhes respondo: é a satisfação pessoal de se desenvolver um trabalho em prol da comunidade feminina. É como se fosse uma caridade. Ver uma moça triste ou sentindo falta de amor e carinho corta um coração cafajeste! Diz a lenda que, sempre que um cafajeste semeia a felicidade no coração de uma pobre garota triste, nasce um anjo. Se a garota for feminista, nascem três anjos e uma fada! *-*

Poxa! Se essa lenda for verdadeira, nós devemos todos dar uma salva de palmas aos cafajestes e acrescentá-los em nossas orações todos os dias. Afinal, nossos anjos-da-guarda provavelmente só nasceram graças a eles.

Porém, infelizmente, não é isso que acontece. O ser humano é ganancioso e nunca está satisfeito com nada! Oferece-se a mão e querem o braço. As mulheres não sabem compartilhar e querem o cafajeste apenas para elas, sem pensar no próximo (na verdade, na próxima, quem pensa no próximo são as cafajestas). Por esta única razão, o egoísmo feminino, o cafajeste é mal visto por uma grande parte das pessoas, já que é queimado e malhado diariamente por todas as mulheres que foram contempladas com sua magia e ternura. Sim, meu amigo, é assim que as mulheres retribuem nossa dedicação! Maldito mundo injusto!

Diante desse quadro, os cafajestes, cada vez mais, precisam desenvolver técnicas secretas para escapar das armadilhas e empecilhos de percurso proporcionados por sua reputação distorcida. Muitos deles, alguns até de grande potencial e nobres histórias, acabam por “pendurar as chuteiras” por não agüentar a pressão exercida por essa sociedade feminista e maternalista. Outros agem com vergonha. A todos estes, tenho algo a dizer:

NÃO SE ENVERGONHEM! ORGULHEM-SE!

Unam-se em prol da felicidade feminina! Eu sei que, em um mundo mais justo, vocês seriam canonizados, não escrachados ou parodiados, como acontece! Mas tudo bem, não deixe que isso tire de vocês o ímpeto de continuar! Não deixem a chama apagar! Já dizia Freddie Mercury (que fazia parte do filo cafagay): We are the champions, my friend! And we will keep on fighting until the end (Júlio escreve isso com o punho da mão esquerda fechado e seus olhos se enchem de lágrimas ao lembrar deste emocionante cafalema).

Ser cafajeste é zelar pelo bem da próxima. É se doar sem pedir nada em troca. É sentir a sensação de dever cumprido ao ver um sorriso feminino, por menos dentes que este possua. É praticar o bem sem ver cara, bunda ou peitos, apenas o coração. É se sujeitar a não possuir um amor verdadeiro por toda a eternidade apenas para que outras pessoas possam se sentir amadas e semeadas, nem que seja apenas por uma noite, ou quantas outras lhe convier (ao cafajeste, é claro).

É se sujeitar a passar por situações constrangedoras e perigosas, tais como se vestir de mulher para escapar de maridos furiosos, pular muros vestindo apenas cueca ou, em muitas vezes, do modo como veio ao mundo, apenas para satisfazer e alegrar pessoas que ele sequer conhece direito.

Que outra forma de vida, em nosso planeta, age com tamanha nobreza e altruísmo? Aposto que você não consegue lembrar de nenhuma, né? É por isso que estes nobres seres não podem NUNCA desistir desse sonho, desse objetivo, dessa cafacausa! Afinal, o mundo não seria nada sem eles! Vou parando por aqui, pois não consigo conter a emoção e minhas lágrimas já turvam a vista. Um abraço a todos os delfonautas homens e uma grande e calorosa semeada a todas as mulheres deste imenso e vasto planeta que precisam de um pouco de amor e carinho!

PS: O escolhido de hoje para representar a classe foi nosso querido amigo Sawyer, da série Lost. Ele foi escolhido porque, ao digitar no Google a palavra “cafajeste”, simplesmente as três primeiras fotos que apareceram foram dele! Vai representar a causa assim lá na casa do chapéu, mano! Ele é definitivamente um cafatrue!

PS do Corrales: Depois da redação deste texto, bochechas rosadas brotaram no rosto do Júlio e ele traiu o cafamovimento ao se tornar um carinhoso. Isso significa que este é o último texto para esta coluna que o cara criou até o momento. Podem vir mais por aí, porém a partir da próxima edição, Cafajestadas Delfianas deixa de ser exclusivamente do cara e fica aberta a qualquer pessoa que queira falar sobre algo relacionado ao assunto. Cafanerds delfonautas, é sua chance! Participe você também!

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