A Lenda de Tarzan

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Tarzan sem dúvida é um dos personagens mais conhecidos da cultura pop. Já estrelou centenas de histórias nas mais diversas mídias, mas andava sumido em tempos recentes. Ao menos a última vez que me lembro dele em evidência foi no longa de animação da Disney, mas isso foi no já longínquo ano de 1999.

Seja como for, o Rei das Selvas está de volta com um novo filme em live action, que aporta esta semana em nossos cinemas. Só que se trata de um filminho bem “nhé”, tão esquecível que, se eu não escrever rápido esta resenha, periga eu esquecer tudo que acabei de assistir.

Então vamos lá: a história de A Lenda de Tarzan começa com John Clayton (o verdadeiro nome do Senhor dos Macacos) plenamente reintegrado à sociedade inglesa e casado com Jane (Margot Robbie). No entanto, ele é convidado a retornar à África para uma excursão diplomática pelo Congo Belga.

Na realidade, trata-se de uma tramóia elaborada pelo ardiloso Leon Rom (Christoph Waltz) para entregar Tarzan a um velho inimigo local de seu passado em troca dos abundantes diamantes da região. Caberá a John e seus amigos, humanos ou primatas, saírem desse enrosco e derrotar o malvadão.

O filme tem aquela pegada de aventura Sessão da Tarde, bem inofensiva. Contudo, falta também energia. Ele é bem meia-bomba durante toda sua duração. Não é fraco o bastante para ser ruim, mas funciona suficientemente para entreter naquele momento. Ou seja, filme nada total.

Pouco criativo, fácil de adivinhar todos os desdobramentos da trama, mas ainda assim assistível. Ele diverte mais quando mostra os flashbacks do passado do protagonista, com os elementos que todo mundo conhece, ou quando mostra o cara no presente sendo o Tarzan, se balançando em cipós e interagindo com os animais.

As cenas de luta são tão genéricas quanto o resto do filme, e os efeitos especiais, particularmente, são bem mequetrefes. No entanto, até que ficou legal o fato de que Tarzan luta usando movimentos e golpes similares aos dos gorilas. Isso dá uma graça a mais às cenas de ação.

Outra coisa que me chamou atenção é o Christoph Waltz. Já está na hora de ele parar de imitar o Hans Landa e interpretar personagens que não tenham a fala mansa ou andem sempre com um risinho sarcástico nos lábios. Ou será que ele só rende nas mãos do Tarantino? Vai saber…

Enfim, A Lenda de Tarzan é totalmente descartável e facilmente esquecível. Assim, talvez só mesmo os fãs muito hardcore do personagem se interessem por vê-lo no cinema quando certamente deve haver opções melhores em cartaz. E mesmo para assistir pela TV, só mesmo se for num dia de programação fraca ou repetida. Nesse caso, até que quebra um galho. Sacou? Porque o Tarzan anda pelos galhos! Depois dessa excelente piada, fico por aqui. Até a próxima, delfonauta.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
a-lenda-de-tarzanPaís: EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Ação<br> Duração: 110 minutos<br> Roteiro: Adam Cozad e Craig Brewer<br> Elenco: Alexander Skarsgard, ChristophWaltz, Samuel L. Jackson e Margot Robbie.<br> Diretor: David Yates<br> Distribuidor: Warner<br>