A História do Delfos (Parte 2)

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Ontem você ficou sabendo de absolutamente tudo que envolveu a complicada transformação do DELFOS em portal. Hoje, você vai conhecer os bastidores da transformação de um simples site nerd no maior site nerd de jornalismo parcial reflexivo do mundo. Divirta-se.

2.4 – Um sonho realizado

Logo no primeiro dia (30 de janeiro de 2006), os acessos já aumentaram e foram aumentando exponencialmente desde então. Nesse início, quem cuidava das notícias diárias era o Cyrino. Não demorou muito e recebi um e-mail do Guilherme Viana, oferecendo uma resenha do clássico game de NES, Castlevania. Fomos trocando mensagens e desenvolvendo uma certa amizade e, com a dificuldade do Cyrino em cobrir as notícias de todas as seções, perguntei se o Guilherme teria interesse em ajudá-lo. Ele aceitou e, algumas semanas depois, tanto ele quanto o Rezek se juntavam ao Cyrino e a mim como parte da equipe delfiana.

No dia 12 de fevereiro, publiquei o texto Os Headbangers Não Praticantes, um desabafo sobre a burrice do público metálico tupiniquim. Alguns dias depois, o Whiplash reproduziu esse texto. Quando isso aconteceu, as visitas do DELFOS e minha caixa postal explodiram. A quantidade de acessos diários passou de algumas centenas para alguns milhares de um dia para o outro e acredito que, até hoje, a matéria em questão representa para muitos tudo que o DELFOS significa, sem falar que é uma das preferidas de quase todos com quem conversei sobre o assunto. É engraçado ver que ela é sempre citada quando algum delfonauta vem falar comigo e parece até que o termo acabou pegando no meio metálico tupiniquim.

Assim, com o site no ar e com as visitas e a equipe crescendo, tudo estava indo de vento em popa. Logo comecei a procurar por programas de afiliados e coisas do tipo, que poderiam ser revertidos em uma graninha para ajudar a bancar o site. Assim começou a primeira parceria financeira, com o Submarino, que até hoje nos paga uma comissão por cada produto vendido através dos links do site.

2.5 – A famigerada parte triste que sempre vem depois da parte feliz em qualquer história de qualquer mídia (leia ouvindo alguma música deprê levada ao piano e com vocais chorosos)

Infelizmente, essa empolgação não durou muito, pois a era negra do DELFOS estava para começar. Aparentemente, o famoso Mr. X estava insatisfeito com o nosso acordo – provavelmente porque viu o quanto de visitas estávamos tendo e queria tirar uma casquinha disso. Eu estava mais do que disposto a renegociar os termos e mantermos a parceria, mas ao invés de conversar civilizadamente comigo, o cara começou a simplesmente exigir umas coisas sem noção. Não, ele não estava sugerindo ou negociando. Era mais algo como “ou faz o que eu quero ou eu tiro o site do ar”.

Ele estava querendo coisas como um botão com o nome da empresa dele, um banner fixo na seção de música (o que significa que eu nunca poderia vender o espaço da seção de música) e até uma daquelas barrinhas que ficam em cima do site em todas as páginas. Tudo isso apenas em troca da hospedagem, que ele vendia por R$ 14,90 ao mês. E um simples banner no DELFOS não seria vendido a esse valor. Hospedagem é um serviço mais barato que espaço publicitário, é assim em qualquer lugar. E convenhamos, a empresa dele nem oferecia estatísticas de visitação e painel de controle (coisas básicas para qualquer hospedagem) – sem falar na enrolação para a criação de novos e-mails (o cara demorou meses até criar o e-mail do Guilherme). Ele ainda teve a pachorra de dizer que tudo isso estava combinado desde o início e que era eu que não tinha cumprido. Um absurdo, pois eu nunca teria concordado com esses termos (sem falar que nunca, na minha vida inteira, eu deixei de honrar um combinado, seja algo profissional ou simplesmente um encontro entre amigos). Era muito mais vantajoso ter pago desde o começo uma outra empresa de hospedagem – e é possível achar serviços muito melhores por preços mais baixos do que os que ele cobrava.

Diante da recusa, ele começou a me xingar e a agir como um menininho mimado, dizendo que nossa parceria estava encerrada e que eu tinha três dias de prazo para arranjar outro servidor antes que ele deletasse tudo. Fiquei desesperado e comecei a correr atrás de outras empresas, mas, no final das contas, consegui conversar com ele, cedi a tudo que ele queria e assim ganhei mais algum tempo. Falei para ele me mandar os botões, banners e tal. Felizmente, conforme eu previa, ele era tão enrolado para essas coisas quanto para criar e-mails e não mandou nada. Pelo menos não até que eu arranjasse uma empresa estadunidense de hospedagem que, por mais ou menos o preço cobrado por qualquer uma das brasileiras, oferecia muito mais espaço em disco, transferência e muitas outras coisas.

Em junho de 2006, mudei o site para esse novo servidor e avisei o cara, que ainda perguntou o motivo da minha mudança. Para evitar mais brigas, respondi apenas algo como “não quero incomodar mais com os e-mails que eu preciso criar, com as estatísticas e todas essas coisas que são importantes para sites como o DELFOS”. Ele disse que, em troca do tempo que eu hospedei lá, eu poderia deixá-lo colocar um banner no site. Eu aceitei, mas disse que antes de fazermos isso, queria resolver todas as pendências e problemas técnicos relativos à mudança. Uma dessas pendências era o download dos logs brutos das estatísticas para que pudesse acessar as visitas desses primeiros seis meses no futuro. Ele concordou e disse que disponibilizaria os arquivos para mim.

Em julho, o Cyrino deixou a equipe fixa, mas, assim como o Bruno, continua até hoje enviando textos para o site. Na verdade, no caso do Cyrino, ele ficou afastado por um tempo, mas eventualmente o coração delfiano falou mais forte e se reaproximou e hoje ainda escreve bastante e participa de praticamente todos os especiais, além de me ajudar a planejá-los. A diferença a longo prazo foi que ele deixou de pegar tantas cabines (hoje ele só pega quando tem dois filmes muito importantes no mesmo dia ou caso eu não possa pegar algum igualmente importante) e de fazer as notícias, além de hoje ser uma colaboração mais recreativa do que seria sendo um membro fixo.

Pouco depois, o Rezek também caiu fora para perseguir uma vida mais adulta, envolvendo até ternos e coisas do tipo (Corrales faz o sinal da cruz). Sobramos apenas o Guilherme e eu. Para assumir as notícias, cheguei a selecionar algumas pessoas dentre os delfonautas: o Gilson Lorenti e o Thiago Fernandes dividiriam essa função. O Thiago, infelizmente, precisou sair logo por causa de problemas pessoais e o Gilson acabou cuidando dessa parte sozinho por algum tempo.

Depois de dois meses da transferência para o novo servidor (estamos em agosto de 2006), a única pendência relativa à mudança que faltava para ser resolvida era justamente (prepare-se para a surpresa) o download dos logs. Falei com o Mr. X, que cobrou o banner. Eu disse que precisava resolver as estatísticas antes (como estava combinado) e o cara novamente começou a me xingar, dizendo que eu estava condicionando o banner aos logs. Só que isso já estava condicionado desde o início e ele sabia muito bem disso. Disse que não queria mais o banner “na droga do meu site” e coisas do tipo. Só que eu ainda queria as estatísticas e até tentei tentar chegar num acordo com o cara para que ele me vendesse os malditos (que deveriam ter sido meus desde o início). Só que o cara estava muito mais disposto a me xingar do que a ter uma conversa adulta e daí fica difícil… Eu falei isso para ele, e ele respondeu dizendo algo como “e quem disse que eu sou adulto?”. Detalhe, ele tinha em torno de 35 anos.

Logo percebo que meu medo se concretizou, pois recebo um e-mail do Registro.br dizendo que o nome do dono do endereço www.delfos.art.br tinha sido mudado para o do dito cujo. Como o CNPJ utilizado no registro era dele, ele podia fazer isso, pois legalmente era o dono. “Ferrou”, pensei. Eu estava nas mãos do cara, pois, tendo o endereço, ele podia simplesmente mandar redirecionar para o site da sua empresa, roubando todas as nossas visitas, que conquistamos honestamente e com muito trabalho. E não tinha nada que eu podia fazer em relação a isso. Tentei conversar, mas, como você já deve imaginar, ele só respondia com xingamentos.

Diante desse problema, eu tinha algumas opções. Uma delas era continuar pagando o registro e ficar de refém do Mr. X, pelo menos até que ele amadurecesse o suficiente para ter uma conversa adulta (o que até hoje não deve ter acontecido). Outra era mudar o endereço do site, mas isso traria problemas de configuração e de links quebrados, sem falar da atualização dos mailings das assessorias de imprensa que, ao contrário do que o nome sugere, não costumam assessorar em nada e não são nem um pouco prestativas. Isso sem falar no público ocasional que seria perdido por não terem acompanhado a mudança (mais de um ano depois, uma garota veio perguntar para mim se o endereço tinha mudado, pois ela não conseguia acessar. Eu respondi que não e, só depois de um tempo me toquei que ela provavelmente ainda acessava pelo www.delfos.art.br). Minha última opção era matar o site de uma vez por todas.

Devido a essa incerteza, escrevi para o Gilson dizendo para congelar as notícias, pelo menos até que algo fosse decidido, já que não valia a pena ficar trabalhando em algo que não sabia se ia durar. Assim, passaram alguns dias em que eu estava muito triste, sem nem ter força para sair da cama. Até que me animei a mudar o endereço do site. Mas eu simplesmente não conseguiria cuidar de todos os ajustes que isso acarretaria, então mandei um e-mail para o Cyrino pedindo a ajuda dele para tirar todas as referências ao endereço antigo em todas as matérias. Ele aceitou e assim possibilitou que eu me concentrasse nas outras coisas que teriam que ser mexidas.

Registrei, então, o endereço www.delfos.jor.br, arrumei a configuração do servidor e configurei com a empresa de hospedagem atual para que o endereço antigo redirecionasse para esse (pelo menos até o cara mexer no Registro.br para que levasse para o site dele), mandei e-mail para todas as assessorias de imprensa e fiz o possível para divulgar o novo endereço no Orkut, em sites amigos e no próprio DELFOS, para tentar minimizar a perda de público. Isso tudo levou algum tempo, mas felizmente tudo acabou dando certo e em setembro tivemos o nosso recorde até então, 400 mil pageviews.

2.6 – A retomada

A sensação de estar livre do Mr. X (e desde então nunca mais falei com ele) e de finalmente ser um site independente era maravilhosa, mas ainda tinha muito a fazer. A começar pelo retorno das notícias. Infelizmente, não consegui mais falar com o Gilson, que sumiu completamente e nunca mais respondeu aos e-mails – acho que ele foi abduzido por alienígenas e vai aparecer daqui a uns 20 anos sem ter envelhecido um dia – então precisava selecionar novas pessoas. Enquanto isso, o trabalho no site foi lentamente voltando ao normal, mas sendo atualizado apenas com textos grandes.

Ainda em setembro, eu criei um fanzine do DELFOS e distribuí cinco cópias na primeira promoção do site. Em dezembro, tivemos a primeira oportunidade de fazer uma promoção externa, distribuindo ingressos para o filme Adrenalina. Para comemorar essa situação especial, pensei em fazer o primeiro encontro de delfianos (nome dado aos membros da equipe) e delfonautas (o público). Os vencedores iriam assistir ao filme com a gente e depois iríamos a um rodízio de pizza ou algo do tipo. Como nada vem fácil na história do DELFOS, muitos problemas aconteceram (a sessão que íamos pegar tinha sido cancelada e pegamos uma exibição seguinte, ou seja, acabamos indo à pizzaria antes do filme). Mesmo assim, foi um dia muito divertido e todo mundo riu bastante.

Mais parcerias surgiram a seguir, das quais as mais importantes foram com a Amazon e com a Play-Asia, em dezembro e janeiro de 2007, respectivamente. Aliás, começamos 2007 bem, pois além da nova parceria, nosso recorde de acessos cresceu ainda mais, passando do meio milhão de pageviews mensais pela primeira vez.

Em fevereiro, começava meu último ano na PUC e eu optei por usar o DELFOS no meu TCC. Em março, depois de muita frustração tentando encontrar alguém responsável para cuidar das notícias, resolvi que iria cuidar delas eu mesmo e tentar fazer o possível para que isso não influísse na quantidade de grandes textos publicados, já que as matérias reflexivas são o grande diferencial do DELFOS e o que nos torna únicos no jornalismo cultural internético brasileiro, sobretudo quando comparados com os demais sites nerds tupiniquins.

Com o retorno das notícias, no início de abril, parecia que tudo estava finalmente entrando nos trilhos até que, em maio, meu computador decide fazer greve. Foram algumas semanas de terror, onde novamente contei com a ajuda do Cyrino para publicar os grandes textos e para avisar os delfonautas dos problemas.

Apesar disso, maio foi também um mês muito visitado, com mais de 850 mil pageviews. Pela primeira vez, o DELFOS começava a se aproximar do almejado um milhão de páginas vistas mensais. Nessa mesma época, também fui entrevistado para o site voltado para jornalistas, Antena 8 (que infelizmente parece ter saído do ar) e para a Gazeta de Alagoas, em uma matéria que tratava sobre o uso de celular no cinema. Além disso, a Editora Moderna pediu autorização para o uso de um texto delfiano em um de seus livros didáticos, o que me deixou deveras orgulhoso.

Em 2007 também fizemos uma detalhada pesquisa com o público para ver o que deveria mudar e o que deveria continuar igual no site. A repercussão foi muito grande e várias matérias e mudanças foram e serão feitas para se adequar a isso.

2.7 – Cafajestadas Reflexivas

Aliás, 2007 realmente foi um ano cheio de mudanças. Devido à tara natural de qualquer homem por ruivas, esse era um assunto recorrente no oráculo de DELFOS. Todos nós, com exceção do Guilherme, que é vegetariano, gostávamos também de bacon. Juntando dois mais dois, pensamos na combinação mágica. Todos juntos agora: Hum… ruivas com bacon…

Pois então, isso começou como um assunto interno e, quando fui ver, o Rezek e o Cyrino já estavam escrevendo matérias falando disso. Acabei entrando na brincadeira e, para minha surpresa, o negócio pegou. No início, ainda em 2006, ocasionalmente chegava algum e-mail comentando ou pedindo explicações para uma tara tão inusitada, mas em 2007, isso atingiu proporções antes inimagináveis e acabou se tornando uma característica do DELFOS.

Assim, não demorou para que nossas mentes depravadas começassem a imaginar outras opções. Um dia, o Cyrino comentou das japonesas com pizza. “Eu acho que combina bem”, disse ele. Pronto, dias depois, essa combinação já estava no DELFOS e, desde então, começamos a fazer as mais variadas misturas lascivo-gastronômicas, até que, no dia 27 de agosto, recebo no meu e-mail estas fotos. Pô, embora seja uma montagem, é uma ruiva com bacon, mano! *-*

Toda essa história das combinações de mulheres com alimentos acabou afetando bastante o site. Para começar, possibilitou que mais humor entrasse nos textos e começamos a nos levar menos a sério. Não me entenda mal, nós levamos o DELFOS a sério, mas isso não significa que escrever para ele ou lê-lo não possa ser divertido. E, a partir daí, começamos a desenvolver uma linha gradualmente mais cafajeste em vários textos. Alguns podem até argumentar que foi uma evolução natural. Mas essa abordagem mais bem-humorada acabou rendendo bons frutos para o site, e então tive a idéia de criar uma coluna cafajeste, com objetivos puramente humorísticos, o que ficou alguns meses na minha cabeça. Eu só precisava de alguém para escrevê-la.

Nesse meio tempo, um delfonauta chamado Júlio Rogas me mandou um e-mail, eu respondi e isso acabou virando uma divertida conversa internética que se estendeu por semanas. Diante do tempo que se leva para responder um e-mail, começamos a conversar por MSN, primeiro sobre coisas culturais, depois filosóficas e, finalmente, sobre mulheres. E veja só, o Júlio era um tremendo de um cafajeste e acho que nem ele sabia disso ainda.

Contei para o sujeito a idéia da coluna e o convidei para escrevê-la. Ele gostou da idéia, mas inicialmente queria usar um nome fictício por medo das repercussões femininas. Gentilmente, eu disse para o cara criar umas bolas e agir que nem macho e ele acabou cedendo aos meus argumentos incontestáveis. Passamos algumas semanas planejando a coluna, que finalmente estreou em julho de 2007, sob o nome Cafajestadas Delfianas.

Inicialmente, a idéia era que a coluna fosse quinzenal e que entrasse sempre aos domingos, mas o Júlio não conseguiu se organizar para seguir esse cronograma e, para não deixar a coluna morrer, acabei liberando o cara da pressão do tempo e a abri para que outras pessoas possam participar dela. Até eu já escrevi algumas, embora elas ainda não tenham sido publicadas.

Para falar a verdade, o meu principal medo com essa coluna era afastar do DELFOS as poucas mulheres que o acessavam. O efeito foi completamente o inverso. Normalmente, quando alguém reclama da coluna, é homem. As moças parecem se divertir bastante com ela. No final das contas, a Cafajestadas Delfianas e a forma mais despojada que começamos a usar nos textos acabou aumentando o público, principalmente entre as mulheres. Imagino que elas devem gostar de saber o que os homens realmente pensam. 😉

Ainda não chegamos ao ponto de ter uma mulher escrevendo de forma fixa para o site e, assim, permitir que ela crie suas próprias combinações de homens com alimentos, mas o simples fato de sermos mais lidos por mulheres hoje do que há alguns meses é bastante positivo. Afinal, diversificar é bom!

Em setembro tivemos a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva e pessoalmente com Anthony Daniels, o C-3PO de Star Wars, possivelmente o mais cultuado filme nerd da história. E não é só, no mesmo mês ainda fizemos uma parceria com a Sony Pictures para uma promoção que tinha como prêmio kits que continham DVDs de Homem-Aranha 3, Homem-Aranha 2 e mouse pads do filme. Aproveitamos a promoção – e a ajuda do Marcel Casarini – para realizar um outro sonho meu: fazer tirinhas humorísticas com o Alfredo (e aguarde, pois elas vão ficar melhores e mais complexas em 2008). Tudo isso sem dúvida ajudou a alcançarmos nesse mês um novo recorde de visitas, passando dos 930 mil pageviews – ao mesmo tempo tão perto e tão distante do cobiçado um milhão.

Novembro foi outro mês cheio. Tudo começou com uma polêmica absurda por causa de um comentário sobre cotas raciais feito neste texto. Assim, decidi fazer um debate completo sobre o assunto, apresentando os dois lados (aqui e aqui).

Esse debate acabou me dando outra idéia: criar uma coluna que seria usada exclusivamente pelo público do site, onde eles (leia “você”) poderiam discutir qualquer coisa que quisessem. Surgia a Pensamentos Delfonautas.

Infelizmente, o espaço aberto por essa coluna trouxe também um novo inimigo, um defensor da moral e dos bons costumes, chocado pelo fato de que os delfianos e delfonautas gostam de misturar suas moças com comida e sacrificar bodes entre suas aventuras sexuais. Me refiro, é claro, ao Torquemada e sua cruzada para acabar com o DELFOS.

E se a nova abordagem cafajéstica do DELFOS dividiu opiniões, acabou inspirando algumas leitoras a tomarem uma atitude a respeito: surgiam as musas e suas fotos sensuais/gastronômicas. Todos juntos agora: hum… musas delfianas…

O surgimento das musas não foi uma boa notícia para todos. Entre declarações de amor e pedidos de casamentos feitos pelos delfonautas, também temos algumas moças que acham que isso afasta o site de sua premissa intelectual. Para elas, eu respondo a mesma coisa que o Saddam Hussein vive falando em South Park: “Hey, relax, man”. Afinal de contas, não é porque a gente gosta de pensar que também não pode gostar de se divertir, né? E as musas se encaixam perfeitamente no novo conceito cafajeste/humorístico do site, que veio para somar, não para eliminar o que tínhamos de legal antes.

Além disso, se a quantidade de textos humorísticos aumentou em 2007, o mesmo pode ser dito dos reflexivos. Por exemplo, das 16 Pensamentos Delfianos (sem contar com essas referentes à nossa história) que estão publicadas hoje no site, 11 saíram em 2007 e muitas outras já estão prontas e devem sair esse ano. Ou seja, hoje o site não só é mais divertido, como também é mais inteligente do que era 12 meses atrás. E eu espero que ele continue crescendo exponencialmente nesses dois caminhos. Afinal de contas, por mais que alguém goste de pensar, todo mundo precisa e quer se divertir, certo?

Por fim, ainda em novembro, um sujeito chamado Homero de Almeida entrou em contato comigo comentando este texto. Ele disse que era programador e que estava a fim de ajudar o DELFOS em nossas dificuldades técnicas. Pronto, foi o suficiente para eu dar para o cara uma complicada lista de problemas – e ele resolveu todos. Surgia um novo delfiano. Você pode não ter lido nenhum texto do cara, mas seu trabalho nos bastidores é essencial para manter tudo funcionando e todas as melhorias dos últimos e dos próximos meses são obra dele.

Com tudo isso, vemos que em 2007, livre dos problemas do passado, o DELFOS rendeu bastante e parece ter realmente adquirido uma personalidade mais forte do que a que tinha antes, quando ainda era possível nos confundir com outros veículos focados nos nerds. Hoje, se você não consegue diferenciar a nossa linha editorial da dos nossos “concorrentes”, tem alguma coisa muito errada com você. Afinal de contas, nós somos o maior e melhor (sem falar o único) site nerd de jornalismo parcial reflexivo do mundo. E duvido que alguém prove o contrário. 😛

Para o futuro, resta apenas conquistar o sonho dourado de todo nerd: dominar o mundo, é claro. O DELFOS possibilitou que eu vivesse experiências únicas e conhecesse pessoas legais (e outras nem tanto). Através dele, consegui entrevistar algumas das minhas bandas preferidas, fotografar shows e eventos e até mesmo fazer uma sessão exclusiva com o Sepultura e, algum tempo depois, com a Doro Pesch, Anthony Daniels e até com o Mauricio de Sousa. Não dá para dizer as conquistas e dificuldades que o futuro delfiano nos reserva, mas se depender de nós, estaremos sempre aqui, prontos para nos alegrar com o que vier de bom e encarar os problemas de frente. Nada mal para uma idéia meio louca e “zicada” de um ex-publicitário infeliz com a profissão que exercia.

Pronto, agora você já está sabendo de toda a história do seu site preferido até o momento. Quem sabe daqui a um ou dois anos não sai por aqui a Parte 3? Afinal de contas, quando a gente dominar o mundo, os cidadãos vão querer saber como isso aconteceu! Enquanto isso, porque você não usa o espaço de comentários para contar a SUA história com o DELFOS? Afinal, se leu até aqui, com certeza o site tocou você de alguma forma. ^^

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