Star Wars Battlefront

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Na época da BGS, fiz um preview sobre Star Wars Battlefront e o que mais me chamou a atenção nele foram os gráficos quase fotorrealistas.

Agora, estamos com o jogo final nas nossas calejadas mãos e posso dizer com todas as letras. Temos aqui um dos jogos visualmente mais impressionantes já feitos. De fato, em muitos momentos você tem a sensação de estar jogando os filmes. Não em todos os momentos, verdade, mas quando você está atirando em uns stormtroopers em Tatooine, com o tema da série tocando a pleno volume nos alto-falantes, é impossível não se sentir um herói da saga galáctica de George Lucas.

MUITO TEMPO ATRÁS

Sua aventura com Star Wars Battlefront vai começar com alguns tutoriais que podem ser feitos em single-player ou em coop (online ou tela dividida). E sabe que esses tutoriais até são legais? Em geral, eles colocam você dentro de algum veículo marcante dos filmes e passam uma missão simples, do tipo “mate todos os inimigos”. Graças ao visual impressionante e à música forte que todos conhecemos, algo tão simples se torna deveras empolgante.

No entanto, como tutoriais, eles falham em mostrar algumas características e detalhes do jogo, como os poderes de cada herói. Por exemplo, Boba Fett, ao contrário de todos os outros personagens, voa com o L2 e mira com o R3, e o jogo não te avisa disso. Basicamente, os tutoriais são mais uma intro ao jogo antes de cair nas partidas online do que algo que está lá para ensinar as idas e vindas das mecânicas de Battlefront, que vão ser aprendidas na marra mesmo.

EM UMA GALÁXIA MUITO, MUITO DISTANTE

A partir daí, o jogo se divide em duas partes. Temos o prato principal, o multiplayer competitivo propriamente dito, que é composto de nove modos de jogo, e uma outra aba chamada missões, composta de ação para um ou dois jogadores. Vamos falar primeiro dessa.

Temos o modo survival, onde você, sozinho ou acompanhado, escolhe um mapa e deve sobreviver a 15 ondas de inimigos cada vez mais difíceis. Isso é o mais próximo que Battlefront chega de uma campanha propriamente dita, mas é claro que está longe disso, pois é basicamente um challenge mode.

Jogando sozinho, até começa legal, graças ao visual impressionante, mas dura muito tempo (cerca de 30 minutos por partida) e acaba cansando um pouco, pois basicamente é ficar no mesmo cenário matando tudo que aparece. Jogando com um amigo, é consideravelmente mais divertido, mas o jogo peca por não oferecer matchmaking. Isso significa que ou você faz coop de sofá ao lado de um camarada ou vai precisar combinar com algum amiguinho online, caso contrário ficará preso na forever alone city.

Outro modo deste lado de missões é um versus, no qual você controla um herói acompanhado por genéricos controlados pela IA contra um outro jogador. Aquele que fizer mais pontos vence. E este modo de jogo também não tem um matchmaking. Jogando sozinho, é você e seu exército contra um exército inimigo, com o mesmo objetivo de fazer mais pontos.

COME TO THE DARK SIDE

Claro, quem compra Star Wars Battlefront não o fará por causa das missões, e sim pelo multiplayer competitivo. E a boa notícia é que ele é muito divertido. Embora não tenha nenhum modo de jogo totalmente inédito, ele tem praticamente todas as modalidades que fazem sucesso entre a molecada, e todas elas com um bem-vindo sabor de Star Wars. Vamos falar um pouco sobre cada um dos modos de jogo.

SUPREMACY é bem divertido e envolve dois times lutando para controlar todas as zonas. São cinco zonas e cada time começa com duas, lutando para conquistar a do meio. Quando um dos dois conquistar a do meio, deve tomar a seguinte do rival. Aquele que conquistar as cinco zonas ganha. É um modo de jogo bem intenso, e é empolgante quando seu time está avançando e desesperador quando está tendo que recuar. O lado ruim é que mesmo na semana de lançamento do jogo, é difícil achar jogadores para iniciar a partida. Felizmente, é a única modalidade que sofreu desse problema nos meus testes.

WALKER ASSAULT já é conhecido do beta e tem potencial para ser o preferido dos fãs. As batalhas acontecem em mapas extensos. Aqui a base dos rebeldes está sendo invadida por walkers imperiais, que se movem lentamente. O time dos rebeldes deve ativar uns trocinhos que possibilitam que os walkers tomem danos. O objetivo deles é destruir os robozões antes de eles chegarem ao objetivo, enquanto os imperiais devem apenas proteger o walker até ele chegar do outro lado do mapa.

Este é o modo de jogo com mais características únicas. Você pode, por exemplo, pegar um power-up que possibilita que você assuma o controle de uma navinha. Isso muda completamente a sua experiência, mas admito que nos meus testes eu fiquei um pouco perdido. Controlando a nave, você não consegue ver os soldados que estão no chão, e os walkers só tomam dano em momentos específicos, então você fica limitado a atacar outros jogadores que também estão voando, que não costumam ser muitos. Em geral, eu fiquei simplesmente voando de um lado para o outro sem saber muito bem no que atirar.

Outra possibilidade é que algum jogador assuma o papel de um herói, ou seja, um personagem importante de Star Wars. Os heróis dos rebeldes são Luke Skywalker, Princesa Leia e Han Solo, enquanto os do império são o Imperador, Darth Vader e Boba Fett. Porém, até o fechamento dessa matéria, eu não tive a oportunidade de controlar um dos heróis neste modo de jogo e nem sei como isso acontece, se é através de um power up coletado do cenário ou se é após uma killstreak, por exemplo. Eu vi outros jogadores controlando heróis, mas não consegui descobrir o que eles fizeram para que isso acontecesse.

Os heróis são personagens que demoram muito mais para morrer, possibilitando algumas killstreaks impressionantes. Além disso, eles têm jogabilidades únicas. Darth Vader e Luke, por exemplo, usam sabres de luz e a força, enquanto o Imperador solta raios e Boba Fett voa.

FIGHTER SQUADRON é o modo de jogo mais diferente. Aqui você controla navinhas, tipo a X-Wing ou a Tie Fighter. O controle das naves é bem legal e é bem satisfatório fazer as outras explodirem com seus lasers e mísseis. Uma coisa curiosa é que eu destruí um monte de naves, mas quando fui ver o placar, tinha matado apenas um ou dois jogadores, o que me fez deduzir que as partidas aqui envolvem naves controladas pela IA.

Aqui também tem versões navinha dos heróis. Cheguei a ver, por exemplo, um jogador controlando a Millenium Falcon, mas tal qual no walker assault, não consegui descobrir o que deve ser feito para que isso aconteça. É um dos pontos que um tutorial mais elaborado faz falta, por exemplo.

USE THE FORCE

BLAST, por outro lado, é deliciosamente simples. É apenas o bom e velho team deathmatch. O delfonauta me conhece, eu gosto de simplicidade, então não por acaso esta acabou se tornando minha modalidade preferida.

CARGO é outro que você já conhece. É o tradicional capture the flag, no qual um time deve pegar um trocinho no campo adversário e trazer para o seu lado do mapa.

DROP ZONE já é conhecida do beta, e é basicamente igual ao modo control do Destiny. Existem três zonas no mapa que os times competem para controlar e aquele que fizer mais pontos ganha.

DROID RUN é parecida com drop zone, mas aqui as zonas são dróides que se movimentam pelo mapa. Seu time deve dominar o dróide e impedir que o outro time retome o controle. Aquele que dominar os três dróides ao mesmo tempo leva a coroa.

HERO HUNT é a modalidade que eu menos gostei. Aqui um jogador controla um herói super poderoso e todos os outros são genéricos que tentam matá-lo. Aquele que der o golpe final vira o próximo herói. A ideia de todos contra um é boa e pode parecer divertido, mas tem muitos problemas de planejamento, a começar pelo fato de que apenas o último tiro no herói conta.

Por exemplo, você pode tirar quase toda a energia do herói, mas o último tiro ser dado por um cara que acabou de aparecer. Não interessa, ele será o próximo a ganhar o power-up. Talvez fosse mais justo se virasse o herói aquele que mais tirou energia dele, por exemplo.

Além disso, apenas aquele que está controlando o herói pode marcar pontos, o que torna muito difícil simplesmente sair do zero. Nos meus testes, o herói costumava ser sempre os mesmos dois caras a partida inteira. Eu até consegui virar o Luke uma vez, mas fui morto tão rápido que fiz apenas cinco pontos, enquanto o vencedor fez mais de 30.

Por fim, HEROES VS. VILLAINS é muito mais justo e é o maior legal. Sempre três jogadores em cada time serão os heróis enquanto os outros serão genéricos. O time que matar os três heróis adversários primeiro ganha o round. O legal é que neste modo de jogo, todo mundo pode brincar com os heróis, pois é programado para que cada jogador alterne um round como genérico e um como protagonista.

Ao lado de walker assault, tenho percebido que este está se tornando a modalidade preferida da comunidade. E é simplesmente muito legal quando o jogo te coloca como Darth Vader e toca a marcha imperial. Você vai se sentir o Lorde Negro dos Sith!

GUERRA NAS ESTRELAS

Cá entre nós, eu sinto muita falta de uma campanha. O gameplay de Battlefront é fantástico e ele faz um excelente uso de toda a mitologia, visual e músicas de Star Wars. Penso que se incluísse uma campanha, ainda que curta, este poderia ser um jogo sensacional. Porém, está claro desde seu anúncio que este não era o foco do jogo. Temos aqui um multiplayer excelente naquilo que se propõe a ser.

Cá entre nós, eu evito um pouco multiplayers competitivos porque apanho demais. O que me separa de realmente colocar Battlefront entre os grandes jogos do ano é um matchmaking mais elaborado, que separe os jogadores por seu nível de habilidade. Isso é algo que dizem que já existe desde que os jogos se tornaram online mas que eu nunca vi funcionando na prática. Talvez eu seja ruim demais, mas considerando que jogando na mesma sala eu costumo ganhar de todo mundo, deve ter muitas outras pessoas tão ruins quanto eu com quem eu poderia jogar junto.

Assim, particularmente, eu não compraria Battlefront, simplesmente porque ele não é para mim. Ainda assim, eu não teria nenhum receio em recomendá-lo para qualquer jogador fã de um bom multiplayer competitivo.

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