Cara, e eu tinha achado que essa cabine tinha sido digna de Além da Imaginação. Pois então, três sessões de imprensa foram marcadas para o mesmo dia. Eram elas O Homem Urso, Ela é o Cara e Amigo é Para Essas Coisas, todas marcadas para uma quarta-feira. O Cyrino estava a fim de pegar a do Homem Urso, que foi a primeira que chegou. Então quando veio a do Ela é o Cara, decidi pegar essa para que ele fosse no que queria ver (eu sou tão bonzinho). Depois chegou a do Amigo é Para Essas Coisas e, como O Homem Urso é um documentário e o Rezek foi conhecer um albergue eslovaco do qual ouviu falar, disse para meu xará dar prioridade para o filme francês.
E aí depois de ler esse primeiro parágrafo, o delfonauta pergunta “e o quico?”. E eu simplesmente ignoro e continuo minha história. Pois então, por algum motivo, coloquei na minha cabeça que todas essas sessões eram na terça, não na quarta. Então, quando chegou o convite para a cabine deste Buenos Aires 100 Km (aliás, alguém pode me explicar essa moda de batizar filmes com nomes de cidades e um número do lado?) e eu vi que a “dita-cuja” seria na terça, já apertei a tecla del do teclado e nem me preocupei com isso.
Então, na terça em questão, conferi o e-mail para garantir que não iria para o lugar errado (!) e saí em direção ao shopping para assistir a Ela é o Cara. Sacou a besteira? Chegando lá, uns cinco minutos antes do horário marcado, estava completamente vazio com apenas um desconhecido sentado. Perguntei para ele se ele sabia se teria uma sessão de imprensa lá e ele disse que sim e que a cópia tinha acabado de chegar. E nada do pessoal da assessoria de imprensa. Os caras do cinema disseram que ia atrasar uma meia hora e, pouco depois, chegou um outro punhado de jornalistas, desta vez com algumas caras conhecidas.
De qualquer forma, como tenho medo de pessoas, fiquei na minha esperando a sessão começar e pensando quão ruim esse Ela é o Cara deveria ser, já que parecia ser tudo de ruim que o cinema estadunidense é capaz de produzir.
Agora imagina a minha surpresa quando a sessão finalmente começou e a primeira coisa a aparecer na tela foi uma lista de prêmios. Passei os primeiros minutos de filme tentando entender o que estava acontecendo e a que diabos eu estava assistindo, até que finalmente apareceu o nome Buenos Aires 100 Km. Ainda assim, não estava entendendo porque não estava sendo projetado Ela é o Cara, mas fazer o quê? Já estava lá dentro, então iria escrever uma resenha desse filme mesmo.
Na verdade, fazer uma sinopse desse negócio é um tanto complicado, mas vou tentar. São cinco moleques que moram numa cidadezinha a 100 Km de Buenos Aires (sacou?). Cada um deles tem uma história, um drama e um segredo. Mas o que será que acontece quando eles descobrirem que seus amiguinhos já sabem de seus segredos, às vezes até mesmo antes de eles próprios saberem?
As atuações são bem legais, têm um jeitão bem natural de falar e o vocabulário que usam é bem engraçado. Na verdade, posso até parecer meio infantil dizendo isso, mas é meio difícil de não dar risada ao ouvir os meninos brigando e falando coisas como “Qué te pasa, tarado? Maricón!”.
No final das contas, não passa de um filme nada. Se você achou a sinopse interessante, dê uma chance, mas se perder, não vai sentir falta. E o pior, ainda vou ter que assistir ao tal Ela é o Cara. Irgh! E se você quiser saber se esse é tão ruim quanto parece, aguarde a crítica que sai na semana de estréia dele.