Jason Statham surgiu como uma das novas faces dos filmes de ação, e desde então fez praticamente apenas isso. Mas ele abriu as asas dentro de sua especialização. Afinal, para cada filme deliciosamente exagerado, como Adrenalina e Carga Explosiva, temos um mais sério e menos exagerado, como Resgate Implacável. A palavra-chave aí é o “menos”, porque o personagem do Jasão aqui é absurdamente tremendão, mas o limite de seu exagero é quebrar uma meia dúzia de caras maiores do que ele.
RESGATE IMPLACÁVEL: DOS CRIADORES DE APICULTOR
Resgate Implacável reúne novamente David Ayer (Esquadrão Suicida) e Jason Statham. Para quem não se lembra, os dois trabalharam juntos em Beekeeper. Embora os dois filmes não sejam conectados, gosto de pensar que Jasão Estadão se aposentou como apicultor, mas por ser um sujeito trabalhador, não conseguiu ficar de boa (o nome original deste é A Working Man). Assim, ele foi trabalhar em uma construção. Daí a máfia russa resolve raptar a filha do chefe. Big mistake! Agora o ex-apicultor vai mover mundos, fundos e clavículas para salvar a moça.
É curioso como Hollywood ainda faz filmes de “donzelas em perigo”, mas eles foram modernizados. Apesar de ser um filme em que um homem precisa salvar uma mulher, ela é muito mais perigosa do que uma refém indefesa, e todos seus captores vão perceber isso. Eu acho engraçado como os filmes mudam, mas eles continuam meio iguais.
O ABELHUDO É UM TRABALHADOR
Resgate Implacável parece muito com um daqueles filmes de ação mais genéricos estrelados pelo Liam Neeson, e isso vai além da temática. O protagonista aqui também tem um conjunto de habilidades específicas e é praticamente imortal. Mas o filme não foca apenas em uma sequência de cenas de ação. Na verdade o foco é na investigação e em como nosso herói vai descobrir onde a refém está, mais do que em quem ele vai dar porrada para salvá-la.
E como num videogame, seus inimigos começam grandes e vão ficando cada vez maiores. O destaque é para um criminoso que tem um trono formado por pedaços de motos. É a coisa mais poser que já vi desde o Trono de Ferro do Game of Thrones. Só é uma pena que o inevitável confronto final entre os dois termine tão rápido.
Resgate Implacável é um filme divertido e que até vale ver, mas dificilmente será lembrado. Eu assisti a ele hoje e já sinto se esvaindo da minha memória. Nela, agora, sobra apenas uma manhã agradável no cinema.
