Os Jogos do Indiana Jones

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Aprenda técnicas cafajestes com o nosso especial Indiana Jones:

Os Jogos do Indiana Jones: É hora de explorar e chicotear seu videogame!
Os Caçadores da Arca Perdida: Começou aqui a saga do maior arqueólogo do cinema.
Indiana Jones e o Templo da Perdição: Segure suas batatas!
Indiana Jones e a Última Cruzada: Você tem esse nome por causa de um cachorro?
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal: Se você quer ser arqueólogo tem que sair da biblioteca.

Depois de se divertir com os quatro filmes da série Indiana Jones, o DELFOS faz aquele resumão já tradicional de todos os jogos lançados para o personagem até hoje.

Tem muita coisa legal e muita porcaria também nesses 26 anos gamísticos do arqueólogo mais querido do planeta. Alguns foram baseados nos filmes, outros tiveram histórias próprias exclusivas criadas.

Sem mais delongas, divirta-se com nosso resumão e não se esqueça de comentar abaixo quais você já jogou e quais são seus preferidos.

Raiders Of The Lost Ark – Atari Games – Atari 2600 – 1982

Nosso arqueólogo não teve um começo tão glorioso em sua carreira gamística. O primeiro jogo é uma atrapalhada mistura de estratégia, ação e RPG, tudo dentro dos moldes quadrados e limitados do Atari.

Para driblar a limitação do botão único do joystick, os programadores tiveram a brilhante idéia de que são necessários dois controles: um controla o personagem pela tela e o outro, os itens. Os caras foram até criativos, mas, na prática, a salada se revelou um desastre, especialmente se você pensar que estamos falando de jogadores do início dos anos 80, que não estavam acostumados a coisas muito complexas, pelo menos não em consoles domésticos, como era o caso do Atari.

Você controla Indy e tem que procurar a Arca perdida (dã) passando por 13 cenários (o que é muito, lembrando novamente que estamos falando de um dos primeiros consoles), todos bem simples, aliás, simples até demais e esse é o grande contraste: a idéia dos programadores – que por acaso também eram da Atari – foi animalesca, à frente do seu tempo, mas escolheram o console errado para colocar em prática e, no final das contas, Raiders virou um pastelão repetitivo e confuso. Uma pena, mas o console não era exatamente o melhor sistema para uma experiência dessas, que deveria ter nascido para os computadores da época.

Nota: 2

Indiana Jones And The Temple Of Doom – Atari Games – Arcade, Amiga, Amstrad CPC, Apple II, Atari ST, Commodore 64, DOS, MSX, Nintendo e ZX Spectrum – 1985

Provavelmente com pesadelos depois da confusão de Raiders Of The Lost Ark, os caras da Atari Games preferiram um “back to the basics” e criaram um jogo simpático de exploração/aventura onde você deve resgatar as crianças do culto Thuggee e, de brinde, ainda buscar uns artefatos perdidos nas fases que, na verdade, são labirintos gigantes e um tanto tediosos.

Você não tem tantos ítens para escolher e usar, a não ser algumas armas alternativas (pistola, faca e bomba) ao famoso chicote. Os comandos também estão bastante simples e “clássicos” da era 8 Bits: um botão pula e o outro dá o golpe com a arma (que pode ser em oito direções distintas, dependendo do posicionamento da alavanca do controle).

Como destaque, o jogo trazia algumas vozes digitalizadas (e com aquele som robótico meio mal feito dos fliperamas da época) e a possibilidade de encarar labirintos diferentes em cada nível de dificuldade.

Enfim, hoje em dia Temple Of Doom pode parecer bobinho, mas para a época foi simpático.

Todas as versões são praticamente idênticas, com apenas um ou outro detalhe gráfico a mais ou a menos, dependendo da plataforma escolhida. O jogo de Nes teve sua dificuldade levemente reduzida e a retirada de alguns itens das fases para os bebês de plantão.

Nota: 3,5

Indiana Jones In Revenge Of The Ancients – Mindscape – Apple II, PC – 1985

Veja você: quando comecei este especial, eu tinha certeza de que já tinha jogado todos os jogos da série Indiana Jones, mas sempre temos títulos mais obscuros que não fizeram tanto sucesso e caíram no esquecimento, especialmente para os computadores.

Esse também foi um dos únicos jogos da série de Indy que não tem o dedo da Lucasfilm (mesmo os do Atari foram criados em uma espécie de parceria), talvez por isso não tenha chamado a atenção ao longo dos anos.

De qualquer forma, despertou minha curiosidade e consegui um exemplar para testar. Enfim, o que temos aqui é um tradicional adventure baseado em texto com uma história exclusiva envolvendo Indy, Marion (a mocinha do primeiro Indiana Jones e que está de volta no 4º) e os nazistas que querem dominar o poder de uma tal Chave do Poder Mazatec presente na cultura asteca.

A história é bacana, mas esse gênero antigo de digitar as ações do personagem (muito famoso no começo dos anos 80) é muito cansativo e pouco intuitivo. Além do mais, a parte técnica é praticamente inexistente, o que também não colabora para tornar as coisas mais dinâmicas. Vale apenas pela curiosidade.

Nota: 3

Indiana Jones & The Last Crusade: The Action Game – Lucasfilm Games – Mega Drive, Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64, DOS, Gameboy, Game Gear, MSX, Nintendo, Master System, ZX Spectrum – 1989

Se os outros dois filmes de Indiana Jones renderam dois jogos (um para cada), foi na Última Cruzada que a franquia realmente começou a se estabelecer no mundo dos videogames com três exemplares diferentes entre si.

O primeiro é esse aqui, com o subtítulo The Action Game, justamente para diferenciá-lo dos demais e porque – dã – era mais focado na ação 2D.

A Tec Toy chegou a lançar o exemplar de Master System por aqui na época e fez um baita alarde com propagandas na TV e revistas, mas infelizmente este aqui foi o mais fraquinho e simples dos três jogos.

Basicamente, é um side scrolling com uma pitadinha de estratégia e exploração, onde você atravessa quatro fases (pô, até o do Atari tinha mais!) com cenários conhecidos do filme em busca do Santo Gral. Você não tem armas disponíveis, apenas seu chicote ou pode sair no mano-a-mano em momentos específicos.

Os controles seguem o básico de um botão pula e o outro ataca, mas a jogabilidade em todas as plataformas é travadona e prepare-se para passar muito nervoso tentando pular um abismo ou os animais na fase do trem. Os gráficos e sons nos 8 Bits são bonitinhos, mas a versão para Mega Drive é risível, sendo praticamente uma cópia carbono com um pouco mais de resolução. Pura uma preguiça dos programadores.

Nota 3,0

Indiana Jones & The Last Crusade: The Graphic Adventure – Lucasfilm Games – Amiga, Atari ST, DOS, Macintosh, FM Towns, Amiga CDTV – 1989

A-há! Aqui sim as coisas fluíram como deveriam. Talvez por não ter a pressão de lançar um jogo para consoles domésticos, apenas computadores, a Lucasfilm se superou e criou o que sabia fazer de melhor (e estava apenas começando): os maravilhosos adventures.

Se você nunca jogou um Adventure da LucasArts (na época, Lucasfilm), eu apenas lamento muito, porque você perdeu os jogos mais divertidos da história. Mas vou tentar explicar aqui do que se trata: o gênero é um RPG sem evolução de personagem, com muita exploração e diálogos onde você deve vasculhar os cenários em busca de itens que serão usados em puzzles específicos. Alguns destes quebra-cabeças são bem simples e dedutíveis, outros vão fazer com que você tenha vontade de se atirar da janela. O que importa é que são jogos inteligentes e criativos que marcaram uma época, especialmente a primeira metade dos anos 90.

Os gráficos, a princípio, na versão EGA (lembra disso?) não eram tão bacanas, mas depois o jogo foi praticamente refeito para o padrão VGA (em DOS) e as coisas ficaram mais bonitas e detalhadas.

A base desenvolvida de The Last Crusade, foi usada em praticamente todos os adventures da Lucas Arts depois, incluindo sucessos como Day Of The Tentacle, Sam & Max e outro exemplar de um certo arqueólogo que falarei em breve. O jogo também foi o pioneiro em administrar alguns verbos de ação, que nunca mais sairiam do plantel.

Nos primórdios, para fazer um personagem abrir uma porta, por exemplo, você tinha que digitar no controle do teclado o comando “Open the door”, como no caso do Revenge Of The Ancients que citei lá em cima, o que obviamente tornava as coisas maçantes, mas agora não, The Last Crusade contava com uma lista de verbos prontos na tela e bastava um clique no que você queria e um clique no objeto a ser manuseado. Simples assim!

No meio dos puzzles, tínhamos também momentos de ação para quebrar um pouco o tédio.

Uma curiosidade é que esse jogo trazia algumas referências a outros adventures da Lucas Arts (uma brincadeirinha dos caras), mas o mais evidente era Sam & Max, só que – detalhe – cinco anos antes do jogo do Coelho e do Cachorro pintar oficialmente.

Outra curiosidade: na versão alemã, todos os símbolos nazistas tiveram de ser removidos para que o jogo fosse lançado.

Nota: 4,0

Indiana Jones & The Last Crusade – Taito – Nintendo – 1991

Apesar de contar com o mesmo nome dos antecessores (embora sem o subtítulo), Indiana Jones & The Last Crusade para Nintendo é um jogo 100% exclusivo, o que não significa que seja um clássico inesquecível.

Na verdade, o que temos aqui é um jogo que mistura um pouco de tudo o que foram os outros, com um pouco de ação, exploração lateral 2D em labirintos e puzzles relativamente fáceis de se resolver se você assistiu ao filme e sabe escrever Jeová em hebreu.

Os gráficos e sons são legaizinhos para o Nes, com diversas cutscenes e muitos cenários conhecidos tirados diretamente do filme em seis fases simples, incluindo os quebra cabeças.

A música é excelente, mas o jogo não tem nada de especial e acabou perdido no temido julgamento do tempo.

Nota 3,5

Indiana Jones & The Fate Of Atlantis – LucasArts – DOS, Amiga, FM Towns, Apple Macintosh – 1992

Este marcou época e é considerado pela grande maioria como o melhor jogo da série já produzido. E o mais legal: sua história foi criada com exclusividade, não é baseada em nenhum dos filmes da série.

Na época, o gênero adventure estava no auge e a LucasArts mostrou toda sua criatividade ao se basear em um roteiro próprio, envolvendo os mistérios que cercam a civilização perdida de Atlântida e a busca pelos seus segredos.

O estilo é simples e sem frescura, nem grandes inovações, mas o desenrolar da trama, os gráficos com ótimas animações para a época e as diversas possibilidades de caminhos (são 3, cada um com suas próprias localidades e desafios) e finais, além de um ótimo senso de humor, marcaram época e deixam todos no DELFOS com saudade.

Eu já disse que o jogo não trazia muitas inovações? Pois é, mas ele trouxe uma fundamental: o jogador pode morrer em determinados momentos! Sim, sim, em Maniac Mansion (o primeiro adventure), isso também podia acontecer e tinha até um final alternativo caso acontecesse com os três personagens principais, mas no contexto mais sério de Fate Of Atlantis, a jogabilidade ficava bastante tensa e imprevisível.

Em 1993, a LucasArts relançou o jogo em uma versão exclusiva em CD-Rom com todos os diálogos falados, fato que se tornaria corriqueiro nos demais jogos da empresa nos anos seguintes.

Um clássico absoluto do gênero e um dos melhores jogos de todos os tempos. Se você tiver a oportunidade, corra atrás. Uma pena que foi o último adventure legítimo protagonizado pelo Indy. Uma seqüência chamada Indiana Jones & The Iron Phoenix chegou a ser anunciada, mas nunca saiu do papel e acabou cancelada em 1995.

Nota: 5

Indiana Jones & The Fate Of Atlantis: The Action Game – LucasArts – DOS – 1992,

Na pesquisa pelo adventure, encontrei algumas referências a um certo Indiana Jones & The Fate Of Atlantis: The Action Game, que nunca tinha ouvido falar.

Basicamente, assim como em The Last Crusade, eles lançaram um adventure, mas também um título de ação baseado na mesma história para quem não gostava de tanto papo.

Não consegui jogar este aqui para passar maiores impressões aos delfonautas, mas aparentemente – pelas fotos e descrições que encontrei, é um esquema focado na ação, com toques de estratégia. A visão é aquela ¾ que se popularizou com Syndicate e Fallout, mas os gráficos parecem bastante estranhos e borrados, abaixo da capacidade dos PCs da época.

Não consegui maiores detalhes porque parece que pouca gente chegou a jogar o Action Game, então se você foi um dos felizardos (ou não), comente aí embaixo.

Sem Nota

Indiana Jones’ Greatest Adventures – LucasArts – Super Nintendo – 1994

O console de 16 Bits da Nintendo também teve o seu jogo exclusivo com o personagem e ele divide opiniões.

O que temos é um jogo de ação lateral, com uma ou outra fase que foge ao esquema (por exemplo, uma onde você desce de bote por uma montanha gelada, emulando a memorável cena do Templo da Perdição), que cobre os três primeiros filmes de Indy, sendo que cada filme conta com mais ou menos 10 fases exclusivas, o que – sim – reflete em um jogo bastante longo e trabalhoso, mas vamos por partes.

A parte técnica é muito bacana para um console de 16 Bits. A qualidade da trilha sonora é excelente (com os famosos temas de John Williams), mas infelizmente com pouca variedade. Os gráficos são ótimos, com boa fluidez de movimentos de Indiana e grande variedade de cenários, todos muito bem feitos e facilmente identificáveis para quem assistiu aos filmes.

Mas então onde Greatest Adventures falha? Na dificuldade que é alta demais para o público alvo ao qual o jogo se destina e também nos controles que são um pouco travados, mesmo que intuitivos.

Mesmo assim, se você não for um jogador nervosinho, que se frustra com momentos mais chatos, vale a pena uma jogadinha.

Nota: 3,5

Indiana Jones And His Desktop Adventures – LucasArts – PC – 1996

Esse aqui é o que podemos chamar do “joguinho fofo”. Temos um belo exemplar de ação e exploração, com gráficos simples, que lembram RPGs para os consoles de 16 Bits e quests diferentes cada vez que você começa uma nova aventura, o que elimina a repetição e sempre dá vontade de jogar quando se tem um tempinho livre.

Funciona assim: você começa em uma pequena cidade da América Central, onde conversa com algum habitante ou Marcus Brody (sim, aquele cara dos filmes), pega sua missão que varia entre resgatar uma pessoa ou recuperar um item perdido, e aí você sai da cidade e vai para um cenário específico criado de maneira aleatória (caverna, floresta, cachoeira ou pirâmide asteca) cumprir o seu objetivo.

Não espere nada complexo, é apenas um joguinho para você passar seu tempo e cumpre muito bem esse objetivo.

Nota: 4,0

Indiana Jones And The Infernal Machine – LucasArts – PC, Nintendo 64 e Gameboy Color – 1999

Com o sucesso do personagem Indiana Jones ao longo dos anos, tivemos diversas cópias lançadas por aí tanto no cinema quanto – claro – para videogames. Um de seus clones mais famosos é a arqueóloga Lara Croft, da série Tomb Raider, que nasceu no primeiro Playstation com um game de exploração/labirinto que, particularmente, nunca me agradou. Mas acho que sou uma exceção, pois este exemplar foi um sucesso e gerou uma série medíocre que o povão adora.

Desabafos à parte, como tudo que faz sucesso, Tomb Raider também gerou seus clones e veja só quem caiu na armadilha: nosso arqueólogo favorito, justamente quem inspirou a moça dos airbags turbinados e pontudos.

Lembro que quando Infernal Machine saiu, a primeira impressão para os antigos fãs foi algo como “meu Deus, mas que lixo!” e não era para menos, já que todo o charme que a série tinha criado até então com os bons adventures lançados, foi jogado por água abaixo com um exemplar genérico que imitava uma das grandes porcarias gamísticas dos anos 90.

Se você nunca jogou Tomb Raider e este Infernal Machine, trata-se de um gênero de exploração extremamente monótono onde você atravessa cenários gigantescos para encontrar uma alavanca que abre uma porta do outro lado da fase para encontrar um item que destrava outra porta nos arredores. É fácil se perder, é fácil ficar preso nos diversos puzzles, é fácil apertar ESC e dar um Quit para desinstalar o jogo e instalar de novo o Fate Of Atlantis.

O lado bom é que alguns personagens dos jogos anteriores reapareceram, como a Sophia do Fate Of Atlantis, mas é só. Jogue apenas se você gosta de Tomb Raider.

A versão para Gameboy Color, pelas limitações do console, tem uma visão diferente em 2D por cima do personagem, como em Temple Of Doom, mas a idéia de exploração e alavancas é exatamente a mesma.

Nota: 2

Indiana Jones And The Emperor´s Tomb – LucasArts – PC, MAC, Playstation 2 Xbox – 2003

De cara, eu já dou um aviso: se você optar por alguma das versões desse jogo, esqueça as de PC e MAC. Por algum motivo, elas são MUITO bugadas e parecem incompletas, então vá diretamente para as versões console, certo?

Isto posto, novamente temos um pseudo-Tomb Raider, mas com algumas perfumarias a mais e gráficos e sons decentes.

Eu costumava jogar Emperor´s Tomb apenas pela sua trilha sonora fantástica, que capta bem o estilo dos filmes, mas o jogo em si é um pouco frustrante e novamente temos o problema de cenários muito grandes, alavancas para abrir portas, caixas para empurrar em cima de botões e plataformas inalcançáveis em cenários que incluem cavernas, florestas e castelos orientais.

A jogabilidade, mesmo com o bom controle do Playstation 2 e do Xbox, é meio travada, mas no geral o título não é um desastre completo.

Nota 3,5

Lego Indiana Jones – LucasArts – Nintendo DS, PSP, Playstation 2, Playstation 3, PC, Nintendo Wii e Xbox 360 – 2008

Esse ainda não tinha saído até o fechamento desta matéria, mas tendo em vista o ótimo trabalho que a Activision desenvolveu nos jogos da série Star Wars, podemos ter um novo marco de diversão.

A história vai se basear nos quatro filmes e os gráficos parecem muito legais. Vamos ver e torcer para que a empresa consiga honrar a tradição pelo menos dos filmes, que sempre mantiveram um ótimo nível.

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