XIII

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UAU! Essa é a única coisa que se consegue pensar ao assistir ao filminho introdutório de XIII, game da Ubisoft baseado na HQ européia de mesmo nome, que tem Roteiro de Jean Van Hamme e arte de William Vance.

Posso dizer que não via gráficos tão bons em um jogo (tanto em cutscenes quanto no próprio jogo) desde a época do Sega-CD, quando jogos como Road Avenger, Dragon’s Lair e Sewer Shark deixavam os jogadores impressionados em estar jogando um filme (ou um desenho). Infelizmente, pouco tempo depois, iniciou-se a tendência de gráficos poligonais, eliminando completamente os jogos conhecidos na época como filmes interativos. XIII traz de volta um estilo parecido de gráficos. Não igual, mas suficientemente parecido para agradar os jogadores mais exigentes afinal, não é um desenho animado mas, na verdade, gráficos poligonais revestidos por uma tecnologia chamada cel-shaded, também utilizada em jogos como The Hulk, Teenage Mutant Ninja Turtles e Taz Wanted, porém apresentando aqui seus melhores resultados.

A própria linguagem do jogo lembra muito uma HQ: em dados momentos, quadrinhos mostrando o que está acontecendo em outra parte da fase aparecem em meio à ação, além das sempre presentes onomatopéias.

A estória também é outro ponto forte, deixando o jogador curioso para saber o que vai acontecer em seguida. Você começa acordando em uma praia, sem nenhum resquício de memória. Uma salva-vidas vem ao seu auxílio, mas antes que você consiga conversar com ela, ela é assassinada – e você é o próximo alvo. Para saber o que acontece depois, só jogando.

O jogo é aquele velho estilo Doom, ou seja, tiro em primeira pessoa e, nas fases que este estilo é seguido, é quando o jogo é mais divertido. Explica-se, também existem muitas fases Stealth, ou seja, quando o tiroteio dá espaço para a estratégia. Por exemplo, em uma das fases, você está em uma base militar e não pode matar os soldados, pois eles são inocentes. Você é, então, obrigado a enchê-los de cadeiradas, garrafadas e outras adas até que eles fiquem inconscientes. Isso enquanto eles estão descarregando suas metralhadores em cima do pobre protagonista. E não é só. Após nocauteá-los, você ainda precisa esconder seus corpos, antes que um soldado encontre o corpo. É difícil, mas vale a pena.

O principal problema do jogo, no entanto, é seu esquema de checkpoints. Você não pode salvar a hora que quiser, sendo muitas vezes obrigado a jogar a mesma fase repetidamente. Não precisa ser vidente para perceber quão sacal isso pode se tornar, né?

A própria Ubisoft já parecia esbanjar confiança em seu produto, pois o final é daqueles To Be Continued. E, como nós, brasileiros, não tivemos acesso ao gibi que inspirou este ótimo jogo de ação, se quisermos saber a continuação da estória, temos que esperar pelo XIII II. Resta torcer para que não demore.

O jogo original vem em 4 CDs e você precisa de no mínimo 1.2Gb para instalá-lo. Outra opção é baixar o demo diretamente de seu site oficial: http://www.xiii-thegame.com/uk/demo.php