Diz aquele ditado popular que não devemos julgar um livro pela capa. Pois em literatura talvez isso não seja tão importante, mas admito que eu já julguei muitos discos pela capa. E normalmente ela me dava uma excelente ideia da música contida na bolacha.

Em geral, eu sempre gostei de capas de álbuns desenhadas. Pontos especiais para desenhos detalhados ou que contam uma história. Por outro lado, discos que traziam imagens de violência, capetinhas ou coisas do tipo dificilmente me chamavam atenção. Sim, tenho alguns na minha coleção, e gosto deles, mas provavelmente não os compraria apenas baseado na capa.

Stratovarius, Infinite, Delfos
As capas do Stratovarius costumavam ser bonitas, detalhadas e com mensagens positivas.

Comprar baseado na capa? Pois é, meu amigo da era do Spotify. Tinha uma época, no final do século passado, que a gente comprava música. E na era pré-Youtube, nosso primeiro contato com uma nova banda se dava através da capa e de resenhas. Raramente um amigo comprava um disco antes e tínhamos a chance de ouvir.

Lembro que comprei o Electrified, do Pink Cream 69, baseado em um show deles que tinha assistido em um festival. Neste caso, a capa era feia, mas o disco era tão legal que todos os meus amigos com quem ouvia música acabaram comprando logo depois de mim.

COMPRA ÀS CEGAS

Ten, Spellbound, Delfos
Olha que coisa linda!

Sabe um que comprei baseado única e exclusivamente na capa, sem nunca ter ouvido falar da banda? Spellbound, do Ten. Apesar de a temática do desenho ser bastante típico de heavy metal, eu sabia apenas que a banda fazia um hard rock estilo Whitesnake.

Acabou que eu gostei muito mais do disco do que esperava. De fato, a banda era um hardão estiloso, mas as letras e o clima das músicas eram típicos das heróicas histórias contadas em canções de heavy metal. Como um jovem que gostava tanto de Van Halen como de Manowar (duas bandas, aliás, que fazem capas de álbuns horríveis), o álbum me conquistou e até hoje eu o ouço com frequência.

É difícil falar de capas de disco sem falar de Iron Maiden. Embora os desenhos da banda sempre envolvessem um monstro – o Eddie, claro – eu gostava mesmo era de ver o que mais tinha nelas. A capa de Somewhere in Time, que coloquei lá em cima, por exemplo, tem um nível de detalhes absurdos, com dezenas de referências à banda e à cultura pop (até o Batman aparece nela). É praticamente um Onde Está Wally? metálico.

POR QUE FALAR DISSO?

Estive pensando nisso recentemente porque uma capa de uma banda nacional realmente me conquistou. Trata-se da de Expresso Della Vita, do Maestrick. Eu conhecia a banda do disco de covers que eles lançaram uns anos atrás e que nós resenhamos aqui no DELFOS, mas nunca fiz o esforço de ir atrás. Até agora. Olha que bonito!

Maestrick, Expresso Della Vita, Delfos

Além de ser um belo desenho, gosto também do nome do disco. Eu precisava conhecer. E agora que já ouvi, devo dizer que, mesmo tantos anos depois, a relação capa de disco/meu gosto musical continua forte. Eu simplesmente gostei muito das faixas presentes no disco acima.

Vou escrever uma resenha sobre ele em breve, e inicialmente o que falo aqui seria a introdução dela. Porém, percebi que ia ficar uma intro longa demais e que seria mais legal transformar isso em uma pequena crônica. Então agora é sua vez. Me conta, você já julgou um disco pela capa? E a música foi condizente com o que você esperava?