Introdução por Carlos Eduardo Corrales
O reinado do PS2 está com os dias contados. Tudo bem, ainda existem games em produção que garantirão para o feioso uma sobrevida, mas é seguro dizermos que o interesse por ele está diminuindo em função da nova geração e que, tirando alguma possível aberração da natureza, seus melhores jogos já foram lançados. Portanto, para “comemorar” a morte de uma geração, os delfianos se reuniram para escolher os melhores jogos do console. Como critério, apenas o fato de que o game em questão precisa ter saído para PS2, embora não precise ter sido exclusivo do console. Também ficam proibidos mais de um jogo da mesma série, para evitar que alguém escolha, por exemplo, os três Devil May Cry. Tirando isso, vale tudo. Com você, então, a seleção dos melhores jogos do videogame mais feio… ahn, quer dizer, mais popular da história:
O Guilherme lutou bravamente para conseguir gostar dos jogos novos do PS2, mas é antiquado demais para valorizar inovações, enrolações e coisas desnecessariamente épicas. Na verdade, o Guilherme queria que este fosse um Top 5 de jogos do NES, mas teve dificuldades em convencer o resto da equipe do DELFOS.
MENÇÕES HONROSAS: Soul Calibur 2 – A verdade é que eu não sou muito fã de jogos de luta 3-D, mas Soul Calibur é um caso a parte. Um jogo que não pode faltar na coleção de ninguém. Pode não ter entrado no Top 5, mas, se fosse um Top 6 (alguém já viu um destes?), estaria na lista. Corrales, vamos mudar os Top 5 do DELFOS para Top 6? Será algo inédito na história dos Tops!
5 – GUITAR HERO II
Editora/Desenvolvedora: Harmonix / Activision
Ano: 2006
Como é: Um daqueles jogos de música estilo arcade. As notas vêm e, se você as aperta, a canção é tocada corretamente. Se você erra, a música fica feiosa. Simples, mas geralmente os jogos simples são os mais divertidos. A não ser que o delfonauta tenha saco de lidar com tutoriais de duas horas de duração. Eu sei que eu não agüento. Sim, Final Fantasy XII, estou olhando para você. De quebra, pode-se jogar com uma guitarrinha de brinque…, quer dizer, uma réplica de uma Gibson SG, e isso deixa o jogo muito mais divertido.
Por que está aqui: Guitar Hero II foi bastante criticado pelo seu setlist, mas, adivinhe só, ele está aqui nesta relação por esse mesmo motivo. Se o primeiro Guitar Hero era mais eclético, o segundo tem uma quedinha maior para o lado do Metal e para as vertentes mais pesadas do Rock. É bem legal tocar Madhouse do Anthrax, por exemplo. Talvez Guitar Hero III ganhasse esta posição, mas eu ainda não o joguei, então fico com o II mesmo e fim de papo. Ah, e o modo cooperativo dá de mil a zero no multiplayer feito nas coxas que existe na primeira versão.
4 – CAPCOM CLASSICS COLLECTION VOLUME 1
Editora/Desenvolvedora: Capcom
Ano: 2005
Como é: Mais de vinte jogos de arcade em versões praticamente perfeitas (os Street Fighter 2, por exemplo, não são ports diretos). Para os mais velhos que jogaram quase todos estes negócios em máquinas, e eu me encaixo nessa descrição, é meio que imperdível. Desde o primeiro momento em que assumi o compromisso de escrever este Top 5, sabia que alguma compilação de jogos antigos apareceria nele. Para falar a verdade, achei até que apareceria mais de um, mas segurei a onda e coloquei só esta.
Por que está aqui: Basicamente por conta de Street Fighter 2 (que aparece aqui em três versões – Street Fighter 2, Street Fighter 2’ Champion Edition e Street Fighter 2’ Turbo) e da série Ghosts n’ Goblins / Ghouls n’ Ghosts. A primeira, para quem me conhece, sabe que Street Figher 2′ Champion Edition é meu jogo favorito de luta. A segunda é daqueles jogos onde sempre pensamos “Desta vez eu consigo passar, e… (insira palavrão)! Morri de novo!”, mas que é tão legal que não dá para desistir. De quebra, ainda temos mais uma meia dúzia de outros jogos ótimos: Final Fight, Commando, Mercs… E quem não gosta de coletâneas de jogos de arcade?
3 – KLONOA 2: LUNATEA’S VEIL
Editora/Desenvolvedora: Namco
Ano: 2001
Como é: Um platformer no estilo 2.5D, ou seja, com gráficos poligonais, mas seguindo o esquema de apenas um plano. Segue bastante o estilão do jogo original, para o PS1. Fases muito legais, com chefes criativos, e até uma historinha bacana. Dá para ver que foi um jogo feito com carinho, e faz até o mais durão dos jogadores ficar com saudades da infância.
Por que está aqui: Sim, eu gosto de platformers. É por isso, provavelmente, que os videogames antigos têm tanto apelo comigo. Este é dos poucos que existem para o PS2, e vale muito a pena jogá-lo, embora seja um jogo relativamente raro e difícil de se achar por um bom preço. Klonoa é um jogo bem bonito, caprichado, e, adivinhe só, divertido! Foi por conta de jogos assim, com um céu azul colorido e personagens fofinhos e inocentes, que eu comecei a jogar videogame, não por conta de Grand Theft Auto, Manhunt e outros jogos “mamãe, olha como sou adulto”. Tudo o que eu queria nos videogames novos era mais jogos assim, mas “jogos de criança” não vendem mais consoles.
2 – GRADIUS V
Editora/Desenvolvedora: Konami / Treasure
Ano: 2004
Como é: Um shooter horizontal tradicional com gráficos inacreditavelmente bonitos, difícil igual ao cão e muito, muito bem feito.
Por que está aqui: Agora vamos falar de séries antigas “revividas” no PS2. Contra Shattered Soldier é um jogo legal, mas tem alguns probleminhas que o impedem de ter o mesmo feeling dos primeiros. Os Castlevanias do PS2 são quase que uma ofensa a um fanático pela série antiga como eu (e se alguém quiser discutir sobre isso, terei o maior prazer). Os Mega Men X eu nem quis colocar as mãos. Como se vê, tirando os Metal Gears e Rygar: The Legendary Soldier (que ninguém jogou, aposto), esses revivals deixaram um gosto amargo na boca dos jogadores oldschool. Gradius V, entretanto, é outro negócio. Desenvolvido pela Treasure (responsável por coisas com Gunstar Heroes e Sin And Punishment, além de outros jogos igualmente fantásticos), Gradius V é um exemplo perfeito do que eu gostaria que fossem os jogos das séries antigas nos consoles novos: como falei, incrivelmente bonito, divertido, difícil e, o delfonauta acredite se quiser, fiel ao espírito antigo da série. Este aqui é tudo isso e muito mais. Recomendadíssimo para quem gosta de shooters!
1 – DRAGON QUEST VIII – JOURNEY OF THE CURSED KING
Editora/Desenvolvedora: Level 5 / Square Enix
Ano: 2005
Como é: Um RPG tradicional, mas caprichado ao extremo. Gráficos lindos com artwork de Akira Toriyama (é, o cara de Dragon Ball), composições de Koichi Sugiyama (um renomado compositor japonês), e, principalmente, uma atenção com detalhes impressionante. Nada de inovador, mas eu sou um cara antiquado e gosto das minhas coisas assim.
Por que está aqui: Tava todo mundo esperando algum God Of War aqui nesta posição, né? Lamento desapontar o delfonauta, mas Dragon Quest VIII foi literalmente a razão para eu comprar um PS2. Eu estava tão ansioso por esse jogo que o comprei antes mesmo de comprar o videogame, com medo de não encontrá-lo mais depois. A série Dragon Quest sempre foi minha série preferida de RPGs desde o NES, e, embora um pouco curto (Dragon Quest VII do PS1 me rendeu umas 135 horas; este aqui parou nas 70), valeu cada segundo. Não me lembro de ter jogado tão compulsivamente um jogo desde, sei lá, meus 12 anos. A versão americana foi um pouco “retocada” em relação à japonesa: mexeram nos menus, mudaram o nome das magias, etc e tal, provavelmente numa tentativa de aumentar a aceitação da série na terra do Bush, já que Final Fantasy sempre foi 7628 vezes mais popular lá. Mas, mesmo com essas mexidas, o jogo ainda é maravilhoso, e merece ser jogado por qualquer um que goste de RPGs.
Para aparecer na lista do Júlio Rogas, só precisa de uma coisa: um protagonista cafajeste!
5 – METAL GEAR SOLID 3 – SNAKE EATER
Editora/Desenvolvedora: KCEJ/Konami
Ano: 2004
Como é: No terceiro jogo da série, porém o primeiro cronologicamente, você está no papel do agente secreto americano Snake (o original!), que, a princípio, precisa invadir território russo no auge da Guerra Fria para resgatar um cientista que foi capturado para fabricação de armas de destruição em massa. Basicamente, trata-se de um jogo de espionagem em tempo integral, com eventuais combates contra os russos (a tal da ação furtiva ¬¬) e muitas, mas muuuuuuuuitas mesmo, cenas não-interativas (bem… Não tão não-interativas assim… Jogue para entender).
Por que está aqui: Confesso que eu não era fã da série. Achava o episódio para PSone muito chato. Mas estava eu, navegando pela internet em uma madrugada fria e solitária, quando resolvi comprar um jogo. Achei esse por uma pechincha e resolvi dar uma chance para o danado. E não é que eu me surpreendi?! Apesar do estilão de jogo de espionagem, a ação é constante e você tem que estar sempre atento para não ser pego. É muito divertido ficar na tocaia, matando russos e mais russos (nada contra os russos, pelamordedeus!), enquanto eles ficam que nem bobos procurando por você. Uma outra coisa que me chamou bastante a atenção foi a quantidade de detalhes reais que o jogo possui, como ter que caçar animais para se alimentar e fazer curativos em ferimentos específicos, por exemplo. Tudo isso acabou fazendo com que a experiência de jogá-lo tenha se tornado divertida. Como se já não bastasse, a parte técnica do jogo e as CGs estão entre as melhores que eu já vi, o que acaba por complementar a extraordinária história que o jogo conta.
4 – GOD OF WAR
Editora/Desenvolvedora: SCEA
Ano: 2005
Como é: Como também é explicado pelo Corra, em algum lugar desta matéria, é um beat’em up baseado na mitologia grega. Você encarna Kratos, um espartano psicopata com um passado obscuro e, aparentemente, assustador, que arruma uma treta com o Deus da Guerra, Áries, e parte em busca de vingança, passando por vários cenários conhecidos da história e enfrentando criaturas igualmente conhecidas. Porrada! Porrada! Empurra caixa! Porradaaaaaaaaa! *-*
Por que está aqui: Antes de qualquer coisa, pela história absolutamente sensacional deste jogo! Figura, seguramente, entre as mais bem elaboradas histórias que já vi em se tratando de games. Tudo bem que a mitologia grega, muito rica em cultura, ajuda bastante a proporcionar isso, porém, todo o enredo colocado em volta é maravilhoso e poderia até virar tema de filme. Como se já não bastasse, o visual do jogo e a parte técnica não ficam em nada atrás e, apesar das limitações do PS2, obtêm um resultado excelente. Com tantos adjetivos, garanto que você deve estar se perguntando por que esse jogo não está em primeiro no meu Top 5, né? Pois eu lhe digo: quebra-cabeças. Os quebra-cabeças envolvendo empurrar caixas e todos os outros tipos são simplesmente broxantes (e excessivos ¬¬) nesse jogo. Isso faz com que toda a emoção de jogá-lo seja constantemente quebrada. Além do mais, o game possui determinados trechos que são irritantemente difíceis de ser superados, coisa que chega, por muitas vezes, a desanimar a jogatina. Não fossem esses detalhes, God of War certamente estaria na segunda posição desse Top, atrás apenas do meu jogo preferido, que você verá logo ali, mais embaixo. ^^
3 – SILENT HILL 4: THE ROOM
Editora/Desenvolvedora: Konami
Ano: 2004
Como é: Encarnando Henry Townsend, você acorda um belo dia em seu apartamento em Ashfield (cidade vizinha de Silent Hill) e descobre que não há como sair dele, a não ser por um buraco sinistro, na parede do banheiro, que o leva para um mundo perturbador, cheio de criaturas esquisitas. Sua missão, logo, é tentar descobrir what the hell está acontecendo e o porquê de tudo isso.
Por que está aqui: Silent Hill, baby! Sou fã incondicional dessa série! Acompanho desde o primeiro jogo, nos idos do PSone. Essa franquia é o que eu REALMENTE chamo de jogo de terror. Neste quarto episódio, em especial, isso fica bem evidente, pois é um dos jogos mais assustadores que eu já joguei. Daqueles que, definitivamente, não aconselho jogar sozinho em uma madrugada de sexta-feira 13, sobre um cemitério indígena. Nunca vou me esquecer do desespero que dava, conforme ia se chegando ao fim do jogo, com a assombração do menininho rondando o apartamento do protagonista! Até hoje, a cada Silent Hill que sai, eu fico mais impressionando com o visual e o clima que são proporcionados, além de imaginar o que diabos se passa na mente doentia de quem cria os roteiros e a história desse jogo! Algo que me chama muito a atenção é a fidelidade dos produtores a cada novo exemplar que sai, fazendo com que haja uma identificação imediata dos jogadores com cada pedacinho do jogo e, por conseqüência, uma fidelização dos mesmos à série.
2 – CASTLEVANIA: CURSE OF DARKNESS
Editora/Desenvolvedora: Konami
Ano: 2005
Como é: Aquela mesma história de todos os outros 120 Castlevanias. O Conde Drácula (ou qualquer outro vampiro que ache que tem os cojones para controlar o tal castelo) acordou de seu sono embelezador profundo e a sua missão é botar o “hômi” para dormir de novo. Normalmente, quem faz isso é algum caboclo da família Belmont, mas, nesse caso, é um ex-ajudante do Senhor das Trevas: o mestre domador de demônios Hector (qualquer semelhança física dele com o Alucard é mera coincidência. Hehe), que busca vingança pelo assassinato de sua amada.
Por que está aqui: Um game bastante divertido, 100% pancadaria e sem quebra-cabeças (do jeito que o Corra gosta). Você raramente tem tempo para explorar o ambiente ou descansar, pois está sempre sendo atacado por hordas de seres infernais, louquinhos para acabar com a sua barrinha de energia. Principalmente os chefes! Aliás, o último chefe desse jogo é um dos mais chatos e apelões que eu já enfrentei em toda a minha história de gamemaníaco! ¬¬ Como já dito anteriormente, o jogo não se preocupa muito em contar uma história, tendo em vista que todos os outros Castlevanias se baseiam na mesma coisa, variando apenas o motivo pelo qual o protagonista quer acabar com os planos malignos do nosso Conde querido. Mesmo assim, as cenas não-interativas são muito bem-feitas. Enfim, é um jogo à moda antiga, como todo Castlevania que se preze, com os caprichos e requintes de um videogame mais poderoso. Diversão garantida!
1 – DEVIL MAY CRY 2
Editora/Desenvolvedora: Capcom
Ano: 2003
Como é: Você é Dante, filho de um demônio superpoderoso que, certo dia, muito tempo atrás, resolveu ajudar os humanos, se voltando contra todos os outros da sua raça e banindo-os para o seu mundo de origem. Agora, as portas do mundo dos demônios estão abertas novamente e adivinhe qual a sua missão… Pois é! É mantê-los lá! Beeeem longe dos pobres humanos. Para isso, você contará com a ajuda da guerreira totosa (e ruiva!) Ângela e de uma véia encarquilhada que vive dando umas dicas e depois some misteriosamente, tipo o Mestre dos Magos. Trata-se de pancadaria pura, com um ou outro quebra-cabeça para resolver, que não oferecem grande dificuldade, fazendo com que o ritmo alucinante do game não seja quebrado em momento algum.
Por que está aqui: Na verdade, eu amo os três episódios dessa série, mas, como o nosso querido Corra me obrigou (com um punhal apontado para a minha jugular) a escolher apenas um, optei pelo segundo episódio (o terceiro, na cronologia). Esse jogo mudou o conceito de herói que eu conhecia em games. Aqui, você é o cara a ser batido! Você é o temido! Todos os seus inimigos se borram de medo de você e você não apenas não tem medo deles, como ainda tira um sarro de todos aqueles que se acham mais fortes que você. Chega de ter que desviar de inimigos ou sair correndo deles! O negócio, na série Devil May Cry, é exterminar todos eles sem dó nem piedade. Para isso, você conta com armas assaz estilosas, como a espada Rebellion, toda talhada com ossos e caveiras, ou as pistolas Ebony & Ivory, além, é claro, de armas especiais, como luvas, botas, lançadores de granadas e muitas outras. E não bastasse tudo isso, Dante é o cara mais cafajeste que eu já vi na história dos videogames, batendo até o próprio Kratos, do God of War! Em cada um dos Devil May Crys, ele arruma uma namoradinha (leia-se “mulher que se apaixona por ele”) e, se você, assim como eu, foi curioso o suficiente para ver a continuação das primeiras histórias no animê que passou na TV japonesa, verá que todas elas têm raiva dele e, mesmo assim, não largam do pé do cara! *-* Todos esses fatores, somados à excelente trilha sonora e ao visual maravilhoso do game (sem falar das CGs espetaculares), fazem desse jogo, na minha humilde opinião, o melhor não apenas do PS2, mas da história dos games!
Mesmo não sendo o console preferido do Bruno, ele se divertiu bastante com o PS2.
MENÇÕES HONROSAS: Estes aqui não entraram na lista por falta de espaço, mas são totalmente recomendados para quem se aventura com o console da Sony – Devil May Cry 3, Gran Turismo 4, Shadow Of The Colossus, Megaman: Anniversary Collection.
5 – X-MEN LEGENDS
Editora/Desenvolvedora: Activision / Raven
Ano: 2004
Como é: Alguém teve a brilhante idéia de pegar os mutantes da Marvel e colocá-los em um Hack ´n´ Slash no estilo do clássico Diablo. O resultado? Simplesmente um dos jogos mais divertidos de todos os tempos. Controlando um grupo de quatro X-Men (que podem alternar conforme a necessidade), você enfrenta uma série de inimigos clássicos do grupo e revive momentos históricos dos gibis (com direito aos uniformes correspondentes de cada época) para deter a ameaça do Molde Mestre e seus Sentinelas. Ao mesmo tempo, é contada a história de Alisson, uma garota que acaba de descobrir que tem poderes mutantes, é salva e acolhida pela trupe do Professor Xavier.
Por que está aqui: Verdade seja dita, tirando a série de jogos de luta da Capcom, os personagens da Marvel mereciam um maior cuidado por parte das produtoras e X-Men Legends é a maior homenagem que os mutantes da Casa de Idéias receberam. Gráficos simples, mas que cumprem bem o seu papel, parte sonora perfeita, excelente jogabilidade e uma história maravilhosa, que foca desde as origens do grupo até as tramas mais atuais (sem contar o gancho do final que é bem bacana também). X-Men Legends é um jogo tão legal que gerou uma série de clones e isso já é um belo sinal de respeito.
4 – DYNASTY WARRIORS 5: XTREME LEGENDS
Editora/Desenvolvedora: Koei / Omega Force
Ano: 2005
Como é: Um Beat’Em Up sem frescuras e sem puzzles, o sonho de qualquer gamer com mais de 20 anos. Ambientado na China antiga, durante a famosa época dos três Reinos – que também inspirou a série de RPG, Romance Of The Three Kingdoms, que começou no Nintendinho há 20 anos e existe até hoje – você escolhe um entre dezenas de personagens (todos existiram na vida real), cada um com suas próprias características e armas e sai na porrada com centenas, às vezes milhares (sem brincadeira), de inimigos em cada fase até unificar todo o império chinês.
Por que está aqui: A série Dynasty Warriors nasceu como um jogo de luta no primeiro Playstation e evoluiu para Beat’Em Up no PS2 a partir do segundo episódio. Todos os jogos são bem parecidos, com algumas implementações e personagens novos conforme a evolução, mas a base é exatamente a mesma (afinal, a história dos três Reinos é sempre igual). Os exemplares podem não ser conhecidos pela parte técnica, com gráficos simples, mas pela diversão. Sério, DW é uma das séries mais divertidas da história e esse fator já é mais importante que gráficos da última geração ou sistema sonoro em 3D (se bem que a parte sonora aqui é impecável também). Tudo o que coloquei também vale para os games da série Samurai Warriors, a mesmíssima coisa, porém ambientado no Japão feudal e com personagens inspirados em figuras clássicas da Terra do Sol Nascente como Myamoto Musashi.
3 – GOD OF WAR
Editora/Desenvolvedora: SCEA
Ano: 2005
Como é: Um jogo de ação à moda antiga, mas com todas as possibilidades técnicas do Playstation 2. Você é Kratos, um General Espartano que “vendeu sua alma” ao deus da Guerra, Áries, e agora parte em busca de vingança auxiliado por outros deuses. Digamos que 70% do jogo é voltado à ação, mas infelizmente existem 30% voltados aos puzzles, e isso acaba quebrando um pouco o ritmo da diversão. Se fosse algo voltado inteiramente às batalhas, poderia ser um dos melhores jogos de todos os tempos.
Por que está aqui: Mesmo não concordando com a abordagem e motivação do “herói” Kratos (o responsável pelo extermínio da mitologia grega, na minha opinião), é impossível não ficar impressionado com a qualidade de God Of War. Desde a abertura, até o final, GOW é um exemplo de direção de arte. Sua jogabilidade é simples e intuitiva, sem seqüências chatas de golpes utilizando os oito botões do controle e seu final também é muito marcante.
2 – WORLD SOCCER WINNING ELEVEN 10
Editora/Desenvolvedora: Konami
Ano: 2006
Como é: A melhor série de futebol de todos os tempos reinou com sobras no Playstation 2. Para o doido que nunca jogou, Winning Eleven é uma série de futebol que começou no Super Nintendo (Perfect Eleven, de 1994) e foca a jogabilidade na simulação real do esporte e não na “ação” e dúzias de gols como em Fifa. Ou seja, nada de “esqueminhas” para balançar as redes.
Por que está aqui: Convenhamos que a Konami mostrou um pouco de preguiça em evoluir a parte técnica de Winning Eleven. Desde o sexto exemplar, a série tem praticamente os mesmos gráficos, com uma ou outra animação a mais. Agora a jogabilidade, quanta diferença! Nunca o esporte bretão foi tão real e emocionante em um videogame. Infinitas possibilidades de customização de times, inteligência artificial absurdamente superior a qualquer concorrente, maior número de times licenciados. Uma pena que essa “supremacia” ainda não está se refletindo na nova geração de consoles, até porque parece que a Electronic Arts aprendeu a lição. Acorda, Konami!
1 – RESIDENT EVIL 4
Editora/Desenvolvedora: Capcom
Ano: 2005
Como é: Saiu primeiro para Gamecube e alguns meses depois ganhou versões para PS2, Wii e computadores. A continuação de uma das séries recentes mais famosas, segue o estilo “survival horror” dos antecessores, porém com uma roupagem totalmente diferente (câmera nas costas do personagem, zumbis deixados de lado em troca de humanos loucos), mas igualmente intrigante. Você controla o policial Leon Kennedy (de Resident Evil 2) e parte para resgatar a filha do presidente dos EUA enquanto investiga um misterioso vilarejo onde seus habitantes não são muito amigáveis.
Por que está aqui: Parte técnica impecável, trama inovadora e tensão do começo ao fim. É tudo o que você espera de um Resident Evil, porém conseguiu superar as mais altas expectativas e se tornou o melhor jogo da “antiga nova” geração de consoles. Para melhorar ainda mais, os produtores tomaram uma das decisões mais inteligentes dos últimos tempos: contrariando todas as tendências, deixaram os quebra-cabeças malas das versões anteriores de lado e focaram na ação. Incrível que justamente Resident Evil, que praticamente começou com tudo que o Corrales odeia, teve de voltar para ensinar como se faz um jogo inteligente e dinâmico.
O Corrales tentou lembrar de cinco jogos de PS2 que não obrigassem o jogador a empurrar caixas. Como não existem cinco assim, acabou fechando com a lista abaixo mesmo.
MENÇÃO HONROSA:: Guitar Hero – eu não joguei o de PS2, mas o de Xbox 360 é tão legal que o primeiro da franquia merece pelo menos uma menção. Caso o tivesse jogado, é bem provável que estivesse no primeiro da lista.
5 – DEVIL MAY CRY 3: SPECIAL EDITION
Editora/Desenvolvedora: Capcom
Ano: 2006
Como é: Porrada, baby! Melhor ainda, porrada estilosa! Protagonizado pelo cafajeste Dante, ídolo-mor do nosso amigo Júlio Rogas, Devil May Cry é um daqueles jogos que um game baseado no Matrix tinha que ser. Você tem uma espadona e dois revólveres e, durante a aventura, vai pegar outras armas (incluindo uma guitarra), mas as originais são as mais legais e divertidas.
Por que está aqui: Esse é um jogo tipicamente Testosterona Total e traz todas as características inerentes ao estilo. O combate é realmente muito divertido, além de ser muito bonito. As cutscenes estão entre as melhores da história dos games e é simplesmente impossível não se divertir com a arrogância cafajeste de Dante. Só que ele tem alguns problemas sérios: tem backtracking pra cacilda e os chefes são extremamente pentelhos de matar. E, se você for jogar, preste atenção no título. Pegue apenas essa Special Edition, pois a original é simplesmente impossível, mesmo no Easy, devido a uma dificuldade absurda e à total ausência de checkpoints. Sem brincadeira, a principal melhoria nessa Special Edition foi a diminuição da dificuldade para um nível aceitável.
4 – BURNOUT REVENGE
Editora/Desenvolvedora: Electronic Arts/Criterion
Ano: 2005
Como é: Um jogo de corrida para machos. Um jogo de ação para quem gosta de velocidade. Essas são duas classificações que se encaixam perfeitamente em Burnout Revenge, um jogo maravilhoso onde é mais importante você causar explosões e destruição do que chegar em primeiro.
Por que está aqui: Porque é mais importante você causar explosões e destruição do que chegar em primeiro, oras. É um jogo rápido, divertido, fácil de aprender e extremamente empolgante, além de ter uma das melhores trilhas sonoras licenciadas de qualquer jogo da EA. E o melhor de tudo: em nenhuma das fases você precisa usar seu carro para empurrar caixas. Só não leva uma posição mais alta por causa do chatíssimo Crash Mode, modo onde você precisa causar uma batida homérica, juntando o maior número de vítimas possível. No papel, parece divertido, mas quando você vai jogar, é um saco, acredite.
3 – LEGO STAR WARS
Editora/Desenvolvedora: Eidos Interactive/Traveller’s Tales
Ano: 2005
Como é: Um conceito extremamente simples e muito bem desenvolvido. Simplesmente participe de todas as cenas de ação da nova trilogia de Star Wars controlando versões Lego dos bonequinhos. Simples, fofo e incrivelmente divertido.
Por que está aqui: Porque é simples, fofo e incrivelmente divertido. Use a força, participe da luta do Obi-Wan contra Anakin, controle o Yoda! É difícil colocar defeitos nesse jogo. É simplesmente um dos mais divertidos dos últimos anos. Chegou a ganhar uma continuação que trazia as cenas de ação da trilogia sagrada, mas a falta de jedis naqueles filmes deixou o jogo bem menos divertido, já que a maior parte dos personagens utilizava blasters e não sabres de luz.
2 – SHADOW OF THE COLOSSUS
Editora/Desenvolvedora: SCEA/SCEI
Ano: 2005
Como é: Você é um molequinho que tem que sair por aí matando gigantes. E quando eu digo gigantes, não pense que é exagero. Normalmente o seu personagem é do tamanho da orelha de um dos colossos. Apesar do que parece, não é um jogo de ação, mas de estratégia. Cada colosso tem um ou mais pontos fracos e cabe a você descobrir como chegar lá.
Por que está aqui: Porque Shadow of the Colossus é uma experiência única. Simplesmente não existe nenhum outro jogo que cause a mesma sensação que você tem aqui, enquanto tenta escalar as costas peludas de um gigante de 50 metros e ele fica desesperadamente balançando na tentativa de derrubar seu personagem. A satisfação que você tem quando finalmente consegue chegar à cabeça (que é um ponto fraco em quase todos eles) e enfia gostoso sua espadinha mixuruca no cérebro do bicho apenas para vê-lo desabar no chão levando você junto, também é única. Isso sem falar nos colossos voadores. Em um deles, um “pterodátilo” compridão, você precisa se segurar nele em pleno vôo enquanto ele tenta derrubar você com loopings e demais manobras radicais. Tudo isso é complementado por uma trilha sonora lindíssima e gráficos que, se não são tecnicamente impressionantes, têm uma direção de arte excepcional. O único defeito desse jogo é também o que faz com que eu não tenha muita vontade de joga-lo com freqüência. Para cada batalha com os colossos, você precisa ficar algo entre 30 a 60 minutos procurando por ele em um mundo desnecessariamente grande, onde é muito fácil se perder e com controles chatíssimos – para você ter uma idéia, para fazer seu cavalo correr, você precisa ficar apertando um dos botões rapidamente. Imagina fazer isso durante 30 minutos ininterruptos e você vai ter uma idéia de quão chatos esses interlúdios são. Se fosse apenas um colosso depois do outro ou se esse interlúdio fosse opcional, seria um jogo excepcional, um dos melhores da história. Como tem essa enrolação, vai ter que se contentar com o número dois de PS2 e em ficar completamente fora de alguma eventual lista de melhores de todos os tempos que eu venha a fazer. De qualquer forma, vale pela experiência única das batalhas.
1 – GOD OF WAR
Editora/Desenvolvedora: SCEA
Ano: 2005
Como é: Basicamente um beat’em up baseado na mitologia grega. O protagonista Kratos é enviado em uma missão pela deusa Atena. A missão? Matar Áries, o deus da guerra. No caminho, Kratos vai encontrar diversos outros personagens que ilustram as histórias da maravilhosa mitologia grega.
Por que está aqui: Assim como Shadow of the Colossus, God of War é uma experiência que precisa ser vivida. A princípio, parece um beat’em up tradicional e de fato o é, mas o tamanho e a beleza dos cenários, combinados à história simplesmente fenomenal e ao final que é um dos mais satisfatórios da história dos games tornaram God of War talvez o maior sucesso comercial do console feioso. O combate é perfeito, fácil de aprender e sem obrigar o jogador a ficar decorando centenas de combos pentelhos, como acontece na maioria dos jogos do gênero. A única coisa que impede este game de ser o melhor beat’em up da história é a maldita mania dos desenvolvedores de colocar puzzles, a maioria protagonizados por caixas que você tem que ficar empurrando de um lado para o outro, como se fosse um organizador de almoxarifado dos correios. Caramba, você é um espartano machão que quer matar um Deus. Que os atenienses fiquem com esse tipo de trabalho manual, já que eles não gostam de porrada! Se eliminassem todos os puzzles e mantivessem apenas a ação, provavelmente God of War estaria no topo da minha lista de jogos preferidos. Apesar das caixas, ele é o melhor jogo de PS2, mas isso não foi o suficiente nem para que ele ganhasse um Selo Delfiano Supremo na minha resenha. Dois anos depois, ganhou uma continuação, mas ao contrário do que normalmente acontece no mundo dos games, ficou pior que o original. Tudo que o primeiro tinha de ruim continuou lá e várias coisas que ele tinha de bom (incluindo as mágicas e muitos combos legais) foram piorados. Ainda assim, não poder acompanhar as futuras aventuras de Kratos é uma das coisas que me deixam com mais dor no coração por não ter um PS3.
Como sempre, o espaço de comentários está aí para que você faça seu próprio Top 5.